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sábado, 23 de abril de 2011

"o que é isso?"

Sempre é um tanto difícil o final da Quaresma e a Semana Santa também, por maiores que sejam os esforços. Quando não houve esforço e sin desleixo, acontece como em Niterói, cidade aprazível que não merecia isto: tsunami de esgoto, um verdadeiro mar de dejetos, concreto além da metáfora. Deve haver algo nas profecias de Nostradamus sobre o aterrador esfarelamento de uma sociedade: crianças viciadas em oxi bebendo água de pilha fervida quando estão em abstinência, gente misturando cimento com crack e ácido para obter uma droga ainda mais nova do que o oxi: a brita!
Inacreditavelmente, apesar dessas drogas matarem em alguns meses, vemos testemunhos de pessoas que conseguiram parar e tentam a reintegração, não sei a que custo físico, mas pararam. Aproveitando esse sopro de esperança, compartilho o que aprendi num trabalho chamado “IN THE DEVIL´S GARDEN” onde se disseca o lado alimentício do Êxodo. Citando o Salmo 78, o autor demonstra que o maná (em aramaico “o que é isso?” realmente existiu... e existe. Os beduínos o consumem, afirma, quando é trazido pelos ventos, apanhando-o de manhã cedo, exatamente como na Bíblia; e o nome científico, “Lecanora esculenta” indica ser apropriado ao consumo, já que “esculento” significa “suculento”; é a definição do quiabo, “Hibiscus esculentus” (não sabiam que quiabo é um hibisco?)
O autor ainda explica a mortandade narrada no Velho Testamento, após a ingestão de maná e codornizes quando as pessoas “tinham ainda na boca o alimento”(Sal. 78. 30)(pois o Criador fez chover “carne como poeira e voláteis como areia do mar”(Sal 78. 27). Não foi o líquen “esculento”, o maná, que matou ninguém Foram as codornizes, mencionadas igualmente em Exôdo 16.13 (eu fui conferir também no Livro de Êxodo e destaquei, numerando, as citações existentes ou que introduzi).
Pois as codornizes de fato migram anualmente até a África do Norte; consumen heléboro e meimendro negro, segundo o autor. (Essas ervas do Velho Mundo são aliás medicinais, mas tóxicas para o ser humano em altas concentrações, principalmente o meimendro. O heléboro era muito empregado como analgésico. Analgésicos modernos também podem ser tóxicos!) As aves que caíram exaustas aos pés dos viajantes famintos estavam desidratadas, as substâncias concentradas em seus organismos, e intoxicaram aqueles que “não reprimiram o apetite” (Sal. 78. 30), comendo codornizes demais. O sopro de esperança está, obviamente, não nessas mortes e sim na descoberta oportuna dos alimentos e da água que jorrou da rocha (Ex. 17 1-6).
Essa história têm mais a ver com a Páscoa judaica, o Pessach, do que com a ressureição do Cristo; mas é a que estou com vontade de contar. Boa Páscoa quando for a Páscoa, bom Pessach quando for o Pessach, juntos pode ser que consigamos desintoxicar um país que se auto-envenenou.

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