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sexta-feira, 17 de junho de 2011

O semelhante cura ao semelhante

Esse não é o lema da acupuntura, já que yinizamos o excesso de yang e yanguizamos o excesso de yin. (Como o meu mestre dizia, “Você pode estar tão yin que uma pera pode te yanguizar”.)
Mas não tenho nada, realmente nada, contra a homeopatia, o que seria profundamente estúpido da minha parte.
Quando saiu UMBANDA GIRA!, certamente tentando descobrir quem era a criatura que conseguira a façanha de ser publicada na Palllas, algumas pessoas que espiaram o www.caminhodasfolhas.com foram ver no Google se eu fazia homeopatia, deduzo; pois eis que apareceu na tela um manifesto virtual a favor que eu assinara, e nem lembrava.
(É comum a confusão floral-homeopatia, ou floral-fitoterapia. Não esqueçamos que o doutor Bach, afinal, passou pela homeopatia.)
No início do ano alguns médicos cariocas houveram por bem organizar um “dia sem homeopatia” (sic) em que, parece, fariam passeata e discursos. Me resta esperar que este absurdo tenha sido mal sucedido de todas as formas possíveis.
Mas agora, e talvez em decorrência de atitudes como esta, fechou a antiga farmácia homeopática de Botafogo, e noto que o alopata do lado expandiu-se, com letreiro tapando o casarão: um crime contra o patrimônio. Não moro mais no bairro e não tenho certeza do mês, mas fechada está uma das casas mais tradicionais da cidade. Por fora e por dentro, igualzinha àquela do Debret. Durante um tempo até me tratei nela, depois passei para a acupuntura e não parei mais. Tinha sala de espera com bancos de madeira e assoalho gasto, fachada branca e verde. Eu cobrava o tombamento externo e interno. Nunca veio.
Em homenagem ao Ledun Palustre que um dia tomei contra infestação de micuins, aqui fica o meu pêsame ao Rio, e o desejo que a fachada branca e verde como a do famoso Alienista de Machado possa denunciar a falta de juízo, numa cidade em que farmácia alopática brota como cogumelo em bosta de vaca após a chuva, de criar mais um espaço desses às custas do bom Hahnemann.

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