Ainda falando das "ewe" e nesse tempo de eleições municipais, mais do que nunca.preocupa a situação do chamado campinho de futebol de Laranjeiras, no sopé do Dona Marta. Na verdade é uma matinha e um pomar, cujo acesso se faz pelo campinho de futebol. Ao redor já há vegetação. Lixo de todo tipo desce a encosta na chuva e resíduos recicláveis de lanches que poderiam ter sido consumidos noutro local aumentam a bagunça. Ao perceber a imundície, anos atrás, liguei pra companhia de limpeza urbana que declarou ter vistoriado e encontrado o campo limpo. De fato os metros quadrados onde os garotos jogam são livres de entulho. A parte com vegetação já foge do âmbito da Comlurb. Avisei a associação de moradores que jamais se interessou pelo assunto. Tentei um órgão do Estado e informaram não ser ali.
Acabei divulgando nos grupos de discussão de que então participava uma tarde de limpeza num domingo a que dei o nome de Programa de Índio já que afinal os primeiros moradores dessas terras não depredavam como a civilização" depreda e destrói. A única pessoa que se dispôs a vir teve em cima da hora uma gravação, e sozinha retirei dois sacos e meio (dos grandes, pretos) de lixo reciclável em estados variados de preservação. Ficou limpo!
Diversas pessoas vieram elogiar (ajudar, é ruim..) mas o real e imediato resultado foi que dias depois um muro de tijolos se erguia entre as aroeiras e sabiás (árvores). É que a área tinha dono, mas como vim a saber era non aedificandi mesmo assim. Acabei descobrindo o órgão certo para denúncia, e ao mesmo tempo os jardineiros do município- que sabiam a quem recorrer, e fazem um trabalho primoroso no pomar por eles plantado-denunciaram também, e a obra foi sustada, o dono, presumivelmente, multado pelo corte de 4 sabiás, e uma placa do órgão colocada. Entre o começo do muro e a ordem da Prefeitura, os jardineiros disseram que outros donos tinham andado medindo, com medo de perder o terreno. Ou seja, tudo sujo, tudo bem!
A área voltou a ficar imunda e agora recolho quando por lá vou só o que cabe nas mãos. O que desanimou foi o corte da aroeira velha e os despachos que ficam lá, com toalhas de náilon, vidro e outros materiais que a terra não absorve e ainda por cima são combustíveis, numa cidade que conhece também períodos muito secos.
Que o futuro prefeito olhe pela educação ambiental acima de tudo, em todo lugar. Que os moradores de encostas e morros separem o seu lixo e o levem para baixo, nas áreas em que o gari não sobe. Que as pessoas que tenham despachos a oferecer dêem preferência a materiais que a terra come, ou os venham recolher dias depois.
E que jamais, em hipótese alguma deixem velas ardendo na mata. Vamos acender uma vela bem longe dos troncos e das copas, das delicadas ervas medicinais, para que os céus iluminem ao futuro prefeito e aos cariocas todos.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
programa de índio
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terça-feira, 7 de outubro de 2008
ko si ewe...
Quebrando a minha norma de não comentar política, fiquei feliz, como umbandista, de ver eliminado o candidato da intolerância religiosa. Congratulo-me com o candomblé e os cardecistas, todos nós demonizados conjuntamente sob o rótulo de "espíritas", e com todas as demais correntes que não sejam a do candidato em questão, e sejam a favor da paz e da pluralidade religiosa.
Fiquei feliz também de poder votar com um mínimo de convicção no partido que usa a cor da folha por bandeira. A convicção é plena no que tange à folha... a minha dúvida quem a inspira sempre são os políticos, verdes ou azuis.
Não creio no mérito de um voto umbandista e mais uma vez tomando de arrepio bandeiras levantadas por aí, candidatos que têm por plataforma apenas se dizerem umbandistas inspiram-me pouca confiança. Se querem ser prefeitos e governadores, como haveriam de governar para um setor apenas? E desde quando professar alguma, qualquer, religião é automaticamente prova de honestidade e ética?
Espero que no governo ou fora dele, as Marinas Silva e os políticos que se valem da cor da folha façam o que todo umbandista deveria estar fazendo: cuidando da folha, propagando-a, conhecendo-a, aprendendo com ela, usando com moderação e respeito. Por mais carnívoro que você seja, o boi comeu folha. Sem ela não há vida. Ninguém come pré-sal nem quartzo liquido.
Sem folha não há água, sem água não há folha. Parem de construir piscinas. Ponham hortas e canteiros dentro. Como diz o ditado ioruba, ko si ewe, ko si orixa; ko si ewe ko si omi, orixa ko si.
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quinta-feira, 2 de outubro de 2008
flores, florais, pássaros e outros bichos
Sangue-de-adão. Se você conhece a planta, provavelmente conhece por esse nome. Flores vermelhas quase sempre.. bem, às vezes são brancas... É uma sálvia, Salvia splendens, Salvia ignea, mas essa não se costuma comer (há muitas variedades de sálvia). E também não é a que dá barato... Com essa esplêndida sálvia se faz uma essência floral na linha de Minas. Na verdade com qualquer flor praticamente dá para fazer algum floral.
Não conheço o floral feito com a flor do camarão, mas não duvido que exista- há inúmeras linhas de florais, e só no Brasil há muitas. Qualquer um pode, seguindo condições básicas de luz, higiene e vibração que é o pulo-do-gato.
"Camarão" pra quem não está lembrando é aquela flor em forma de camarão, vermelha também e outras vezes amarelinha, cor até mais comum no Rio. O que as duas flores têm em comum é que atraem beija-flor. Em Belo Horizonte uns anos atrás plantaram um jardim público pensando nesses cuitelinhos. Só plantas que os atraem e plantas que possam florir em diferentes épocas para ele nunca ficar sem... Não sei a quantas ele anda, quem souber me conte.
Porém tudo que atrai, atrai o lado ruim também. Plantas de atração tendem a chamar muito parasita. O parasita de ambas é o mesmo, aquele bichinho branco com uma mancha escura, parecendo feito de pasta de dentes. Tendem a grudar na própria flor assim que começa a querer brotar. Lave com água ou limpe um por um com a mão.
Bem, joaninha come tudo e preserva a planta... Com algum cuidado os camarões pelo menos se firmam (atraem caramujo, mas esses são mais fáceis de ver e tirar).
E a vantagem é imensa: néctar natural pros beija-flores.
Se você usa garrafinhas, não use nem açúcar nem mel nelas. Já quase todos sabem disso. Ainda assim, poucos sabem que o certo (em termos de garrafinhas) é arrancar TODAS as flores e pétalas, deixando a garrafinha "no osso"; a pressão vai manter a água lá dentro (provavelmente porque há vários furos simétricos). Se você não toma esse cuidado, pode estar oferecendo um veneno letal aos pássaros: aquele lodo negro que se cria facilmente. Por isso melhor lavar e renovar todo dia.
Dá trabalho? tou dizendo... Plante camarão e sangue-de-adão! Ou ponha uma vasilha de ágate ou vidro com água na sacada pra servir de pisicna e bebedouro... Também tem de lavar e renovar todo dia... você conhece algo que valha a pena e não dê trabalho?
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sexta-feira, 19 de setembro de 2008
requiem por uma jurubeba
Pra mim dia da árvore é todo dia; por acaso soube que coincidia com a caminhada pela tolerância religiosa, no dia também dedicado à paz. Pra mim, a idéia de paz também é todo dia e dia 21 é o equinócio chegando.
Onde é que a jurubeba entra nisso?
Bem... no começo eram duas, a jurubeba e a mutamba. Não fui eu que plantei, foi um maravilhoso jardineiro, João Severino, que trabalha no bairro e que por livre e espontânea vontade arborizou quase toda a rua. Eu com uns tempos de bairro notei, e notei também que eram regularmente (de)predadas. Seu João também havia notado. Até avisei nas listas virtuais de que então participava, para chamar uma corrente positiva sobre elas.
Não havia dúvida de que estas duas árvores, importantes aos cultos de influência africana (mutamba é inclusive um nome banto) vinham sendo perseguidas por algum vândalo intolerante. Vandalismo simples quebraria galhos indiscriminadamente por toda a rua. O outro foco do ódio do(s) vândalo(s) é o canteiro da sinagoga. Precisa dizer mais?
Cheguei a pensar num umbandista predador, que los hay... colhendo com brutalidade e sem discernimento (e achando que mesmo assim o banho de folhas lhe faria bem). O volume dos estragos e o caso da sinagoga me convenceram que se tratava realmente de perseguição fanática.
Comecei a cuidá-las, não me peçam detalhes... e as adotei assim que soube do programa da Prefeitura, às vezes criticado por dizerem que desta forma o governo empurra as responsabilidades pro público. Bem, também não foi o governo que as plantou, foi seu João... Nem estou trabalhando pela Prefeitura, trabalho pelas folhas; e pronto. Seu João também adotou várias das que plantou, suas filhas se tornaram suas afilhadas...
Os estragos diminuiram e as árvores cresceram, já com os cuidados e mais com a adoção. Parece que gostaram! Cresceram ao ponto de eu não mais poder retirar galhinhos secos ou parasitas com a mão... agora quem limpa é a chuva.
Há dois anos um carro roubado bateu de frente na jurubeba que se quebrou, e com os nossos cuidados rebrotou. Deve ter ficado porém fragilizada. Por volta do equinócio anterior, há seis meses, comecei a organizar um evento comemorativo de cantos de Umbanda que de fato ocorreu em julho, no Museu Militar em São Cristóvão. Foram necessários ensaios e antes, uma reunião aqui em casa. Nessa noite choveu muito e ventou. Dia seguinte a jurubeba estava quebrada tão rente que até seu João não reclamou quando a limpeza urbana "removeu", como deram pra chamar o corte.
Parques & Jardins prometeu "plantar outra muda da mesma espécie no local". Tomara. Mas fiquei chocada com o acontecido e com a coincidência temporal (sem trocadilho). Até parece o mito de Iansã com Ossãe... mutamba é folha dela, jurubeba é folha dele... E como fica quem carrega energia dos dois?
Trabalho com sinais, não profissionalmente, espiritualmente. É tema do livro Sinais de Vida. Outro dia recebi uma enxurrada de sinais que só fui entender no dia seguinte, quando a repórter ao telefone comentou que domingo era dia da árvore...
Nunca participei de caminhadas pela paz e não penso ir nessa. Trabalho pela tolerância religiosa todos os dias. Para a passeata do dia 21, a minha participação já está definida: estou homenageando a jurubeba, que se tornou amiga e me permitiu até elaborar florais dois anos seguidos;através dela todas as folhas do mundo inteiro; e através das folhas todos os cultos do mundo inteiro que respeitem à natureza e aos demais cultos. Harmonia e luz.
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terça-feira, 16 de setembro de 2008
semeando com o vento
Quem não dispõe de quintal, mas tem uns palminhos de varanda, sacada, laje ou mesmo peitoril de janela pode criar algum tipo de jardim urbano por limitado que seja...
Isso nunca foi novidade. Tem gente com boa mão para, em espaços minúsculos, criar manjericão e outras ervas da panela. Não tenho essa sorte (e lembre, as revistas de jardinagem trabalham com fotos lindas que nem sempre representam a realidade... Os vasinhos estão na foto mas eu não freqüentei a casa pra saber se vingaram...)
Tem erva que não gosta de sacada, exige o contato com o chão e não raro com a própria terra. O tempo, grande professor, lhe dirá quais são.
Mas não despreze aquilo que o vento traz. Procure identificar o que brota espontâneamente ao redor da sua muda de gerânio ou buganvílea. Aproveite para aprender com as folhas, que elas lhe ensinarão muito mais do que botânica. Você poderá ganhar lindos presentes assim; e mesmo uma ervinha mais humilde que não chega a dar flor e que você chama de mato pode vir a ser uma erva forte e útil que cura resfriados, febres, ou aftas... Ou ainda, uma folha que depois você vai procurar no erveiro da esquina!
Não ferva a folha fresca ao preparar os chás; é o bastante para algumas ervas secarem no pé e nunca mais nascerem para você. Sementes e galhinhos secos podem se submeter à fervura, mas de um modo geral prefira a infusão à decocção...
Isso vale pras ervas frescas compradas no erveiro ou no hortifruti; você não quer que sequem os pés de onde vieram, quer?! Respeite as folhas, respire o vento, aproveite a hora e aprenda sempre que puder!
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sexta-feira, 5 de setembro de 2008
na ponta da língua
Recentemente, relendo Rubens Fonseca me deparei com a expressão com o coração tremendo na ponta da língua.
Me impressionou porque justamente a língua é para a medicina chinesa considerada um "broto" do coração.
A cada um dos cinco órgãos principais, como lembrei anteriormente, corresponde uma parte da cabeça... e a língua corresponde ao coração, o que pode explicar por que treme, por exemplo, quando estamos ansiosos ou transtornados.
Em certas condições (adversas) pode mesmo inchar levemente, o bastante para que as laterais fiquem tropeçando nos dentes e até sendo mordidas sem querer... Língua gretada é má alimentação, fazendo ou não 3 refeições ao dia. Equilibre o excesso ou deficiência do que for.
A língua, como tantas partes do corpo, é um pequeno mapa holográfico do organismo. Tais áreas são reflexos de tais vísceras (órgãos ocos). Raiva ou medo podem fazer se desprender um leve sabor amargo ou salgado. O centro corresponde, como sempre na filosofia chinesa, que tão bem reflete o nosso organismo, à Terra, ou seja, ao estômago.
Por fim, a posição que a língua deve adotar até mantê-la durante o sono, é a da criança que mama. Ou seja, a pontinha no céu da boca, quas encostando nos dentes mas sem encostar.
A famosa posição de ioga. Ou yoga. Você decide, nessa eu não entro.
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quinta-feira, 28 de agosto de 2008
colorindo a saúde
Cromoterapia e medicina chinesa (um conjunto muito abrangente que inclui de medicina para a casa, ou seja Feng Shui, ao Chi Kung e T´ai Ch´i Chüan) dão valores diferentes às cores; existem bons livros e profissionais de cromoterapia, e é melhor deixar esse capítulo com eles.
No feng-shui, por exemplo, nunca se vai usar uma lâmpada de cor verde, porque isto sedaria a energia vital! (o profissional de cromo, por sua vez, usa brevemente a luzinha verde, e sabe onde e por que usar a cor).
E, ainda no feng-shui, usa-se o vermelho, cor normalmente associada à raiva, para sedar brigas e não, naturalmente, para fomentá-las. Não é o caso de sair a esmo acendendo luzes coloridas pela casa, já que é preciso saber ONDE colocá-las e por quantos meses.
A leitura de cores do Feng Shui e da medicina chinesa atribui uma cor, que há muitíssimas gerações alguém canalizou, a cada um dos cinco Elementos (como se sabe, a cada um destes corresponde um órgão, uma víscera, uma parte da cabeça, uma emoção, uma qualidade positiva, um defeito... uuufa!)
Sou- como, é de se presumir, todos os que trabalham na área- suficientemente imbuída dessa filosofia para ao ver um par de objetos iguais, um vermelho e outro azul, associar o vermelho ao masculino e o azul ao feminino, porque em vez de pensar rosa- menina e azul- menino penso yang-vermelho e yin-azul.
A pessoa que está iniciando o estudo de Feng Shui normalmente atribui um valor excessivo às cores na decoração (é diferente do caso das luzes). Todos começamos achando que a vida mudaria se pintássemos as paredes de amarelo ou de lilás. Pintar tem a sua importância, traz boa energia e bom aspecto... se ainda por cima a cor combinar com o que aquela construção necessita, melhor... mas não jogue fora as almofadas coloridas e lembre-se que mais do que a tonalidade, o que estará trabalhando por você ou contra você são os materiais, o uso do cômodo, e inúmeros outros aspectos que nada têm a ver com a cor.
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