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domingo, 18 de dezembro de 2011

replantando

A Prefeitura carioca ouviu a mensagem das ruas: literalmente pintada nas ruas; e andou replantando árvores arrancadas pelo Cosme Velho; e intuindo, corretamente, que o movimento ia chegar a Laranjeiras, replantou outras na praça Ben Gurion.
Curiosamente, mandou apagar a palavra REPLANTIO pintada no terminal de ônibus. Ficou só o JÁ! sem contexto para quem não sabe dele. Fico me perguntando se o funcionário que recebera a ordem de apagar o "replantio" executou ao pé da letra e deixou o resto, por ironia, ou se faltou tinta cinzenta... Em todo caso querem incentivar os turistas que chegam de ônibus a visitar o Largo do Boticário (incrível que não se tenha feito isso antes) e cairá melhor um terminal replantado do que um com 4 tocos secos...
Perto da praça do Jóquei vi outro dia que um tronco cortado recebera tinta vermelha, dando a impressão de sangue brotando e espalhando pelo chão. Tamanho é o poder da palavra escrita que esse cidadão as autoridades ainda não escutaram...
Além dos temporais que arrancam árvores, há muitíssimas coisas ainda que se lamentar ecologicamente falando, vindo de cima, de cima no sentido governamental claro. Mas nesse final de ano batamos palmas para as realizações oficiais já aludidas aqui e inclusive estas no sentido do replantio. E vamos nos aplaudir também bastante, porque sem o nosso grito replantio não haveria....

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

caruru!

Fazer um caruru não é tão difícil assim. Mas achei num livrinho que ganhei, um folhetinho, uma receita à base de repolho. Repolho? Aí já é demais. Que levava quiabo, isso eu sabia. É verdade que o mesmo livrinho mandava botar pão no vatapá. Deduzi que vivíamos em planetas diferentes e fui perguntar ao Pai Jorge.
A minha grande dúvida era como usar a erva do mesmo nome se nem sempre se acha, e achando, muitas vezes não se pode usar porque está em local por demais impuro. (Bem tentei plantar aqui e nasceu, mas não ao ponto de se usar bastante para um prato!) Sem contar que não pode ser caruru-de-espinho porque esse não serve.
Pois perguntei e me foi explicado... no lugar do caruru, entra coentro. Começa fazendo um amalá, e em seguida entram as coisas que farão com que seja caruru. Inclusive o coentro. Deu certinho!
Ficou na minha cabeça que caruru seria medicinal, e intuí que curaria enjôo e seria bom para a digestão. Acabo de conferir e dizem que a medicina popular usa para isso exatamente, principalmente enjôo proveniente de fígado, que ajuda a aliviar; curaria solitária e é literalmente bom para tosse!
Vejam, nada cntra o repolho, que também é medicinal: usado para cicatrizar feridas grandes. Folhas de arruda entre outras são ótimas para lesões PEQUENAS; e podem ir cm êxito nos pontos de acupuntura. Mas folha de repolho envolve machucados grandes e regenera a pele.
E o caruru-prato? Ah, claro, preparei no domingo e ofereci. Era homenagem á Iansã, minha Senhora dos ventos, eparrei Oyá!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

de bandeiras e píncaros

Manuel Bandeira freqüentava macumba. Em particular a da Tia Ciata.
E daí? Daí nada, só que esquecera a informação (em "Macunaíma") e topo com ela hoje que tinha um texto alinhavado sobre ele.
Estava relendo "Belo belo" e me chamou a atenção o lamento, "tenho tudo que não quero; não tenho nada que quero; não quero óculos nem tosse nem obrigação de voto". Depois o poeta lista aquilo que quer e não tem, ares puros, água virgem, rosa crescendo em píncaros, beleza e saúde enfim.
Na verdade tinha muito mais do que só óculos, sendo dono de invejável feíúra física, e a "tosse" era a da tuberculose que perseguia o poeta de "Pneumotorax", aquele em que o médico declara que a única coisa a fazer é "tocar um tango argentino".
Pelo lado das coisas positivas, não listadas no poema, conquistou muitíssimo mais do que se podia pensar ao ler os versos; reconhecimento em vida, amigos muitos, elogios, publicações; e hoje, na calçada da Academia Brasileira, uma das mais interessantes estátuas do Rio de Janeiro (o poeta em tamanho natural à sua mesa de trabalho. Cafezinho de bronze, pena de bronze, livro de bronze, e bronze de bronze.)
Sim, os píncaros salubres, incompatíveis com a permanência no Rio. Realismo na vida prática também... E o barracão da Tia Assiata pela descrição do amigo, lotado de gente suarenta e de fumaças, não devia fazer bem nenhum a esse órgão. Como tantos de nós, Bandeira queria estar em dois lugares ao mesmo tempo e foi optando pelo que era mais accessível. Valeu a força da inércia. Como tantos de nós, ao opor seus males e seus sonhos, minimizou seus defeitos; e esqueceu, ou fingiu esquecer-se, das suas bênçãos.
E o pulmão? pois se era do pulmão que ia falar... acabou incompatível com a Praça Onze e a memória daqueles batuques. Estes e aquele ficam para outro dia.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

babados

Na Bíblia menciona-se o perfume do aloés, um dos mais requistados parece na época (ou talvez um dos únicos disponíveis?) Aloés é babosa, simplesmente, 'Aloe vera' e variantes. O perfume será sem dúvida o da flor porque babosa não tem cheiro. E a flor não é tão comum, embora muito bonita. Só em fotografias vejo florescer.
Em compensação ao romper a folha da babosa graúda sente-se cheiro de alho e cebola. A planta afinal é uma liliácea como esses dois temperos. A babosa miúda além de não "babar" não tem esse cheiro. E é a mais indicada para usar direto na pele pois o seu gel se liquefaz e não contem depósito avermelhado; dizem que é também a mais forte para ajudar no tratamento de tumores internos.
Quem lê espanhol volta e meia se sobressalta com "jardins em que rastejam as babosas", trata-se no caso de lesmas. A planta ganhou esse nome porque a graúda de fato "baba" uma vez aberta; mais uma vez, a miúda não... E é a que dá facilmente para plantar e cuidar num peitoril de janela!
Excelente para queimaduras; em emergência colha-se quando precisar,mas podendo optar colher de manhã cedo para pele e cabelo, e à meia-noite, concordam todas as linhas, para limpeza de doenças; porque está mais concentrado o seu poder. Apesar de tão inócua de aparência babosa é forte!
Pouca rega, viu? sendo tão molhada por dentro, e de pele tão fina (a miúda mais ainda) é sensibilíssima a excesso de umidade. Se depois de muita chuva as raízes, entupindo o vaso- que precisa ser de barro- mantiverem água presa ali dentro, escoe logo.
Até porque se não escoar o que mais pode acontecer? Exatamente. AQUEEEELE mosquito pernilongo pode vir fazer visita. Então babosa saudável é babosa com terra só umida... e boa sorte com uma das melhores plantas que há.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

sua banda caiu no angome

O meu livro UMBANDA GIRA! serviu de base para uma entrevista que a Rádio Melodias de Terreiro fez comigo essa semana. Sendo nos dias que precedem a comemoração dos 103 anos oficiais, me sinto duplamente honrada pela sincronicidade.
Digo sempre "oficiais" porque participo da opinião que já exisitia então o que nós chamamos hoje de Umbanda, mas com o nome de macumba ou batuque. Podia ser mais africana do que cardecista, mas não entrarei aqui na briguinha entre as várias correntes até porque ela tende a desaparecer, por conta do bom senso (todos vestimos branco) e da frente comum perante as agressões. Por conta, talvez acima de tudo, das tênues fronteiras entre tal e tal linha, existe um sombreado onde elas se sobrepõem que muda de tom e sotaque mas nos envolve a quase todos: a Umbanda é de todos nós.
Seja como for, no CCBB anos atrás uma exposição sobre o Rio Antigo trazia o desenho (aumentado para o tamanho natural) de uma moça branca de cabelos soltos "dançando em rito africano" dizia a legenda, recebendo Seu Marabô, acrescentaria eu; e isso era pelos anos 1880-90.
Ao mesmo tempo que lamentamos a demolição da casa onde começou oficialmente a Umbanda, ao mesmo tempo que esperamos que após as obras em curso o Museu da Polícia passe a franuear o acesso às coleções afro-brasileiras, notamos um pouco mais de harmonia entre Umbanda e candomblé. Vejo meu livro ser levado para eventos na Bahia apesar da pecha que se ouvia "Umbanda não vende por lá"; vejo-me receber convites de irmãos da corrente vizinha, e talvez o que mais tenha gostado tenha sido receber convite para uma Feijoada dos Pretos Velhos no Treze de Maio este ano, organizada entre outros pelo Movimento Palmares na área do Valongo; e não recebi uma só mensagem dizendo coisas como "Preto Velho nada, viva Zumbi!"
Viva também Zumbi, os Velhos e as Crianças...
E a feijoada estava uma delícia.
Saravá Umbanda!
ps- "angome" ou angoma é o tambor sagrado, como no jongo. Salve a mistura de influencias!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

replantio já!

Há umas semanas sete mulheres pintamos a sombra das árvores cortadas no baixo Cosme Velho. De ALGUMAS das árvores cortadas em todo caso. A idéia começou com um artista mineiro que simplesmente riscava com um pedaço de gesso, fotografava e punha na rede. Linda iniciativa.
No Rio decidimos pintar, talvez porque no grupo havia várias artistas plásticas ou afins. Junto a um dos locais deixamos as palavras REPLANTIO JÁ!
Desde que conheço essas vizinhas chamo a atenção para a necessidade de fazer algo pelo famoso "Campinho" de que tanto já falei aqui e pelo qual contactei várias vezes a Secretaria de Meio Ambiente. Sugeria eu às moças uma limpeza, nos moldes da que já fiz sozinha há uns anos e que acabou resultando na placa que a então Prefeitura instalou. Quatro jardineiros do município e ao mesmo tempo da comunidade cuidavam da área, além de várias adjacentes (inclusive um maravilhoso pomar que serpenteia pelas curvas da pedra, pois o campinho é servidão para o Dona Marta que tem esta subida menos conhecida por Laranjeiras.) Para quem chegou agora, a matinha em volta do campo de futebol é propriedade particular mas zona non aedificandi, e a responsabilidade de zelar pela encosta cabe à Prefeitura. Mas há vários anos está abandonada.
Ou talvez coubesse. Será que mudaram a lei? pois a limpeza foi até feita por alguém, removendo os montes de árvores mortas (cadáveres insepultos estes que me levaram a tanto reclamar junto à Secretaria em 2010) para... construir uma casa, no local de outra anteriormente embargada pela Secretaria de Meio Ambiente, com o agravante que a primeira casa botou abaixo seis pés de "sabiá" e esta nova acabou com o que havia ainda de mata por trás da construção em ruínas. Teme-se que do lado oposto da área aberta se faça o mesmo, e se assim continuar nem futebol se jogará mais ali. Aroeiras que foram cortadas criminosamente, se replantadas, ficariam coladas ao muro da casa.
Mais respeito com a vegetação; replantio já!

domingo, 23 de outubro de 2011

escutando

Consulta de fitoterapia grátis por telefone ou rede virtual, vamos combinar, não vale.
Uma dessas pessoas que sempre acontecem no caminho de todo mundo tentou, perguntando se eu não me importava. Lógico que me importo, mas lógico também que alguma dica iria dar.
Por sorte nem precisei me forçar a antipaticamente ocultar informação, porque a verdade é que de bate-pronto não tenho a menor idéia de qual erva poderia trazer alívio para dor de ouvido. Pesquisar e transmitir já seria consulta grátis.
O que passei para a moça compartilho aqui.
Na acupuntura, ouvido/orelha são regidos pelo meridiano do Rim. Observem que até a forma da orelha lembra o rim. Pode ser que você não goste da teoria das assinaturas, contudo o fato é que ouvido é do Rim. Então, se a causa não for água que entrou no ouvido (e nesse caso dizem que gotas d´álcool aliviam muito e puxam a água para fora) é preciso cuidar do Rim: não o sobrecarregando com muito sal, tentando cozinhar com o chamado "sal marinho", eliminando saleiros à mesa; hidratando-se bem (ou seja, ingerindo por dia muitos copos d´água e/ou água de coco fresco. Refrigerante não é hidratação, é veneno; e suco de frutas mesmo fresco não funciona como funciona a água.)
Como a emoção do Rim é o medo, também sugeri observar se existe algum medo profundo não enfrentado, e enfrentar.
O que esqueci de dizer, mas já estava de bom tamanho também, é que ouvido, pés, olhos, mãos e tal dando sinal, o sinal está dado e pingo é letra. O que é que ela não quer saber de ouvir?

domingo, 16 de outubro de 2011

força e energia!!!

Sinais...
Quando há dificuldades no caminho a serem resolvidas, quem tem experiência já sabe: torneiras enguiçam, chaveiros deixam cair o ornamento, tomadas apresentam defeito... e otras cositas más. Para não dizer nada do comportamento dos gatos!
A eletricidade pode mandar recados além das tomadas dos aparelhos ou da parede. Pode até dar um curto em algum lugar!
Todas essas coisas melhoram quando se tem já consciência da situação: quando se situou o problema. Ficarão totalmente boas quando for solucionado a contento.
Insetos e afins também são indicadores. Os daqui são brocas, aquele bichinho que lembra uma joaninha cor de café, uma joaninha esquisita, porque não é joaninha e sim broca... sempre ao lado do telefone. São fáceis de matar, até com o polegar.
E mate, viu? porque broca senão vai devorar os seus móveis e livros. Além do quê, matando, está tomando o controle da energia que circula na sua casa.
Um tipo de lacraia que não cresce nem morde (parece cruza de minhoca e lacraia, mas minhoca não é: possui chifrinhos minúsculos) também começa a cruzar pela casa, e aparecem mortas e SEM CABEÇA quando se ruma para a solução ou controle. Eu chamo de "lacraia mansa" por não conhecer o nome certo (muito menos o científico...) mas nem por isso é um bicho bom. Faz tempo que não vejo e não me provoca saudades..
E nem cabe falar das plantas porque seria capítulo à parte; a não ser isto: por pior que estejam as coisas, se elas estiverem viçosas (mais ainda se dão sinais de reviver onde estavam caidinhas) você está no rumo certo!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

catavento e girassol

O girassol cantado pelos maiores bardos da nossa MPB apareceu outro dia nas páginas internacionais, plantado pelos japoneses para absorver radiação. Lembro ter ouvido falar dessa propriedade, muito vagamente e há tempos- mas se os japoneses estão investindo nesse plantio é mesmo informação séria. Afinal, espada de santa bárbara/ são-jorge ajuda a despoluir e quem diz é a NASA, como já comentei. Vejo que se usa também para purificar locais palustres, ar e terra. Poderosa!
Além de usos fitoterápicos, além do óleo e das sementes comestíveis, a flor, originária do nosso continente, oferece como tantas e tantas outras o caminho para uma essência floral. Na linha de Minas, Helianthus corresponde à Heather de Bach. "Flor do Sol" em grego (helios + anthos) todos sabem que inclina a flor para o luzeiro com que se parece. Os curadores que pressentiram-lhe o uso notaram a coexistência, digamos, do sozinho e do acompanhado no capítulo floral. Porque na verdade é um capítulo, contendo mil florezinhas; e a essência ajuda aquelas pessoas que não possuem recursos em si para suportar a própria companhia. Infelizmente há.
Assim como as mais de mil flores são necessárias para perfazer um girassol, a sociedade é feita de inúmeras pessoas e Helianthus ensina a tomar nela o seu lugar, sem excessos; ninguém é o sol do vizinho para querer iluminá-lo à força com conversas incessantes e auto-centradas.
Como qualquer floral, corrige o EXCESSO. Assim como uma essência para a coragem não leva a pessoa a pular da janela achando que não vai se machucar, assim como o floral para evitar o sentimento de culpa não leva a esquecer as próprias falhas, quando existem, floral de girassol equilibra.
Que essas que estão purificando a Terra do Sol Nascente ajudem a fazer ver que a Terra é uma e todos estamos nela, como as florezinhas miúdas formando o enorme girassol; radiação, desmatamento, morte de corais, são coisas que a todos nos afetam, estejamos aqui ou nas nossas antípodas. Que são exatamente o Japão.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

doce, Beijada!

Setembro, o final de setembro, na Umbanda traz duas (em algumas linhas três) grandes festas, a das Crianças e a segunda festa de Xangô. Há orixá que tem dois DIAS da semana, e este orixá tem duas FESTAS. Normalmente os terreiros celebram uma festa só, seja em junho no São João, seja em setembro no São Jerônimo, mas é lembrado nas duas datas.
São Jerônimo é a quem devemos a Vulgata! ou seja, a Bíblia em latim, de belíssimo texto, e que serviu nas igrejas durante creio quinze séculos e ainda é citada e lida. Possuo uma, presente de um amigo padre já falecido, o que não possuo para apreciá-la plenamente são grandes conhecimentos de latim...
Nunca achei o que justificasse o sincretismo com Xangô (afinal, pedreira não é deserto, onde se recolheu o santo algum tempo) a não ser... o suposto gênio do santo, dado como "orgulhoso e irascível" além de ser dono de intensa sensualidade- o que para um sacerdote da Igreja Católica era grande empecilho. E essas características são exatamente as que atribuímos aos filhos do orixá.
Já as Crianças... como ano passado falanos muito de Cosme e Damião, vamos hoje de Crispim e Crispiniano. Na Umbanda são celebrados todos juntos e até achei uma inagem dos primeiros dada como sendo dos segundos; os católicos festejam um mês depois dos santos médicos, em 25 de outubro. Crispim e Crispiniano foram sincretizados por conta de serem gêmeos também, ou em todo caso irmãos unidos; nas religiões africanas, ou pelo menos nas que nos influenciaram, o gêmeo é algo tão importante que se um morre o outro pode e deve (certas regiôes) tê-lo simbolicamente consigo em forma de bastão, como o Rio pôde ver na exposição de arte do Benin, sacra e moderna.
Mas estes irmãos eram, ou melhor se tornaram, sapateiros, e se representam portando sapatos ou ferramenta de sapateiro... O porquê desse "como" é interessante e rico, com paralelos no folclore europeu, e deixarei para o ano que vem se Deus for servido e os Compadres permitirem... Encomendei santinhos de Cosme e Damião para as Crianças por uma graça dupla realizada ontem, e peço outra, que os pés de entes queridos pisem lépidos e fortes na ida e na volta, a bordo de seus sapatinhos... e já se sabe com que santinhos a irei pagar!

domingo, 18 de setembro de 2011

do Novo Testamento ao do-in

Ainda falando de magnetismo, e ainda sem ver resultados mas notando que a dor nos calcanhares passou, e que a parte acima das sobrancelhas por vezes se faz sentir, gostaria de lembrar aos que, trabalhando com massagem, se sentem cansados com freqüência, que massagens realizadas sem cuidados podem drenar a energia do massagista. Bem, toda terapia pode levar a isso, mas terapias em que a energia e/ou magnetismo passa diretamente do terapeuta para o paciente, muito mais.
Acredito que as técnicas em que os pontos ou meridianos específicos da acupuntura são acionados (do-in, shiatsu) apresentem menor risco exatamente por mexerem nos locais receptivos que são estes mini-chacras ao longo dos meridianos. Ainda assim massoterapeutas de medicina oriental sem dúvida poderão contar histórias notáveis. Porém se o massagista, considerando o corpo físico do paciente como uma coisa inteiriça e fechada, precisa ativar a circulação de quem trata para melhorar-lhe a saúde, circulação sangüínea ou linfática, tanto faz, aumentam os riscos; todos conhecemos gente com excelente "mão de massagem" que precisou parar, porque a cada sessão as dores próprias anulavam a vantagem financeira de estar trabalhando. E acrescente-se que muitos destes profissionais, exercendo a função em salões de beleza e afins, nem sequer são vistos como terapeutas e recebem remunerações risíveis. Para todos os casos, saber isolar o próprio campo magnético é determinante, podendo ajudar no problema ou impedir que aconteça.
Penso também que certos lugares podem ser inadequados para essa passagem de energia, por exemplo, um salão onde a massagista é explorada por clientes e donos por igual. Descompensará rapidamente. Energia é coisa séria. Lembro que uma pessoa insistiu em demonstrar seus conhecimentos de johrei para mim: numa praça, o que me preocupava. A pessoa afirmava que todo local servia. Nada entendo de johrei mas certamente não é um engodo; senti duas cobras de luz entrelaçadas projetando-se do meu corpo, uma yin, a outra yang, deduzi. Essa visão foi o único efeito imediato; o outro foi um febrão noturno, que atribuo ao local mal escolhido. Energia é coisa muito séria.
Dedicando esta crônica à massagista de salão de beleza que foi minha paciente, lembro um trecho muito conhecido do Novo Testamento. O Cristo diz, - Tocaram-me! Senti uma força sair de mim.- E de fato a mulher que padecia de hemorragias há anos acaba de se afastar, curada. E a nós que não somos o Cristo, resta cuidar bem, e de todas as formas, da energia que está em nós.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

reichenbach e a lua

Num sebo de rua achei um livrinho dos anos 80 sobre magnetismo, em francês, e como sabia pouco do tema o levei pra casa. Vi logo que seria difícil o estudo por não ter a quem perguntar. Mas vi logo que precisava sim estudar, ao descobrir folheando daqui para cá, que temos partículas de magnetita em determinadas regiões de nosso corpo. Uma delas, o calcanhar, vinha doendo muito e unicamente na hora de deitar, sem que eu soubesse o que fazer para aliviar. Algumas noites passava horas acordada, com muito sono e as fisgadas ardiam bem na hora que ia adormecendo...
Outro lugar onde temos o mineral é a dobra do cotovelo (onde sentia por vezes coceiras inexplicáveis) e acima da sobrancelha (onde senti uma única vez APÓS ter começado a trabalhar segundo as orientações do livro, uma barrinha horizontal. Por fim, quem tem o magnetismo sente eventuais formigamentos ou dores na ponta dos dedos. Desde que comecei, ainda não sei dizer como irão os resultados mas a dor passou e ao magnetizar às vezes fisga, nos dedos da mão, sinal que a dor noturna do pé era magnetismo não trabalhado. O que foi um imenso alívio, pela dor que passou e por essa aprendizagem que veio bater à porta.

Claro que o que carregamos no corpo são micropartículas, não os cristaizinhos escuros achados nas lojas do ramo, pouco atraentes de modo geral para o grande público. Digamos que carecem desse tipo de magnetismo... em compensação sabemos que ajudam a despoluir ambiente e chamar chuva: sinal de que beleza não põe mesa.
Aos pouquinhos vou trabalhando; por ora compartilho com vocês a anedota sobre magnetismo da Lua que achei no livrinho. Uma de suas fontes mais conhecidas, Reichenbach, pesquisava exatamente isto, a influência da Lua nas marés e tal, e também na incidência dos crimes. Perguntou numa delegacia novaiorquina se poderia ficar ali de sobreaviso para acompanhar a equipe que viesse a sair e lhe foi dito que voltasse tal dia porque seria Lua cheia, e tudo indicava que haveria um crime violento na cidade, provavelmente no bairro tal. Que voltasse nesse dia. Reichenbach voltou, e o crime aconteceu.
Sem desejar que criminosos nos dêem razão, podemos nós tsmbém ir trabalhando essa forma de energia que está em nós...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

prefeito, venha conhecer a horta...

Não se pode só criticar a Prefeitura do Rio, primeiro seria um tédio, depois não seria justo. A Secretaria de Cultura organiza algumas coisas legais, por exemplo. Há vida inteligente. Quanto ao meio-ambiente, li que estão usando agora biomantas de fibra de coco nas encostas; há entulho aplicado em terraplenagem (uma velha técnica: o Aterro do Flamengo é resultante da demolição do Morro do Castelo), e bem original, o reaproveitamento do asfalto. Dura três vezes mais, com juros (chega a dez anos) do que o convencional, é quatro vezes mais barato, polui menos e reaproveita asfalto de raspagens em 15% ; exige temperatura mais baixa (esse aliás é o segredo!!) o que polui menos. Tem mais, coisas que deveriam ter sido feitas há muito mais tempo, e usadas em todo o território: Clínicas da Família todas reaproveitam água da chuva, em descargas, regas e emergências. Prova que em todo lugar há gente que quer fazer e faz!
Mas o prefeito parece ter cisma, fobia de objetos verticais. Arranca fradinhos e gradis, e árvores. Muitas árvores. Já se falou disso aqui, mas é que perto da minha casa arrancaram mais algumas. Sou contra a "compensação", acho que se deve sim plantar muito pé de pau em Brás de Pina e Meriti mas SEM cortar outras noutro bairro por isso. Cortou, replanta ali mesmo e na mesma hora: em Brás de Pina como no Cosme Velho, onde uma amendoeira SEM doença alguma foi cortada, uma mangueira saudável chegou a ser ameaçada e foi salva graças à ação dos moradores, e uma figueira que atrapalhava estaciomamento removida. Que amendoeira não se planta mais em cidade, todos sabem. Só sobrevive em praça... como esta estava. Bela, saudável, não interferindo em nada com a ssuas raízes. Podemos entender que cortem árvores doentes, vá lá, ou cujas raízes derrubem prédios: o inaceitável é cimentar a cicatriz. Como estavam fazendo. Prefeito, embuta os fios de luz, deixe as copas em paz, e traga a Comlurb de volta aos seus serviços tradicionais que as ruas estão imundas!!!!!
Mas eu ganhei uma espécie de compensação verde. Não da Prefeitura, não. Meu filho, que já vinha dando mostra de grande interesse por plantas medicinais (bem gente, ele está no nível alecrim-manjericão por enquanto, deixa o menino) desenvolveu um nítido dedo verde e até, bom sinal, já foi escolhido por uma solanácea que nasceu sozinha por lá. Qual, o tempo dirá.. Erva-moura, batata, jurubeba, tudo é possivel...

domingo, 21 de agosto de 2011

chalmugra e sapucainha

Lepra, ou hanseníase que é o termo mais recente (de Hansen, médico norueguês que identificou na década de 1870 a bactéria causadora; não foi o primeiro estudioso mas ciência é isso, vale-se de trabalhos anteriores. Hansen, no afã de associar o micro-organismo à doença, tentou infectar a enfermeiros e pacientes também, não obtendo felizmente êxito nesse quesito e sim uma ação, que compreensivelmente alguém moveu contra ele!) lepra em suma é tema que desde a saga alto-medieval de Tristâo e Isolda volta e meia fascina aos escritores (vejam Vargas Llosa em "A Casa Verde"). No caso dos amantes acima, Isolda tem de jurar que foi fiel ao seu esposo o rei Marcos; não lembro se era ordália completa, com água fervente ou barra incandescente, ou se o não ser fulminada pela ira divina valia prova. O castigo seria normalmente perecer na fogueira; mas num requinte de perversidade o rei decide entregá-la à colônia de leprosos ali perto para que lhes sirva de objeto sexual.
Isolda se livra! Como? jurando que nunca houve além de Marcos, outro homem entre as suas pernas a não ser o campôneo nas costas de quem atravessou o rio. E este, claro, era o disfarçado Tristão.
Pois se na Europa por muitos séculos não existiu mesmo remédio algum para a lepra, no subcontinente indiano e no Brasil havia. No nosso caso, não tão difundido que evitasse a existência da colônia descrita por Vargas Llosa, na fronteira amazônica. Trata-se lá, da chalmugra e aqui, da sapucainha, ou chalmugra brasileira; cujo uso tópico da pasta das sementes ou do óleo cura males da pele e em particular a lepra. Há quem a considere melhor do que a chalmugra, notadamente para tratar de doentes locais; há quem tenha achado tal preferência mero ufanismo do Estado Novo. Até hoje os médicos brasileiros não se acertaram quanto a este ponto. Em ambos casos, a observação de animais ingerindo folhas e sementes levou ao uso empírico coroado de sucesso.
Aqui fica a homenagem aos curadores ancestrais, aos médicos pesquisadores, aos animais que abriram o caminho; e estando como estamos ainda em agosto: mais uma vez, Ah toto!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

flor de pitanga, curadores e licantropia

Tão pouco valorizada é a leitura no nosso país que consegui um livro de contos brasileiros clássicos, em perfeito estado, linda peça de colecionador, por dois ou três reais, não me lembro, ano passado num bazar onde qualquer livro valia menos que qualquer peça de roupa puída.
O texto do carioca Gastão Cruls, médico sanitarista e escritor, "emérito estudioso das coisas do Além", diz o prefácio, foi escolhido no seu derradeiro volume de contos, "História puxa História". Os trabalhos que nos deixou sobre a flora, fauna e costumes da Amazônia eu confesso que não li... ainda! e farei de tudo para encontrar agora. O mais elogiado, o romance "A Amazônia Misteriosa" inspirou um filme nos anos 1970 com a temática do lobisomem.
E ao redor dos lobisomens gira o conto da antologia, em que para fugir da sua sina o narrador se vale dos conhecimentos de Mãe Felisberta rezadeira amiga das ervas, que ela cultiva e com que conversa. Infelizmente Cruls não nos revela o nome de nenhuma! nem reproduz as orações. Refere a existência dos remédios e meizinhas todos feitos de plantas do quintal da Mãe e sempre preparados por ela, e nos deixa na saudade (mais um motivo para ler a obra toda de Cruls). Gostaria de pensar que uma das ervas fosse folha ou flor da pitangueira, que sempre se enfeita para a festa de Omolu. Mas não creio, o conto é ambientado na Quaresma. Porém não contando os pormenores do milagre, conta sim o nome do santo; São Roque é quem a rezadeira invoca para amenizar o destino do narrador.
São Roque, sincretizado com Obaluaiê (literalmente o Senhor do Mundo e orixá da cura e da medicina) é que tem a sua festa a 16 de agosto. Uma pesquisa rápida pelos caminhos virtuais (com destaque para as fotos de Marcelo Reis na Bahia) revela que São Lázaro, o mais associado ao orixá no RJ, tem a sua festa nas mais variadas datas (como São Benedito e talvez como outros) todas no PRIMEIRO semestre porém. Defende os fiéis contra doenças contagiosas e em particular a peste, que contraiu e de que se curou; e um cão, trazendo-lhe pão todos os dias, permitiu que não morresse de fome durante o isolamento. Por causa desse cão é que São Roque curador também cura licantropia...
Salve os curadores, médicos e rezadores, sem esquecer os terapeutas holísticos; salve pesquisadores e fotógrafos, os cães e as ervas, salve o 16 de agosto: Obaluaiê me dê o seu chapéu, a peste anda no mundo, olha as estrelas lá no céu. Ah to to!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

de bichos e dutos

Leio que na região de Mauá onde asfaltaram a estrada de terra, motivo de antiga polêmica, construíram sete zoopassagens, ou bichodutos, aproveitando trilhas escolhidas pelos animais. Isso é um mínimo, creio. Será também necessário fiscalizar sempre, acredito, para evitar que essas "passagens para pedestres" tenham destino igual às do Rio, em que só as que contam com segurança permanente não são evitadas pela população. Não sou entusiasta do asfalto, mesmo assim. Porta aberta para a degradação. Querem viver no verde mas o verde como paisagem, montados em automóvel, computador, banda larga e tudo mais.
Leio também que enviarão ao cosmos missões conjuntas de limpeza espacial, para recolher o lixo que o ser humano atira no espaço há décadas. Antes tarde do que nunca... Mas não esqueçam de levar a faxina para os oceanos, outro lugar onde o lixo fica longe dos olhos e dos corações. Atenção: afundar propositalmente estruturas de cimento ou metal que não apresentem contaminação é recurso adotado por biólogos e oceanógrafos para estimular o crescimento de mexilhões, a vinda de peixes e tal. Não é isso que vem ocorrendo nos mares de países africanos como a Somália, países onde os poderosos ocupam-se unicamente de permanecer no poder e outros de arrancá-los dali em benefício próprio. A Somália é o mais castigado por apresentar maior carência de poder público. Ali países europeus e asiáticos vêm despejando de lixo hospitalar a lixo nuclear passando por todo tipo de dejeto que assim não precisam tratar. Os mesmos países PESCAM desenfreada e ilegalmente ali; principalmente atum. Atum esse que nada nas águas contaminadas pelos dejetos.
Pense nisso quando lhe falarem de piratas na Somália. E pense nisso quando pensar em comer atum.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Atraca atraca

Em UMBANDA GIRA! escrevi, no capítulo sobre orixás, o que todo mundo diz e propaga no Rio de Janeiro sobre Nanã, que é um orixá de origem jeje. Essa informação também já achei escrita nos mais diversos textos, inclusive na Cacciatore para citar um só. Pois na Casa das Minas de São Luiz, casa jeje, é o contrário, vejo no recente e excelente trabalho sobre a Casa das Minas que a Pallas publicou. Para as religiosas de lá, Nanã seria o orixá mais velho da "casa de nagô"! Os jeje não a considerariam jeje, em suma.
Vá entender o mistério! que merecerá, no que depender de mim, pelo menos um pé-de-página em UMBANDA GIRA! quando houver reimpressão. Sincretizada com Santana, que tem a sua igreja carioca muito perto da Presidente Vargas, não porém no seu traçado, o que a poupou de ser demolida como um ou dois belíssimos exemplares de arquitetura postos abaixo pelo governo de então; perto, também do centro cultural onde se deu a linda festa africana dos últimos dias, à senhora da terra molhada, da lama origem do mundo, pertencem a lentidão, a seriedade, a cor roxa (e as flores roxas como quaresmeira, manacá, trapoeraba e thumbergia roxas) e o dia da semana que tomou para si é a terça-feira. Pois este ano o dia 26 de julho cai numa terça-feira.
Quem tem o orixá em sua coroa não se preocupa muito se a origem foi nagô ou jeje. Quer é revenciá-la com carinho, dobrado em 2011.
Saluba Nanã!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Atraca atraca

atraca atraca
Em UMBANDA GIRA! escrevi, no capítulo sobre orixás, o que todo mundo diz e propaga no Rio de Janeiro sobre Nanã, que é um orixá de origem jeje. Essa informação também já achei escrita nos mais diversos textos, inclusive na Cacciatore para citar um só. Pois na Casa das Minas de São Luiz, casa jeje, é o contrário, vejo no recente e excelente trabalho sobre a Casa das Minas que a Pallas publicou. Para as religiosas de lá, Nanã seria o orixá mais velho da "casa de nagô"!
Vá entender o mistério! que merecerá, no que depender de mim, pelo menos um pé-de-página em UMBANDA GIRA! quando houver reimpressão. Sincretizada com Santana, que tem a sua igreja carioca muito perto da Presidente Vargas, não porém no seu traçado, o que a poupou de ser demolida como um ou dois belíssimos exemplares de arquitetura postos abaixo pelo governo de então; perto, também do centro cultural onde se deu a linda festa africana dos últimos dias, à senhora da terra molhada, da lama origem do mundo, pertencem a lentidão, a seriedade, a cor roxa (e as flores roxas como quaresmeira, manacá, trapoeraba e thumbergia roxas) e o dia da semana que tomou para si é a terça-feira. Pois este ano o dia 26 de julho cai numa terça-feira.
Quem tem o orixá em sua coroa não se preocupa muito se a origem foi nagô ou jeje. Quer é revenciá-la com carinho, dobrado em 2011.
Saluba Nanã!

sábado, 16 de julho de 2011

tarraxacum officinalis e o dr Sachs

Minha filha se surpreendeu quando soube que dente-de-leão, Tarraxacum officinalis, era amarelo. Ela achava que a bola branca de sementes nascia assim... Ou os dentes do leão são amarelos como as pétalas bicudas da flor, ou a menção é, como creio, para a folha serralhada. É planta comestível da família das Compostas como a sua irmã serralha (não falei?!), cuja florzinha é vermelha.
Outro dia falando aqui de males crônicos do estômago mencionei que ele e/ou espinheira-santa agem muito beneficamente. Recomendo variar, dar pausas e sobretudo lembrar que por si só a erva ingerida, qualquer erva, não tem o poder de consertar o que está errado na vida da pessoa que foi arrumar uma gastrite. Para isso há, entre outras coisas, os remédios florais.
E justamente, “Tarraxacum” é um floral da linha de Minas. Não tem tradução no sistema Bach. Ajuda, simplificando muito, a enxergar as sombras e a morder a vida. É um floral dito de aprendizagem. Entra na “Fórmula de Aprendizado” que pode trazer muita ajuda a excepcionais (não apenas a eles) tanto autistas como portadores da síndrome de Down.
Por isso me chamou a atenção, ao reler O Homem que confundiu sua Mulher com um Chapéu, do grande doutor Sachs, que o “artista autista” (a última das 24 histórias) tenha escolhido desenhar um dente-de-leão durante um passeio, tendo muitas flores para escolher. O dr Sachs comenta que decididamente “essa era a sua planta e para mostrar o seu sentimento, ele quis desenhá-la” e incluiu o desenho no capítulo, o primeiro desenho, ressalta, que o paciente fazia inspirado na vida real e não noutro desenho. Sachs o considera digno dos “herbários medievais, meticuloso, botanicamente exato”.
O que diria Sachs conhecendo o Tarraxacum de Minas, o que faria José se tomasse a essência, só podemos intuir.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

na rua do riachuelo, quem diria

Há uns anos, deslocaram de alguns metros um dos pontos de ônibus da rua do Riachuelo. Parece nada, mas salvou da degradação total o antigo chafariz do tempo d´el-Rey, quando nem sei se a rua já se chamava Matacavalos e em todo caso Machado não era nascido, nem a sua personagem Capitu. Agora voltaram a crescer plantas saudáveis na terra um dia desepejada por alguém no seu bojo de pedra, há muitíssimo tempo sem receber baldes coletores d´água, e sumiram os anúncios grudados na sua cantaria.
O motivo não foi preservação do patrimônio... e sim especulação imobiliária. Pois o ponto agora fica na altura das grades de um prédio novo, de tijolos vermelhos. Não entrou no lugar de nada preservável, acho que havia um caixotinho cinqüentista em mau estado ali. Também parece nada... mas eu sou admiradora do pouco que se vê do edifício.
No Feng Shui existe, e isto acima de qualquer escola, o conceito de SHAR, a energia negativa gerada por vias retilíneas ao excesso. Como a Presidente Vargas ou a Princesa Isabel, no Rio. Por si só as ruas tendem a seguir ou curvas de nível ou o desenho de rios, o que impede que sejam de todo retas, quando não lhes imprime curvas violentas como a rua das Laranjeiras. Isto é desejável. Ilhas para o trânsito, pracinhas, canteiros amenizam o “shar”. Corredores longos e retos em prédios e casas também possuem shar.
Pois o arquiteto ou arquiteta do tal prédio deve ter noções desta arte chinesa. Quem espera o ônibus na calçada tem a impressão de olhar para uma rua, não uma portaria. Uma rua antiga, acrescento, e os tijolinhos aumentam a sensação. Canteiros diversos, curvas, chão de pedra portuguesa, suave declive bem aproveitado, à esquerda o ângulo (ia dizer a ESQUINA) de um bloco, ao fundo à direita a portaria que parece uma casinha da rua, casinha de outra esquina, esquinas não regulares como em cidades antigas.
Para completar, uma pirâmide de pedra ou bronze de cerca de 40 cm de altura num dos canteiros. Primeiro imaginei que a arte do arquiteto chegasse ao conhecimento de linhas Ley e que a pirâmide fosse uma cura, como ensina Marco Pogacnik. Depois vi que eram DUAS pirâmides e que era, talvez, apenas enfeite. Talvez. Possivelmente estão ali por um terceiro motivo, quebrar a refração dos ângulos, e é com esta interpretação que fico. Os ângulos incidiriam sobre os pedestres naquela calçada, entre os quais não poucas vezes estou.
Se você conhece a pessoa responsável pela obra da rua do Riachuelo, transmita a minha eterna admiração.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

emburanê, emburaná

Um amigo me conta que se curou de sinusite crônica graças à IMBURANA DE CHEIRO, estando com operação marcada, que todo dia agradece à planta e a quem lhe indicou. E me contou por conhecer essa faceta de meu trabalho.
Mas eu não conhecia imburana, nativa do Nordeste, a não ser de nome, pois é recorrente em pontos de capoeira e toadas nordestinas; e tive que ir procurar no famoso pai dos burros digital. No outro também está.
Estou em excelente companhia, pois o fantástico Herborista de Copacabana nem vende nem conhece (por enquanto, comercializando só a FAVA perfumada, cujo cheiro lembra o da baunilha.)
A fava eu vi que da Bahia pra cima se usa bastante para tratar gastrite. Nós aqui usamos dente de leão e principalmente espinheira santa (NUNCA use um fitoterápico, mesmo chá de folhas do quintal, direto dia após dia; dê paradas irregulares de dias ou semanas. Se a gastrite é crônica então precisa tratar de outra forma, acupuntura sendo dos mais indicados. Acrescento que o amigo não teria chegado a marcar a tal operação, felizmente desmarcada, se tivesse se tratado comigo...)
Contudo o que cura sinusite não é a fava nem a folha e sim a entrecasca, me diz o amigo. Quem está vendendo são os erveiros de rua, que abundam no Bairro de Fátima e outros locais.
O nome científico é Amburana cearensis, fácil e simpático; mas também é Torresea cearensis Allen, e até mesmo Bursera leptophloeos!!! vamos combinar chamar de Amburana cearensis. Emburanê, emburaná..

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Deixa essa pedreira aí...

Em uma coisa avançamos na despoluição da nossa Baía de Guanabara: um bando de colhereiros foi avistado e devidamente fotografado na Ilha do Fundão. O biólogo (inclusive há poucas semanas mencionado aqui) explica que foi replantado mangue -vermelho; árvore da família das rizoforáceas, originária do Pará, vejo no pai-dos-burros digital (também existem mangue-branco e mangue-preto, e cada uma pertence a uma família diferente).
Como o nome diz é típica de manguezais e é extremamente vivaz e expansiva: tem a peculiaridade de soltar sementes já prontas para germinar. Por isso em pouco tempo a área atraiu as aves, que Deus possa abençoar. O nome “vermelho” corresponde à cor que vemos ao se raspar a casca.
Vermelho, cor de Xangô.
Quando mencionei o trabalho heróico desse biólogo, logo antes do 13 jde junho, foi em relação aos assassínios absurdamente impunes no Pará, que além de mangue-vermelho também dá coronel sem-vergonha, polícia corrupta e madereiro corruptor. Nesse meio tempo mataram mais um. Quem diria que o vermelho do partido agora no governo iria um dia fechar os olhos para essas mortes e para a destruição (além de propor e incentivar medidas que a acelerem).
Pedi a Exu o que peço agora a Xangô, caminho para a justiça. Justiça no caso não pode ser apenas pôr na cadeia quem apertou o gatilho, nem que vá junto o mandante também; e nem isso se fez até agora. Justiça precisa ir além da retribuição e restaurar aquilo que serviu de estopim, reflorestando a área.
Peço que deixe a pedreira e exerça a sua força, pois a terra precisa dela.
Xangô, meu pai, deixe essa pedreira aí,
Umbanda tá lhe chamando, deixe essa fogueira aí;
Cauô Cabieciele! Salve o São João!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O semelhante cura ao semelhante

Esse não é o lema da acupuntura, já que yinizamos o excesso de yang e yanguizamos o excesso de yin. (Como o meu mestre dizia, “Você pode estar tão yin que uma pera pode te yanguizar”.)
Mas não tenho nada, realmente nada, contra a homeopatia, o que seria profundamente estúpido da minha parte.
Quando saiu UMBANDA GIRA!, certamente tentando descobrir quem era a criatura que conseguira a façanha de ser publicada na Palllas, algumas pessoas que espiaram o www.caminhodasfolhas.com foram ver no Google se eu fazia homeopatia, deduzo; pois eis que apareceu na tela um manifesto virtual a favor que eu assinara, e nem lembrava.
(É comum a confusão floral-homeopatia, ou floral-fitoterapia. Não esqueçamos que o doutor Bach, afinal, passou pela homeopatia.)
No início do ano alguns médicos cariocas houveram por bem organizar um “dia sem homeopatia” (sic) em que, parece, fariam passeata e discursos. Me resta esperar que este absurdo tenha sido mal sucedido de todas as formas possíveis.
Mas agora, e talvez em decorrência de atitudes como esta, fechou a antiga farmácia homeopática de Botafogo, e noto que o alopata do lado expandiu-se, com letreiro tapando o casarão: um crime contra o patrimônio. Não moro mais no bairro e não tenho certeza do mês, mas fechada está uma das casas mais tradicionais da cidade. Por fora e por dentro, igualzinha àquela do Debret. Durante um tempo até me tratei nela, depois passei para a acupuntura e não parei mais. Tinha sala de espera com bancos de madeira e assoalho gasto, fachada branca e verde. Eu cobrava o tombamento externo e interno. Nunca veio.
Em homenagem ao Ledun Palustre que um dia tomei contra infestação de micuins, aqui fica o meu pêsame ao Rio, e o desejo que a fachada branca e verde como a do famoso Alienista de Machado possa denunciar a falta de juízo, numa cidade em que farmácia alopática brota como cogumelo em bosta de vaca após a chuva, de criar mais um espaço desses às custas do bom Hahnemann.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

a bananeira que plantei à meia-noite...

Laroiê!!!!

um mês exatamente após o 13 de Maio é o dia de Santo Antônio, dedicado a Exu na Umbanda.
O assentamento dele costuma ficar à esquerda da entrada, nas casas-de-santo; e nesta posição a imagem do santo se encontra em muitas igrejas católicas, mas não consegui saber o motivo exato. Já mencionei aqui que a fama de casamenteiro do santo deve ter influenciado na hora de escolher uma figura santa para o sincretismo forçado do tempo do cativeiro; já que Exu representa a força vital e sexual. Não é à toa que a banana lhe pertence. Também mencionei um “Santo Antônio Hermafrodita” português, que teria espelhado para os escravos a dupla natureza de Exu; sem obter maiores detalhes ainda. No caldeirão borbulhante do Google, a única menção visível hoje, unindo estas palavras, é a minha de dois anos atrás...
Acredito que a posição à esquerda da entrada, se já existia naquele tempo, deve também ter ajudado. Não consegui saber o porquê com os católicos da família, e perguntar a um padre provavelmente não adiantaria... Com urgência preciso localizar um padre português e camarada que me tire todas as dúvidas!
Agora se não existir regra definida para a posição de Santo Antônio nas igrejas eu vou pensar, e muitos comigo, que a influência se deu em sentido contrário...
Existe um interessante projeto de livro sobre o uso dos cemitérios cariocas (sim, isso mesmo, o uso) e sugeri à autora, entre outras coisas, não deixar de pesquisar o rico rol de pontos cantados, cerimônias e rituais associando Exu e cemitérios no Rio de Janeiro.
Mas o meu pedido aqui ao orixá Exu para o dia 13 de junho é que mantenha vivos e atuantes os defensores das matas; que abra caminho para a justiça de Xangô; que todos nos tornemos defensores e que deixem de existir, pelo mal ou pelo bem, os agressores, pois ko si ewe, ko si orixá: sem folha não há vida, nem orixa algum.

terça-feira, 7 de junho de 2011

cinco em oito dias

Absolutamente todo mundo já falou, e não é mesmo coisa de só falar. Enquanto falamos vão matando mais gente no Pará. Nem é só no Pará, em pleno Estado do Rio lemos sobre pescadores ameaçados de morte porque denunciam despejos ilegais da Baía. Lembremos que o ambientalista que hoje monitora a Lagoa Rodrigo de Freitas antigamente trabalhava denunciando despejos semelhantes, e de tão ameaçado de morte (seguiam-no quando mudava de endereço, ameaçavam a família e por aí vai) um dia, após vários anos de luta, jogou a toalha e veio para a capital do estado.
Lemos sobre quilombolas igualmente ameaçados em Minas Gerais. Em suma, a certeza da impunidade alimenta as ameaças e a sua concretização (o pescador, na fotografia, tem uma perna engessada porque mesmo escoltado por PMs como agora anda, sofreu tentativa de atropelamento, e o criminoso fugiu).
Mal ou bem, o pescador fluminense anda oficialmente protegido. As ameaças ao ambientalista carioca se deram antes do partido de oposição, que dizia representar os trabalhadores, ser governo como é hoje. Nunca poderíamos imaginar, quando votávamos nesse partido nos tempos em que manifestava a sua indignação com outros assassinatos na mata amazônica, a presente situação de trabalhadores sem pai nem mãe, alvejados um por um – cinco em oito dias!- a polícia ausente quando não cúmplice, correntes arrastadas no chão para arrancar os tocos e plantar soja ou criar boi. Certamente campos de soja e arrobas de carne aparecerão mais em termos de PNB do que a mata intacta. Mais um malefício da carne, vocês carnívoros.
Mas nós pensávamos que o Brasil era “um país de todos”. Alguém perverteu o roteiro.
Para dar o toque fúnebre se ainda faltasse um, faleceu antes de seu último livro sair o professor da UERJ e babalorixá que tanto fez pelas folhas. Decididamente o mato está de luto.
Enquanto há vida há esperança. Nesse mês regido por Exu e Xangô, que a justiça enfim abra caminho de Brasília à Amazônia, e não se esqueça das restingas e chapadões.

PS- como a provar que ainda resta um pouco de esperança, hoje leio que a Coppe está pondo em prática um projeto de criar uma espécie de base para vegetação de restinga tendo por base lixo metálico retirado da Baía de Guanabara.

domingo, 29 de maio de 2011

sangria

O meridiano da Vesícula, cuja emoção correspondente é a raiva, é um dos mais longos do nosso corpo, descendo pela lateral externa do canto do olho até o pé. Animais que possuem vesícula, e isso vale para todos os órgãos e vísceras, possuem o meridiano, mas com menos pontos (talvez tenham até OUTROS pontos só deles segundo as espécies; nunca estudei acupuntura veterinária).
Este é o caso, portanto, dos felinos. Eu estava me preparando a trabalhar numa limpeza de situação raivosa, para controlar uma solicitação sem fundamentos que recusei, e ouvi o gato berrar uma vez só, tão alto que fui correndo ver. Toda a lateral da perna esquerda (o lado receptivo), lateral externa, regida pela Vesícula, estava ensangüentada. Muito sangue. Examinei o gato, quase tão assustado quanto eu. Não quis machucar mais, besuntei de bastante dendê e fui fazer o previsto.
Duas horas depois fui ver e o gato dormia placidamente. Quando o pude examinar, nem sombra de ferida. Olhei várias vezes, não havia nada. Nem dendê, nem sangue. Gato tranqüilo. Pele limpa.
O que pôde acontecer? O canal Triplo-Aquecedor/ Vesícula Biliar, o Pequeno Yang, dividido em Hsiao Yang do pé (VB) e Hsiao Yang da mão (T Aq) é, segundo os antigos chineses, um dos que têm mais energia do que sangue. Talvez tenha havido um sangramento dentro do meridiano (meridiano do gato; gatos servem como paraventos para emoções negativas que vêm de fora e alguns são mais médiuns do que outros) devido à raiva da situação. Sobrecarregando um canal energético que não comporta normalmente muito sangue.
Quando uma ação minha desencadeou um começo de limpeza, a primeira pulga que picou o gato na coxa externa fez sangria, limpando o meridiano. Sim, meus gatos têm pulgas, não têm aquele remédio caro. São poucas e servem de baliza energética segundo que aumentam ou diminuem. Afinal, na sessão de acupuntura acontece com freqüência de sangramento ocorrer quando se vai tirar uma inocente agulha, smepre num ponto que provocou limpeza do canal. A pulga serviu de agulha.
Ou então o Hsiao Yang sangrou sozinho, limpando. É possibilidade que não descarto. Afinal, a pulga foi picar logo no canal que precisava??

quarta-feira, 11 de maio de 2011

saravá a banda

Os tempos aqui na terra parece que vêm soprando alguma conciliação. Vejo até ex-guerrilheira apertando mão de militar. É saudável os sobreviventes de uma guerra conseguirem viver em paz e até descobrirem alguns objetivos comuns.
Estamos nos preparando para festejar o Treze de Maio, data que deveria simbolizar perdão e redenção. Em alguns círculos tinha virado moda demonizar a Princesa Isabel, em seu tempo igualmente demonizada pelos escravocratas, por insistir em usar as “camélias da liberdade” plantadas no quilombo protegido do Leblon. Ofender a sua memória é falta de conhecimento. Mas os grandes heróis da festa são mesmo os Pretos Velhos. Tenham eles “cavalos” pardos, negros, mestiços, louros ou índios; e tenham eles ainda cavalos, ou como se diz “não venham mais” porque já alcançaram a luz.
Recentemente saiu um trabalho sobre liberdade e escravidão onde fiquei triste de ler que [pesquisando o passado, podemos] “ver como os brancos eram cruéis e desumanos”. Isso nada acrescenta a ninguém. TODO cativeiro, tenho vontade de escrever para o autor, e espero um dia lhe dizer, é cruel e desumano. Assim foram os descendentes dos colonizadores portugueseses, assim foram os negros africanos que venderam os seus irmãos já escravizados por eles, assim foram os mestiços libertos que fizeram comércio de escravos, e assim foram os ciganos que Debret retratou, reproduzindo uma casa-depósito perto do Valongo, o sinistro mercado de escravos no tempo que o Rio tinha um tamanho de um ovo. E cuja restauração prometida, ainda que parcial, festejamos, para que o nome viva na memória. Censurar o passado não costuma dar certo.
Este ano organizam uma caminhada festiva na região, para saudar o Treze de Maio e a importância da herança negra na cultura brasileira. Fui convidada e vou, se Deus quiser e os Compadres ajudarem! Gostei da iniciativa, que ao invés de dizer “Treze de Maio não está com nada, viva o 26 de novembro” entre outras coisas que já precisei ouvir e rebater, estende a mão amigavelmente, relembra, homenageia e a todos respeita.
Afinal, todos nós descendemos de alguma das pessoinhas “cruéis e desumanas” mencionadas acima, e perdoamos a nós mesmos; o perdão precisa ser mútuo e abrangente. A Umbanda saúda os Pretos Velhos em sua maior festa, sáuda o fim de todos os cativeiros, os legais nas fazendas brasileiras ontem, os ilegais nas fazendas brasileiras hoje, no norte do País, na Mauritânia onde a lei já proíbe e contudo persiste; e em muitos países africanos onde o trabalho escravo ilegal e esquecido planta o chocolate que comemos.
Saravá a banda dos Velhos!

domingo, 8 de maio de 2011

onde achar seu "BASEADO"




Onde achar seu “BASEADO”

Finalmente meu livro BASEADO saiu. Comédia de costumes com sabor agridoce, foi um de meus primeiros trabalhos que ainda reconheço hoje e de que, confesso, gosto imensamente.
As duas não-ficções, (SINAIS DE VIDA & UMBANDA GIRA! ) que já publiquei se parecem entre si o bastante para não surpreender o leitor de ambas. Quem conhece, não entende é a relação com BASEADO. Ora, explico nesse instante a relação: NENHUMA!!!!!!
Quem foi que disse que só posso escrever sobre saúde holística, religião ou ecologia?! Até porque em 1995 eu apenas começava a estudar acupuntura. BASEADO já parece mais com outro trabalho meu que batalha editor ainda, AS FLORES DE CAMPO ABERTO AINDA ASSUSTAM MUITA GENTE. Pelo menos eu acho que se parecem, como dois irmãos ou primos de gerações diferente.
Onde achar o BASEADO é que é. A editora é pequena e parece que só quer saber de vendas pela rede:
Mas aos poucos vai chegando em algumas livrarias, como a da UERJ e breve a do Museu. Bom caminho para ele!




http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=442&idProduto=457

segunda-feira, 2 de maio de 2011

sabor de vingança

Não vi motivo de alegria na morte de Bin Laden, e me chocam as cenas de comemoração nas ruas norteamericanas. O quase xará do terrorista, o O-B-ama, diz que “justiça enfim se fez”.
Natural que um político deseje capitalizar esse êxito militar. Natural também, nas circunstâncias, que o exército gringo fosse em cima até conseguir, quando ninguém mais acreditava. Dizer porém que justiça se fez é demagogia, e pena que tanta gente acreditou. Tão culpados quanto o Bin Laden foram os supostos mártires do ataque e os que deram apoio aos ataques, tão injustos quanto ele os muitos que por desorientação se alegraram com as mortes do 11 de setembro, mundo muçulmano afora.
Não é sequer que com esta morte o terrorismo islâmico chegue automaticamente ao fim. Bin Laden não era Hitler, não representa a cabeça de um Reich. Tomara que não surjam outros “mártires”... Dirão, “não foi na sua terra” e isso é verdade. Compreende-se um sentimento de satisfação, somos todos humanos e imperfeitos; a euforia, a festa é que pegaram mal. Mesmo na guerra, alegrar-se com a morte do outro não é coisa de justos.
Absolutamente não têm a ver com terapia holística essas considerações; mas há horas em que é necessário tomar posição. A raiva em excesso, para não dizer que não falei de saúde, faz mal não apenas à pressão, ao coração, mas também aos olhos, o que os caminhos dos meridianos de acupuntura explicam. “Raiva cega” é uma expressão que não nasceu à toa. Que descansem em paz os mortos do 11 de setembro 2011 em Nova Iorque, os do 11 de setembro 1973 em Santiago do Chile, e todos os mortos da intolerância.

sábado, 23 de abril de 2011

"o que é isso?"

Sempre é um tanto difícil o final da Quaresma e a Semana Santa também, por maiores que sejam os esforços. Quando não houve esforço e sin desleixo, acontece como em Niterói, cidade aprazível que não merecia isto: tsunami de esgoto, um verdadeiro mar de dejetos, concreto além da metáfora. Deve haver algo nas profecias de Nostradamus sobre o aterrador esfarelamento de uma sociedade: crianças viciadas em oxi bebendo água de pilha fervida quando estão em abstinência, gente misturando cimento com crack e ácido para obter uma droga ainda mais nova do que o oxi: a brita!
Inacreditavelmente, apesar dessas drogas matarem em alguns meses, vemos testemunhos de pessoas que conseguiram parar e tentam a reintegração, não sei a que custo físico, mas pararam. Aproveitando esse sopro de esperança, compartilho o que aprendi num trabalho chamado “IN THE DEVIL´S GARDEN” onde se disseca o lado alimentício do Êxodo. Citando o Salmo 78, o autor demonstra que o maná (em aramaico “o que é isso?” realmente existiu... e existe. Os beduínos o consumem, afirma, quando é trazido pelos ventos, apanhando-o de manhã cedo, exatamente como na Bíblia; e o nome científico, “Lecanora esculenta” indica ser apropriado ao consumo, já que “esculento” significa “suculento”; é a definição do quiabo, “Hibiscus esculentus” (não sabiam que quiabo é um hibisco?)
O autor ainda explica a mortandade narrada no Velho Testamento, após a ingestão de maná e codornizes quando as pessoas “tinham ainda na boca o alimento”(Sal. 78. 30)(pois o Criador fez chover “carne como poeira e voláteis como areia do mar”(Sal 78. 27). Não foi o líquen “esculento”, o maná, que matou ninguém Foram as codornizes, mencionadas igualmente em Exôdo 16.13 (eu fui conferir também no Livro de Êxodo e destaquei, numerando, as citações existentes ou que introduzi).
Pois as codornizes de fato migram anualmente até a África do Norte; consumen heléboro e meimendro negro, segundo o autor. (Essas ervas do Velho Mundo são aliás medicinais, mas tóxicas para o ser humano em altas concentrações, principalmente o meimendro. O heléboro era muito empregado como analgésico. Analgésicos modernos também podem ser tóxicos!) As aves que caíram exaustas aos pés dos viajantes famintos estavam desidratadas, as substâncias concentradas em seus organismos, e intoxicaram aqueles que “não reprimiram o apetite” (Sal. 78. 30), comendo codornizes demais. O sopro de esperança está, obviamente, não nessas mortes e sim na descoberta oportuna dos alimentos e da água que jorrou da rocha (Ex. 17 1-6).
Essa história têm mais a ver com a Páscoa judaica, o Pessach, do que com a ressureição do Cristo; mas é a que estou com vontade de contar. Boa Páscoa quando for a Páscoa, bom Pessach quando for o Pessach, juntos pode ser que consigamos desintoxicar um país que se auto-envenenou.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

verde mesquita

Domingo agora é o dia da Lua Cheia, e também Domingo de Ramos. Um dia com vibração de folha! Por este motivo encaixa bem mencionar a referência à futura mesquita nova-iorquina que vão construir perto das antigas Torres Gêmeas.
Nos diz a coluna Eco Verde do “Globo” que a mesquita será... verde. E podemos ver que verde em mais de um sentido (não esclarecem se fisicamente também). Bem, verde é a cor da religião muçulmana como muitos sabem. Mas a mesquita, que causou e ainda deve estar causando bastante polêmica, será ecologicamente sustentável com selo LEED dado a prédios... verdes. Iluminação natural, energia solar para aquecer e água toda aproveitada (não está na nota, mas já que falamos de cores, água “cinzenta” é por exemplo a que sai das pias e chuveiros, mais fácil de reaproveitar.)
Esta terapeuta aqui é fundamentalmente contra os fundamentalismos, contra a burca, os talibãs e os véus integrais. Dá toda força aos que na França, da esquerda à direita, querem vê-los bem longe da praça Notre-Dame e do metrô Belleville. Mas neste momento de tanta intolerância em Nova Iorque, nos campos do Paquistão e alhures, uma iniciativa como essa é tanto mais bem-vinda que pretende investir, cito a coluna, em “arte, cultura, pluralismo, valorização da cidade e profundo respeito ao planeta”.
Desejo que todas essas boas intenções de fato aproximem comunidades e induzam a cada vez mais respeito ao meio ambiente. Principalmente, que sirvam e semente verdejante (a cor da esperança é verde também) para muitos edifícios comunitários pelo mundo, dedicados a toda forma de integração.

terça-feira, 5 de abril de 2011

deixe de dengos

Não deu outra, o tipo 4 da dengue chegou ao Rio. A vantagem é que parece dura pouco, julgando por um amigo que a contraiu. Não se fica prostrado dias e semanas convalescendo como no tipo um. Não vamos soltar foguetes, até porque a hemorrágica (salvo engano tipo 2) sempre está a postos e matando gente.
Como alguns particulares, e também responsáveis por não poucos prédios oficiais continuam deixando acumular água em pneus, latas, pisicnas desativadas, traseira de camionetas e o escambau, inclusive no centro da cidade, nunca estaremos de todo a salvo.
Mas podemos não só comer inhame todo dia, preventiva e curativamente (o amigo citado é biólogo e comeu bastante) como examinar atentamente a nossa casa. Dizer “não tenho pneus na varanda, no pátio” e “tirei há anos os pratinhos de debaixo dos vasos de planta” é pouco. Todo pernilongo aprecia a água das paredes molhadas após a sua chuveirada. Uma garrafa de água sanitária furadinha na tampa deve residir no banheiro em permanência, e esguichada após cada banho (ou série de banhos se várias pessoas vão todas tomar de noite, de manhã, mais ou menos à mesma hora) ajuda muuito. Impossível dizer que assim estarei sempre a salvo da dita cuja. Mas digo sim que durante todo o verão houve poucos pernilongos, nenhum deles Aedes, não precisando usar nem velas especiais nem outro recurso a não ser óleo de andiroba (o mesmo que mata piolhos) nas áreas expostas antes de dormir, para evitar que o eventual mosquito turista me desperte com zunidos.
Sim, essa recomendação o governo esquece de fazer. Mas já divulgou que o mosquito prefere a água limpa a cerca de um metro do piso, as gotas de depois do banho que demoram a secar. E os outros pernilongos também adoram.
E mesmo não morando em andar baixo (mosquitos voejam, e viajam muito bem de elevador) fiscalize poças d´água na rua, ralos externos da casa ou do prédio, e afins. Eu contrai o tipo um, na primeira epidemia, morando no décimo quinto andar!
Agora, se contrair, acupuntura acelera muito a cura. A esposa do zelador saltou do carro dele se queixando que o mal-estar da convalescência não acabava nunca, que tinha vindo só explicar à patroa; fiz um atendimento rápido e informal com sementes na orelha e para espanto de ambas ela trabalhou e não sentiu mais nada.
Já comprou a provisão de inhame da semana?

domingo, 27 de março de 2011

miau!

Há muito tempo não falo de animal doméstico. Não se pode dizer que casulo de borboleta seja animal doméstico... Meus gatos me ensinam tanta coisa que hoje o dia é deles.
Nunca aprendi acupuntura para gatos, embora seja evidente para o acupunturista dono de gatos a localização dos pontos que possuem (têm bem menos do que humanos). As tentativas não são toleradas além de dez minutos (quem sabe é o tempo certo para gatos) e aurículo-acupuntura com sementes não é de se cogitar porque os óleos presentes na orelha deles não permitem a fixação, além de sempre haver alguns pelinhos.
Mas na verdade não vejo necessidade, eles se dão muitíssimo bem com florais. O fato de cães e gatos se darem bem com essências florais é a prova de que o floral funciona, não são indutíveis psicologicamente. E até se fosse, o fato é que dá certo. O que acontece é que em geral só dou uma vez por dia, quando muito duas, e não quatro como pessoas tomam. Como gatos têm facilidade para aprender vocabulário se a gente sempre usa as mesmas palavras na mesma circunstância, só falar do “remedinho” costuma motivar salivação e estalar de língua, porque eles adoram. Quem usa floral de Bach dizem que sempre deve incluir Water Violet pra gatos, obrigatoriamente se é o único da casa. Quase sempre uso de Minas, às vezes acrescentando essência de jurubeba que eu mesma preparo (nada de extraordinário nisso, e existe noutras linhas nordestinas).
A psicologia aplicada é extamente a que se aplica a pessoas. Se é necessário harmonizá-los uns com os outros, Lantana funciona bem. Lantana é a essência do cambará, aquela florzinha colorida que nascem umas trinta miudinhas em cada “flor”; planta altamente holística. Pulgas praticamente desaparecem quando as coisas vão o melhor que podem, se entra alguma negatividade aumentam na mesma hora e se esta vai sendo dobrada, torna-se subitamente mais fácil achá-las. Pequenas lesões na pele são muito mais comuns em gato de pelo raso, sabe-se lá por que motivo (conto se um dia descobrir) e estes são também mais nervosos. Na garganta e ao redor da boca, problema na comunicação; em geral na boca são fungos pretos e somem quando se diz o que é para dizer. Garganta é mais quando ainda não se sabe de algo. Naturalmente, se pode e se deve ir tratando a lesão e não apenas a situação. São úteis babosa, água oxigenada, floral de jurubeba e o grande cicatrizador dendê, segundo intuo e tenho em casa. Água de aroeira é excelente mas sai caro usar para gato... como se fosse gente, não passe no alto da cabeça do animal.
Crista de pelos ao longo da espinha dorsal indica o que o dono já notou, hiperatividade ou gato mandão, dono do pedaço. Tenho um macho e uma fêmea assim; os de dorso liso são mais conciliadores. Aproveite estes sinais que o seu animal lhe transmite para aprender e crescer, melhorando a cmunicação com ele mas principalmente com o Universo. E descobrindo novos sinais, ensine aos outros, e não se esqueça de me contar!

sexta-feira, 18 de março de 2011

de casulos e carrapatos

Minha prima que sempre recebe visitas de pelo e de pena em seu quintal recebeu a de um filhote de paca perdido, o que é triste. Só não é mais triste porque quem achou foi ela. Aqui por outro lado já veio alma-de-gato (um passarão com enorme rebo reto e pardo. Talvez pensassem que ele gostaria de ser um gato, daí o rabão?) vem muito aquele “sabiazinho” de bico longo que canta bonito e também chia feito sapo, e agora estamso com um amigo biólogo monitorando um casulo jacareiforme, não há outra descrição possível, que segundo ele contém uma borboleta, e enquanto isso a lagarta, que às vezes põe a cabeça de fora afim de andar mais rápido, devora frondes de dormideira gigante (bem, eu chamo de Mimosa IMpudica ) e semente de guiné-pipiu, o que não parece digesto à primeira vista...
Como a natureza é sábia, a mimosa não se ressente em absoluto da comilança, que encara como uma poda delicada e contínua. E a lagarta se desloca sempre, até nos períodos em que só come fronde de mimosa; o amigo biólogo concordou com a minha interpretação que os deslocamentos visam instintivamente a proteger a planta, equilibrando as podas, e a si mesma, pois numa planta enfraquecida ou careca ela seria presa fácil para o bicho maluco o bastante que a quisesse devorar.
Enquanto isso também, tenho o desagrado de ler na coluna da Rónai, não muito longe do Rio mataram 24 capivaras porque portavam um tipo de carrapato. Sim, carrapato transmite a perigosa doença de Lyme, de que até falei aqui... Tenho de fazer minhas as palavras da moça, isso é como sair matando políticos porque portam o carrapato da corrupção. Melhor seria desinfectar as capivaras VIVAS, como fizeram com elas mortas. Adormecendo as bichinhas com aquele dardo e cuidando. E o carrspato segue vivinho no mato, senhores. Essa lógica é como tirar fora o sofá da sala porque o vizinho... bom, todo mundo conhece o paralelo..
E para não dizer que não falei do Japão, sempre que leio que sem a energia nuclear não dá para manter o padrão, penso que é apenas mais uma prova de que o padrão está errado.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Caminhos da energia

Fui fazer uma sessão de acupuntura em mim, apesar de ter feito “manutenção” na véspera. Manutenção não é garantia de não entrar alguma carga, e às vezes entra. Tratei só pontos do Estômago e um do Coração, para o Fogo nutrir a Terra. Como era um estado mais para “agudo” e tomado logo nas primeiras horas, o efeito foi palpável.
É comum a pessoa nos dizer, - Aqui está espetando muito! - e ouvir, - Eu não lhe pus agulha desse lado, é a sua energia trabalhando.
Mas nada me preparara para sentir tantos pontos do “outro lado” trabalhando. Primeiro e quase todo o tempo um ponto do braço oposto, ponto do Intestino Delgado. Essa víscera pertence ao elemento Fogo, como o Coração, mas é Fogo yang, mais superficial, ou seja trazendo para fora a energia negativa que tentara se instalar. Por que despertou esse ponto em particular, porque é um ponto forte daquele canal.
Ainda me “falaram” dois pontos da Vesícula Biliar, um perto do olho, no início do canal, e no final da sessão no tornozelo, significando que a energia suja estava sendo conduzida para fora; sempre é melhor sentir dores ou sesnsações afins descendo do que subindo. E um do queixo que eu pensara espetar e decidira não mexer: tratou-se sozinho. E o tempo quase todo, o ponto do braço.
Sempre bom acrescentar que passou o mal-estar. E ainda se encontram pessoas, como aquele inglês maluco que mencionei aqui algumas vezes, pra dizer que acupuntura é pura imaginação...

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

cristalinamente louco

Achava eu que depois da bomba atômica e do photoshop seria impossível inventar nada mais perigoso ou mais idiota. Claro que estava errada, vi outro dia que físicos pesquisam a invisibilidade. Com a ajuda de cristais!
Já houve sensitivos como Richard Gerber para afirmar que cristais foram usados indevidamente na Atlântida. Mas teria sido na Atlãntida, e teriam sido os de quartzo incolor, os reis dos cristais. Agora se trata de lâminas de calcita.
Os cristais com freqüência têm vários níveis de refração, sendo possível adquirir nas lojas especializadas por exemplo esmeraldas e rubis opacos e relativamente baratos, mas que já têm o poder de cura semelhante à pedra preciosa. A parte nobre do veio, a gema, é que é fora de preço.
Como terapeuta conhecia apenas a calcita como pedra fosca, áspera, amarelo-ovo ou laranja e também azul-celeste. O mais próximo à gema seria a calcita branca, mais translúcida e lisa ao toque, possuo um exemplar. Calcita amarela dá força à mulher, pedras azuis harmonizam o chacra da comunicação. Na época em que vendi cristais terapêuticos, havia sempre duas ou três garotinhas que eram freguesas certas, perguntavam tudo e achavam uma graça imensa no nome, eu brincava com elas que não era “calcinha amarela, viu gente!”
Essas pedras podem e devem ser postas durante a sessão nos chacras adequados, que nada mais são do que pontos de acupuntura do Vaso da Concepção e Vaso Governador. Porém aí os pesquisadores estão trabalhando com finas lâminas de calcita gema, mais do que translúcida, transparente, e o acúmulo delas parece que já permitiu “fazer desaparecer” da vista e segundo o ângulo, um pequeno objeto.
Não vou tecer comentários sobre o que de nefasto pode daí advir pra não dar ideias à moçada, que delas não carece. Mas creio que esse sonho de infância que todos tivemos, ser invisível, como sonho está muito bem. Rendeu livros e filmes também, transpor para a vida real é que é de arrepiar. Quando o cidadão pede mais “transparência” ao governo, não é disso que estava falando...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

adaptando

A maioria já sabe, Feng Shui começou com as tumbas dos ancestrais. Quando a técnica se expandiu para as casas dos vivos, criou-se o termo YIN feng-shui para os mortos, e YANG feng-shui quando aplicado aos vivos. Ou seja, houve uma adaptação. A bússola clássica chinesa é, segundo a especialista Eva Wong, indispensável para a modalidade yin. Mas para medir a porta das casas, serve a comum, infinitamente mais barata e mais fácil de achar. Houve aí também uma adaptação.
Havia uma técnica dentro do Feng Shui que recomendava, para descarregar um espaço, dar todas as descargas e pior, deixar todas as torneiras abertas durante não lembro quantos minutos. A técnica já se adaptara à água encanada. Mas precisamos ir além e nos adaptar aos novos tempos, esquecendo que ela exisitiu: ela não cabe mais na realidade do século XXI. Para os espertinhos, acrescento que não era só chegar e chuááá. Havia uma série de procedimentos, viu gente?
Da mesma forma, receitas para oferendas no afro-brasileiro que comportem velas acesas no mato simplesmente não cabem no mapa. Não digo sequer “não cabem mais” porque nunca deviam ter entrado. Já foram também uma adaptação à parafina, e antes dela à própria vela. Nem vale usar pequenininha dizendo que vai esperar até o fim, porque de repente acontece algo e não espera... Vela no mato, só na beira do rio, cercada de areia molhada por todos os lados, quase dentro d´água. E olhe lá... Para os outros casos eu recomendo um cristal. Cristais contêm dentro de si uma chama simbólica. Mais uma vez, adaptação. Dizem os biólogos: vence o bicho que sabe se adaptar.
Há um texto meu falando sobre meio ambiente e adaptabilidade no ESOTERA qe está nos locais habituais.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

a vacina do pajé

Quando comecei a estudar fitoterapia comprava os livros à medida que os encontrava, e na minha estante existe um, chamado “Plantas que curam, plantas que matam” de uma editora portuguesa. Um pouco maniqueísta para o meu gosto. Na seção de plantas horríveis feias malvadas está o tabaco.
Ora, além de servir para elaborar florais CONTRA o tabagismo (ninguém duvida que o cigarro faça mal; sei que Minas tem essa essência, e outras linhas também; presumo que funcionem já que florais de um modo geral funcionam maravilhosamente, mas esta ex-fumante parou há muito tempo sem floral nem adesivo, e quem chega aqui, até socialmente, por acaso nunca é fumante) além desse uso vibracional, e além da clássica receita para afastar pulgões das folhas do quintal, leio que de uma variedade de tabaco vem sendo desenvolvida vacina contra febre amarela, mais segura do que as existentes. Ah, e é criada no Brasil, por pesquisadores da Fiocruz.
Isso é um belo retorno de carma para os detratores da planta. Nenhuma planta é feia horrível malvada, nem a coca (muito menos a coca, que é usada em ritos divinatórios andinos e ainda serve para curar o “sorocho” de quem chega da planície) nem outra alguma. Um pouco como no caso dos pitbulls, quem tem culpa do mau uso são os seres humanos. Se a espécie está ali, cumpre uma função. (Sim, até barata. Mas não na casa da gente! Que sirva bem longe daqui de alimento para os animais – e exóticos humanos- que a têm por iguaria...)
Claro que na magia ainda existe outro uso para o tabaco. Nas Américas, o fumo tradicionalmente ajudava e ajuda nas divinações; em cachimbo ou charuto. Na Umbanda a maioria dos guias adultos fumam uma coisa ou a outra: mais uma vez ajuda à divinação. E a fumaça pode ajudar o guia a defumar e mesmo a curar um consulente. Ou seja ninguém precisa frequentar a terra daquele moço soturno do cavalo e do chapelão para aprender com essa folha de usos múltiplos, como são múltiplas as facetas do entendimento.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O melhor som do mundo

Pensou que eu ia falar de rock ou afins? Quem é de samba geralmente não fala de “som”, fala de samba mesmo. Mas o barulho a que me refiro não é musical. Pensei muito antes de rotulá-lo o melhor barulho do mundo e estou convicta, ele mesmo. Barulho de chuva, de mar (Odoyá! hoje é dia 2 de fevereiro) de vento nas árvores... barulhos ótimos mas, comprove-se, não produzem o mesmo efeito porque o mar e o vento prescindem inteiramente de nós.
O melhor barulho do mundo eu ouvi ontem, e é barulho de criança brincando, criança grande, que não choraminga, em dia que não era de aniversário. Isso é importante porque não havia parabéns, e principalmente não havia animadores armados de megafones ou microfones pra infernizar o bairro inteiro.
Por que me encantou tamanhamente? Bem, primeiro me senti encantada, depois fui analisar as razões. Criança é sempre bom, claro, mas não foi isso. Achei animador comprovar que crianças sem dúvida plenamente incluídas na era digital conseguissem brincar tão bem. Até meia-noite, sem um único choro nem palavrão. Sem adultos a orientar. Sem um espaço especialmente pensado para elas, pareciam brincar no corredor de serviço a céu aberto do prédio vizinho. Sem bolo de aniversário... só na base da criatividade.
Um grupo de adultos a festejar não produziria o mesmo efeito. Para início de conversa, adulto não brinca, bebe. Sai a magia, entra o álcool, com os seus vários estágios, leão, macaco, porco, e tal. Adulto já costuma precisar de umas muletas assim. Os pirralhos se divertiam sem parar para beber nem comer. Estava trabalhando e os ouvia. Conviviais, harmoniosos, apesar de já haver pelo timbre e o barulhinho dos saltos uma garota entrando na adolescência. Primos? Talvez.
Nesse dia de Lua Preta, que simboliza renovação, sinto-me alentada que algo tão antigo, singelo e forte siga existindo, e o desejo eterno e generalizado. Que possam renovar dignamente esse mundo. Nesse dia em que vai principiar o ano astrológico do Feng Shui, foi um bom augúrio para a espécie humana que deles tanto carece. Nesse dia Dois de Fevereiro, dia da mãe do mar, de onde todos viemos, peço à mãe d´água, um pouco mãe de todos nós, até quando não carregamos o seu axé, que olhe por seus filhos menores e lhes dê ensinamento, caminho e proteção. Odo Yá!

domingo, 23 de janeiro de 2011

de abraços e chuvas

O calor racha miolos e asfalto, sinto-me culpada por desejar a chuva (mas um jornalista escreveu outro dia que não é a chuva que deve ir pra cadeia), por não ter escrito uma linha sobre a catástrofe deste ano (o Marcos Palmeira, que tem sítio ecologicamente sustentável na região, já fez isso muito bem), e o que me vem á mente e gruda que nem chiclete são considerações sobre os abraços. Tá, Eduardo Galeano também já escreveu sobre abraços, mas os meus são bem pão pão, queijo queijo e nada simbólicos.
Dia 31, eu virei a meia-noite (a suposta meia-noite. É horário de verão...) sozinha porque não queria que os primeiros abraços do ano fossem com pessoas nada próximas. Fui pro mar e lá fiquei. Pois na semana passada, antes da Lua cheia, entre segunda e sábado, veio uma enxurrada de abraços, de família, de paqueras antigos e novos, em suma, me pergunto se tanto abraço teria havido sem a minha atitude radical.
Às vezes é preciso saber rejeitar algo que a vida oferece porque realmente nos desmerece aceitar (tanto que o paquera novo rodou porque olfactivamente não encaixou), e há outros momentos em que se precisa aceitar o que fica aquém do pretendido porque é o que dá para colher. Como distinguir?
Além do seu eu superior, consulte, observe os sinais. Veja se as suas plantas, a sua pele, os seus animais aplaudem a sua decisão. E quando se fala de pele não é apenas o que os fabricantes de sabonete chamam a "cútis"; não apenas o estado da epiderme, mas a sensação que por ela passa. Se uma pessoa lhe faz trincar os dentes, você não deve abraçá-la... por irresistível que ela se ache. Se uma situação lhe cai mal, não fique. Na aurora dos tempos usávamos infinitamente mais o nosso sexto sentido; cuide bem do seu porque não se sabe em que ponto a curva se fecha e o antes pode virar agora; a seguir derretendo o mundo como estamos fazendo, pode ser para já.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Jonas usando chapéu

Reclamar adianta, mentalizar também: de tanto eu reclamar acabaram destocando o tronco seco na esquina e plantando ali algo que ainda não identifiquei mas não é oiti, nada contra mas já há muitos... De tanto eu incomodar pedindo licença para plantar Thevetia peruviana acabaram plantando duas, quase no Largo do Machado. Parabéns ao Rio que ganhou dois pés de árvore tão bonita. (Sim, querer licença para plantar coisa que seja é pedir demais principalmente a governantes que querem mas é cortar para “compensar” plantando noutro local... Separei algumas sementes pro meu herói, sr João Severino, que arborizou toda a Estellita Lins. E antes disso tinha levado outras pra encosta aqui perto, breve irei ver como estão.)
Thevetia não serve para remédio e suas flores até onde sei não inspiraram floral. Vendo as flores de jurubeba branca (Solanum asperolanatum) senti a compulsão de elaborar uma essência que sempre uso (e depois descobri que no Nordeste outros preparam também) já as lindíssimas flores em tons de fogo da árvore amazonense ainda não me falaram n´alma. Talvez por ficarem distantes daqui todos os pés existentes, em termos de transporte para essência floral. Vingando algum aqui pertinho, quem sabe? O “meu” se mantém pequeno e falastrão, sem flores nem frutos.
Outro nome dela (às vezes há mais de um nome científico, e demora até um ser o “oficial”) é Crysophyllum lucumifolia. Bem, lúcuma é uma árvore frutífera amazonense, que nunca vi mas agora imagino como sejam as folhas, estreitas e lisinhas; e no Caribe existem outros tipos de Crysophyllum/Thevetia; o nosso, pelo menos, de frutos eminentemente impróprios para o consumo.
Mas fortes! Servem de proteção e talismã para muitas linhas diferentes. Pelo nome popular usado se tem uma ideia de onde vem a pessoa: do Rio à Bahia, chapéu-de-napoleão; São Paulo para baixo usa o nume tupi aguaí; ignoro os nomes que a Amazônia usa, afinal veio de lá; e o Nordeste usa o nome masculino Jonas.
Eu hein?! Pensei das primeiras vezes, um nome tão sem graça para planta tão feminina, se a moda pega vão batizar de Zé, Waldomiro... Me ocorreu depois que o caroço do fruto, pardo e deitado dentro do fruto barrigudo de forma vagamente pisciforme, pode sim lembrar o Jonas engolido pela baleia. Um sistema de referências menos políticas e mais bíblicas do que “chapéu de napoleão”. Meses atrás fique triste ao visitar os de Botafogo, um dos três estava doentinho. Outro dia se recuperara e já havia mais três novinhos e floridos, uma colônia de aguaí. Agora é o da Cobal que está tristinho, que em 2011 se recupere e dissemine muitos rebentos maravilhosos de se ver!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

só agora começou

Quem trabalha com astrologia ou magia sabe, ciclos não iniciam em final de Lua. Portanto o ano novo só pensou em começar mesmo na terça-feira, dia da Lua Preta. (E para quem trabalha com Feng Shui tradicional a virada é no Ano Novo chinês, não por alguma deferência à nação inventora da técnica, mas porque o ano Novo deles não começa quando começa à toa.)
Mesmo sabendo disso todos preferem passar a data alegres e em boa companhia. Nem sempre se consegue. E a fase da Lua influi com certeza. A virada minha ano passado (alguém lembra do luão quase cheio?) foi uma das minhas Cinco Melhores. Desse ano foi como a maioria, na base do mais ou menos. Não se compara a uma das Três Piores (não vou contar) porém como diversas viradas minhas e de todos, tendeu como definiu o grande Vanzolini pra “um pouco mais menos do que mais”. (Tive, mais uma vez como todos, diversas outras um pouco mais mais do que menos, fiquem tranquilos.) Na hora H preferi entrar o ano honestamente sozinha com os pés dentro d´água; as pessoas com quem teria visto a meia-noite romper (mais um parêntese? mais um: meia-noite de verdade é uma hora depois, gente, se estamos no horário de verão...) essas pessoas, dizia, acabaram não podendo descer e me despedi das outras minutos antes. “Na base do mais ou menos” não deixa ninguém muito animado por mais que se saiba astrologia. Mas no último dia da Lua precisei ajudar uma pessoa que na rua passava por uma crise nervosa e claro, vem aquela coisa que tem gente passando pior do que a gente. A pessoa inclusive escreveu para agradecer o que foi simpático e confortador.
Agora virada ruim mesmo passou a psicóloga que se trancou na mala do carro alheio e passou ali três dias (os que faltavam praquela lunação terminar, por sinal). Hoje é o primeiro dia da Lua e bola pra frente...