A gente tende a esquecer que ao Brasil chegaram, nos navios negreiros, não apenas praticantes de religiões africanas tradicionais (bem diferentes de Umbanda e candomblé de hoje e algumas de uma violência para nós difícil de imaginar, qualquer que seja o tom de nossa pele) mas também muçulmanos, africanos islamizados; houve até pesquisadore que afirmaram ser o nome de Oxalá derivação da louvação "inch-Allah!". Muitos foram levados para o Recôncavo: foram os hauçás. Aos que ficaram no Rio de Janeiro dava-se geralmente o nome de muçurumis. Muito instruídos e relação aos demais cativos, pois sempre aprendiam a ler para ter acesso ao Alcorão, eram versados também em artes da cura e sabiam trabalhar com ervas. Naturalmente tinham precisado adaptar-se, exatamente como os nigerianos, os bantos e todos os demais, às folhas que encontravam aqui. Umas eram idênticas às que haviam conhecido, outras vinham trazidas d´África pelos próprios cativos ou como encomendas, até pelos mercadores africanos de escravos; algumas os portugueses aclimataram, como o manjericão, e por fim muitas não tinham equivalente e a rica flora local sugeriu alternativas viáveis. Um destes rezadores, que viveu há um século na então capital e foi assiduamente frequentado pelo grande sambista Sinhô, foi pai Assumano Mina do Brasil. O seu sobrado próximo à igreja de Santa Rita não existe mais na Visconde de Itaúna. As janelas ele mantinha fechadas em permanência por conta das ervas, afim de não contaminá-las com as vibrações externas indesejáveis; sem dúvida a igreja vizinha era uma delas. O primeiro cemitério de Pretos Novos já havia sido desativado, em favor do Valongo e depois do morro do Castelo que por então se desmontava. É possível que Assumano soubesse que existira ali quase à sua frente, no atual Largo. O fato é que não permitia abrir janelas. Imaginemos o velho muçulmano, todo de branco, impregnado pelo intenso cheiro de ervas e toda a casa a elas rescendendo. Sinhô não lançava nada sem ir falar com ele. Não deu certo para o músico que faleceu cedo; mas o propósito das consultas eram os sambas. E estes até hoje se cantam!
sábado, 26 de maio de 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
jongando
No primeiro livro da série que o escocês Alexander Mc Call Smith tem sobre o Botswana, creio que não traduzida mas que recomedno a quem lê inglês, aparece a frase seguinte (na boca da detetive principal Mma Ramotswe): - Se chegasse alguém com uma pílula milagrosa e me dissesse "Toma e você vai se tornar uma norteamericana branca" eu recusaria, Não troco por nada ser eu mesma e ser daqui. Décadas antes, em momento pouco inspirado Monteiro Lobato criou um romance onde esta pílula existiu; chama0se o Presidente Negro. Não creio que Mc Call Smith tenha ouvido falar, apesar dos esforços de Lobato para pubçicar o livro nos Estados Unidos. Na festa em homenagem ao Treze de Maio que aconteceu no IPN (PN como Pretos Novos, fica onde era ocemitério destes) representantes dos Filhos de Ghandi cantaram candomblé e Umbanda. O jongo de Barra de Piraí veio dançar. E a respeiro de jongo, a boa notícia é que o jongo do Salgueiro, que não acontecia mais e erigava extinguir-se com as últimas Tias, reviveu e lançou DVD este ano. Salve os Pretos Velhos, a memória dos pretos0novos, e o jongo; haja sempre pés para dançá-lo,vozes para cantá-lo, e que Deus dê força e proteção ao jongueiro novo, pro jongo não se acabar.
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domingo, 6 de maio de 2012
Cristalino Na avenida Pasteur do Rio, bairro da Urca, existe um cristal gigante. Quartzo transparente. Nem toda pedra da família do quartzo é. Ouvi dizer que seria quartzo rosa, parece mais branco. A dúvida é porque infelizmente está muuuito sujo, pegando como pega toda a fuligem dos carros (e olha que é uma avewnida arejada que leva a um bairor de óuca poluição. Ah, sim, Não disse, mas a fuligem é porque está exposto ao lado da escadaria do Insituto Geográfico. Aquela dos leões para quem é daqui e olha por onde anda. Está perto da rua por onde passam três linhas de ônibus (não é tanto assim...) mas ainda por cima, o estacionamento do Instituto começa ali. Sempre tem dois carros apontando para o pobre cristal. Limpar? Com todas aquelas "catedrais"?? impossível, e faxina de cristal não se faz com produto de limpeza comprado em supermercado. Ainda assim é uma gema da nossa paisagem e não é qualqer um que repara nela, é prêmio. Ensina o lado ruim das coisas boas, a sujeira que o pobre agüenta para estar à vista. (numa leitura otimista. Se quiser, podemos carregar nas tintas e transformar a frase em algo bem mais amargo.) Para mim pessoalmente, ensina também o lado bom das coisas ruins. Porque eu só vi esse cristal, apesar de ter passado dezenas de vezes na calçada, indo à Praia Vermelha (onde às vezes há samba noturno ao qual às vezes vou) só o vi, repeito, porque precisei ir à Unirio retirar um material que um amigo insistiu que eu pusesse lá, que iria vener e ele divulgar. Não divulgou. Disse que parou de dar aula por lá (mas ouvi dizer o contrário). Acabei indo buscar o que era meu. E aí e só aí, vi a pedra enorme, um tanto velada pela sujeira mas indubitavelmnete um cristal de quartzo transparente, lindo, do tamanho de uma mesa. As duas faces da moeda. Cristalino, não?
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quinta-feira, 26 de abril de 2012
finais e recomeços
Todo mundo que gosta de planta viu a notícia. Uma árvore dada por extinta foi "achada" no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Terminalia acuminata, alta e frondosa na foto (não a localizei ainda ao vivo). E parece que com dois "filhotes". Que bom. Mas, pondera uma bióloga da casa, que absurdo. Não foi "achada", eles sabiam que estava lá, isso é sensacionalismo da imprensa. Extinta? Bem, lá dentro ela se reproduziu. Ninguém veio pedir mudas e contar que fora dada por extinta lá fora. Lá dentro eles tem cuidado muito bem.... Seja como for, agora publicamente não está mais extinta. Recomeçou oficialmente! Quero falar de outro recomeço ligado ao reino vegetal. Primeiro explicar o que é maricá: uma planta da família da íris, também chamada "íris brasileira", a única no mundo, creio, que bota muda no meio da folha (uma longa lâmina estreita). As LINDAS flores de três cores, roxo, branco e dourado duram cada uma UM dia, desabrocham durane a noite e na manhã seguinte se retraem para dentro da folha como uma bolinha lilás desmaiado. Pois não é que o botão do manacá principia exatamente igual? mesma cor, mesmo jeito. Esse dura três dias, o primeiro roxo, segundo dia lilás e o terceito branco. É isso mesmo, o manacá (Brunfelsia uniflora) tem flores que mudam de cor; o maricá é que tem flores tricolores. Não são aparentadas nem remitamente parecidas, mas a natureza fez a flore de uma morrer exatamente como a flor da outra brota. Bom recomeço para cada um de nós do que tivermos de melhor!
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terça-feira, 17 de abril de 2012
zumbizando
Em algum de seus livros Castañeda equipara um mosquito a um inimigo xamã (para ele um ERA o outro). Da última vez que li, passou um perto de mim a zumbir e achei que tinha a ver com um ex-amigo que me arrumava então encrencas. Parece que tinha de perceber: foi pensar no gajo e o bicho pousar no livro onde, com o inseto, matei a ignorância. Esses bichos, como a maioria dos insetos daninhos, representam carga astral (as conclusões de Castañeda, romanceadas ou não, são as conclusões de Castañeda; eu aqui tenho de falar das minhas). Repito, carga, e não necessariamente um feitiço, pode ser um elefante na comunicação, ódio alheio e por aí vai.
Passando por um momento de alguma adversidade em determinado campo, atravessei um período de muito mosquito, quase um por noite e às vezes dois. Cuidei e sumiram. Outro dia me deitei para inserir as agulhas de acupuntura e apesar da temperatura fresca surgiu um mosquito do nada, feito um bólido, zumbindo agressivamente. Só que eu acordada e eu querendo dormir são coisas distintas. Ia mesmo tratar o ponto na orelha que ajuda a limpar carga astral, e inseri logo aquela agulha. O mosquito que me achava presa fácil e ameaçava pousar alçou vôo e ficou zumbindo um metro e meio acima de mim. Dos males o menor... Inseri as outras agulhas e finalizeí com o ponto que, no pulso da gente, trata a mesma coisa que aquele da orelha. Tem o mesmo nome até e quem for do ramo sabe qual é (ou deveria.). O mosquito? Como num passe de mágica. Desapareceu o zumbido e não fui picada nem de noite.
Ninguém do ramo vai perguntar por que esperei para CONCLUIR com essa agulha em vez de ir logo nesse ponto; mas se você é de outra área e tem dúvidas, imagine pôr as agulhas em você mesmo com outra dependurada do pulso...
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terça-feira, 10 de abril de 2012
sete sangrias
Plantas podem ter vários nomes e um nome serve não raro a várias plantas, todo mundo sabe; por esse motivos é tão importante o nome científico. Que para complicar a vida alheia os biólogos volta e meia rearrumam, criando vastas sinonímias científicas e só faltando nos obrigar a apôr na plantinha a placa "antiga Pauciflora gratissima, atual Stultitia hirsuta spp".
Mas o que se pode esquecer ao comparar o pé de verdade com a fotografia por melhor tirada que seja é a proporção. Eu caí nessa não identificando imediatamente um pezinho de sete-sangrias que o vento semeou aqui. Porque na foto cismei que parecia graúda e aqui via miudinha.
Sete-sangrias eu suponho que tenha esse nome por equivaler a sete sangrias; o nome vem do tempo em que se sangrava por dá cá aquela palha, para depurar o corpo. Algumas gotas manando no ponto de acupuntura realmente limpam. Inclusive, às vezes se pode querer provocar. Mas seguimos falando de umas gotas, não de meia bacia como se fazia. Provavelmente acabariam por deixar as pessoas anêmicas.
Não sei exlicar como a gente sabe, olhando, que aquela folha é "forte", de cura, de santo ou ambas coisas, até sem identificar. Assim me aconteceu muitas vezes e assim foi com a sete-sangrias. Assim canalizaram e canalizam os fundadores de linhas florais ao ver florido o pé.
Depois que comecei a pesquisar e perguntar afim de identificá-la, a plantinha cresceu e se pôs verde esmeralda. Foi nessa hora que percebi que era a mesma do livro. Cuphea racemosa, variante de Cuphea balsamona/divaricata/carthaginensis e muuuuitos nomes ainda, com ou sem Cuphea.... Ambas naturais daqui.
Banhos, compressas e chás, e ingestão de algumas folhinhas puras para pressão alta, algumas doenças venéreas, tosse e problemas cutâneos principalmente.
Pertence assim sendo a Omolu, que cuida da saúde em geral e da pele em particular; chegou de volta ao fim do período da Quaresma Que a plantinha possa lhe agradar! Ah toto!
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domingo, 1 de abril de 2012
é pau é pedra..
As águas de março começam a dar o ar de sua graça, mas aos pouquinhos.. Como tantas vezes na música, a gente não sabe quem veio primeiro, mas suspeito que o lindo "Águas de Março" é que deriva de um ponto de Caboclo ("é pau, é pedra, é peixe miúdo")
Pau e pedra não desce só na enxurrada. Pode curar, dependendo. Muitas cascas são medicinais. E os cristais então?
O que está em minha cabeça ao escrever é uma moça que vem ficando cada vez mais rouca, afônica na verdade, e não era. Agora diz que a voz é mesmo assim. E não era. O que é bom para garganta? Mel, limão, gengibre, hortelã, casca de romã e até chá de casca de cebola. Quase todo mundo sabe. Mas nada disso vai curar um estado crônico.
Além da acupuntura, o que mais há? logicamente ninguém vai espetar agulha na garganta de ninguém. Há pontos distantes, na mão por exemplo, e os pontos da garganta reagem às mil maravilhas com sementes ou esferas (muita maldade posicionar agulhinha fixa por menor que seja...)
Mas eu comecei falando de cristais.
Então, o chacra correspondente á garganta vibra na cor azul médio, azul esverdeado.
Sentindo-se afônico, tome um banho e faça uma sessão de cristaloterapia com pedras azuis. Ou use colar dessas pedras, ou colar de hematita que apesar de NÃO corresponder a esse chacra cura quase tudo que for só físico (afonia persistente pode não ser).
Claro que não é comprar ou ganhar e usar. É preciso lavar primeiro, e depois de cada uso no caso das pedras soltas. Banho de mar seguido por enxágüe rápido, banho de chuva em vasilha de barro, louça ou vidro, banho de lua em água comum...
Cada um escolhe o que melhor lhe parece e vale a tentativa e erro também. Em caso de colar lave pelo menos toda semana de alguma forma descrita acima.
E mais uma coisa, se a afonia deriva da pessoa não estar conseguindo dizer o que precisa por exemplo num relacionamento, aventurina verde-azulada também ajuda muitíssimo.
E pra não dzer que não falei das flores, é evidente: florais poderão por si só resolver.
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