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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

programa de índio

Ainda falando das "ewe" e nesse tempo de eleições municipais, mais do que nunca.preocupa a situação do chamado campinho de futebol de Laranjeiras, no sopé do Dona Marta. Na verdade é uma matinha e um pomar, cujo acesso se faz pelo campinho de futebol. Ao redor já há vegetação. Lixo de todo tipo desce a encosta na chuva e resíduos recicláveis de lanches que poderiam ter sido consumidos noutro local aumentam a bagunça. Ao perceber a imundície, anos atrás, liguei pra companhia de limpeza urbana que declarou ter vistoriado e encontrado o campo limpo. De fato os metros quadrados onde os garotos jogam são livres de entulho. A parte com vegetação já foge do âmbito da Comlurb. Avisei a associação de moradores que jamais se interessou pelo assunto. Tentei um órgão do Estado e informaram não ser ali.
Acabei divulgando nos grupos de discussão de que então participava uma tarde de limpeza num domingo a que dei o nome de Programa de Índio já que afinal os primeiros moradores dessas terras não depredavam como a civilização" depreda e destrói. A única pessoa que se dispôs a vir teve em cima da hora uma gravação, e sozinha retirei dois sacos e meio (dos grandes, pretos) de lixo reciclável em estados variados de preservação. Ficou limpo!
Diversas pessoas vieram elogiar (ajudar, é ruim..) mas o real e imediato resultado foi que dias depois um muro de tijolos se erguia entre as aroeiras e sabiás (árvores). É que a área tinha dono, mas como vim a saber era non aedificandi mesmo assim. Acabei descobrindo o órgão certo para denúncia, e ao mesmo tempo os jardineiros do município- que sabiam a quem recorrer, e fazem um trabalho primoroso no pomar por eles plantado-denunciaram também, e a obra foi sustada, o dono, presumivelmente, multado pelo corte de 4 sabiás, e uma placa do órgão colocada. Entre o começo do muro e a ordem da Prefeitura, os jardineiros disseram que outros donos tinham andado medindo, com medo de perder o terreno. Ou seja, tudo sujo, tudo bem!
A área voltou a ficar imunda e agora recolho quando por lá vou só o que cabe nas mãos. O que desanimou foi o corte da aroeira velha e os despachos que ficam lá, com toalhas de náilon, vidro e outros materiais que a terra não absorve e ainda por cima são combustíveis, numa cidade que conhece também períodos muito secos.
Que o futuro prefeito olhe pela educação ambiental acima de tudo, em todo lugar. Que os moradores de encostas e morros separem o seu lixo e o levem para baixo, nas áreas em que o gari não sobe. Que as pessoas que tenham despachos a oferecer dêem preferência a materiais que a terra come, ou os venham recolher dias depois.
E que jamais, em hipótese alguma deixem velas ardendo na mata. Vamos acender uma vela bem longe dos troncos e das copas, das delicadas ervas medicinais, para que os céus iluminem ao futuro prefeito e aos cariocas todos.

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