Um amigo me conta que se curou de sinusite crônica graças à IMBURANA DE CHEIRO, estando com operação marcada, que todo dia agradece à planta e a quem lhe indicou. E me contou por conhecer essa faceta de meu trabalho.
Mas eu não conhecia imburana, nativa do Nordeste, a não ser de nome, pois é recorrente em pontos de capoeira e toadas nordestinas; e tive que ir procurar no famoso pai dos burros digital. No outro também está.
Estou em excelente companhia, pois o fantástico Herborista de Copacabana nem vende nem conhece (por enquanto, comercializando só a FAVA perfumada, cujo cheiro lembra o da baunilha.)
A fava eu vi que da Bahia pra cima se usa bastante para tratar gastrite. Nós aqui usamos dente de leão e principalmente espinheira santa (NUNCA use um fitoterápico, mesmo chá de folhas do quintal, direto dia após dia; dê paradas irregulares de dias ou semanas. Se a gastrite é crônica então precisa tratar de outra forma, acupuntura sendo dos mais indicados. Acrescento que o amigo não teria chegado a marcar a tal operação, felizmente desmarcada, se tivesse se tratado comigo...)
Contudo o que cura sinusite não é a fava nem a folha e sim a entrecasca, me diz o amigo. Quem está vendendo são os erveiros de rua, que abundam no Bairro de Fátima e outros locais.
O nome científico é Amburana cearensis, fácil e simpático; mas também é Torresea cearensis Allen, e até mesmo Bursera leptophloeos!!! vamos combinar chamar de Amburana cearensis. Emburanê, emburaná..
quinta-feira, 30 de junho de 2011
emburanê, emburaná
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quinta-feira, 23 de junho de 2011
Deixa essa pedreira aí...
Em uma coisa avançamos na despoluição da nossa Baía de Guanabara: um bando de colhereiros foi avistado e devidamente fotografado na Ilha do Fundão. O biólogo (inclusive há poucas semanas mencionado aqui) explica que foi replantado mangue -vermelho; árvore da família das rizoforáceas, originária do Pará, vejo no pai-dos-burros digital (também existem mangue-branco e mangue-preto, e cada uma pertence a uma família diferente).
Como o nome diz é típica de manguezais e é extremamente vivaz e expansiva: tem a peculiaridade de soltar sementes já prontas para germinar. Por isso em pouco tempo a área atraiu as aves, que Deus possa abençoar. O nome “vermelho” corresponde à cor que vemos ao se raspar a casca.
Vermelho, cor de Xangô.
Quando mencionei o trabalho heróico desse biólogo, logo antes do 13 jde junho, foi em relação aos assassínios absurdamente impunes no Pará, que além de mangue-vermelho também dá coronel sem-vergonha, polícia corrupta e madereiro corruptor. Nesse meio tempo mataram mais um. Quem diria que o vermelho do partido agora no governo iria um dia fechar os olhos para essas mortes e para a destruição (além de propor e incentivar medidas que a acelerem).
Pedi a Exu o que peço agora a Xangô, caminho para a justiça. Justiça no caso não pode ser apenas pôr na cadeia quem apertou o gatilho, nem que vá junto o mandante também; e nem isso se fez até agora. Justiça precisa ir além da retribuição e restaurar aquilo que serviu de estopim, reflorestando a área.
Peço que deixe a pedreira e exerça a sua força, pois a terra precisa dela.
Xangô, meu pai, deixe essa pedreira aí,
Umbanda tá lhe chamando, deixe essa fogueira aí;
Cauô Cabieciele! Salve o São João!
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sexta-feira, 17 de junho de 2011
O semelhante cura ao semelhante
Esse não é o lema da acupuntura, já que yinizamos o excesso de yang e yanguizamos o excesso de yin. (Como o meu mestre dizia, “Você pode estar tão yin que uma pera pode te yanguizar”.)
Mas não tenho nada, realmente nada, contra a homeopatia, o que seria profundamente estúpido da minha parte.
Quando saiu UMBANDA GIRA!, certamente tentando descobrir quem era a criatura que conseguira a façanha de ser publicada na Palllas, algumas pessoas que espiaram o www.caminhodasfolhas.com foram ver no Google se eu fazia homeopatia, deduzo; pois eis que apareceu na tela um manifesto virtual a favor que eu assinara, e nem lembrava.
(É comum a confusão floral-homeopatia, ou floral-fitoterapia. Não esqueçamos que o doutor Bach, afinal, passou pela homeopatia.)
No início do ano alguns médicos cariocas houveram por bem organizar um “dia sem homeopatia” (sic) em que, parece, fariam passeata e discursos. Me resta esperar que este absurdo tenha sido mal sucedido de todas as formas possíveis.
Mas agora, e talvez em decorrência de atitudes como esta, fechou a antiga farmácia homeopática de Botafogo, e noto que o alopata do lado expandiu-se, com letreiro tapando o casarão: um crime contra o patrimônio. Não moro mais no bairro e não tenho certeza do mês, mas fechada está uma das casas mais tradicionais da cidade. Por fora e por dentro, igualzinha àquela do Debret. Durante um tempo até me tratei nela, depois passei para a acupuntura e não parei mais. Tinha sala de espera com bancos de madeira e assoalho gasto, fachada branca e verde. Eu cobrava o tombamento externo e interno. Nunca veio.
Em homenagem ao Ledun Palustre que um dia tomei contra infestação de micuins, aqui fica o meu pêsame ao Rio, e o desejo que a fachada branca e verde como a do famoso Alienista de Machado possa denunciar a falta de juízo, numa cidade em que farmácia alopática brota como cogumelo em bosta de vaca após a chuva, de criar mais um espaço desses às custas do bom Hahnemann.
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sexta-feira, 10 de junho de 2011
a bananeira que plantei à meia-noite...
Laroiê!!!!
um mês exatamente após o 13 de Maio é o dia de Santo Antônio, dedicado a Exu na Umbanda.
O assentamento dele costuma ficar à esquerda da entrada, nas casas-de-santo; e nesta posição a imagem do santo se encontra em muitas igrejas católicas, mas não consegui saber o motivo exato. Já mencionei aqui que a fama de casamenteiro do santo deve ter influenciado na hora de escolher uma figura santa para o sincretismo forçado do tempo do cativeiro; já que Exu representa a força vital e sexual. Não é à toa que a banana lhe pertence. Também mencionei um “Santo Antônio Hermafrodita” português, que teria espelhado para os escravos a dupla natureza de Exu; sem obter maiores detalhes ainda. No caldeirão borbulhante do Google, a única menção visível hoje, unindo estas palavras, é a minha de dois anos atrás...
Acredito que a posição à esquerda da entrada, se já existia naquele tempo, deve também ter ajudado. Não consegui saber o porquê com os católicos da família, e perguntar a um padre provavelmente não adiantaria... Com urgência preciso localizar um padre português e camarada que me tire todas as dúvidas!
Agora se não existir regra definida para a posição de Santo Antônio nas igrejas eu vou pensar, e muitos comigo, que a influência se deu em sentido contrário...
Existe um interessante projeto de livro sobre o uso dos cemitérios cariocas (sim, isso mesmo, o uso) e sugeri à autora, entre outras coisas, não deixar de pesquisar o rico rol de pontos cantados, cerimônias e rituais associando Exu e cemitérios no Rio de Janeiro.
Mas o meu pedido aqui ao orixá Exu para o dia 13 de junho é que mantenha vivos e atuantes os defensores das matas; que abra caminho para a justiça de Xangô; que todos nos tornemos defensores e que deixem de existir, pelo mal ou pelo bem, os agressores, pois ko si ewe, ko si orixá: sem folha não há vida, nem orixa algum.
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terça-feira, 7 de junho de 2011
cinco em oito dias
Absolutamente todo mundo já falou, e não é mesmo coisa de só falar. Enquanto falamos vão matando mais gente no Pará. Nem é só no Pará, em pleno Estado do Rio lemos sobre pescadores ameaçados de morte porque denunciam despejos ilegais da Baía. Lembremos que o ambientalista que hoje monitora a Lagoa Rodrigo de Freitas antigamente trabalhava denunciando despejos semelhantes, e de tão ameaçado de morte (seguiam-no quando mudava de endereço, ameaçavam a família e por aí vai) um dia, após vários anos de luta, jogou a toalha e veio para a capital do estado.
Lemos sobre quilombolas igualmente ameaçados em Minas Gerais. Em suma, a certeza da impunidade alimenta as ameaças e a sua concretização (o pescador, na fotografia, tem uma perna engessada porque mesmo escoltado por PMs como agora anda, sofreu tentativa de atropelamento, e o criminoso fugiu).
Mal ou bem, o pescador fluminense anda oficialmente protegido. As ameaças ao ambientalista carioca se deram antes do partido de oposição, que dizia representar os trabalhadores, ser governo como é hoje. Nunca poderíamos imaginar, quando votávamos nesse partido nos tempos em que manifestava a sua indignação com outros assassinatos na mata amazônica, a presente situação de trabalhadores sem pai nem mãe, alvejados um por um – cinco em oito dias!- a polícia ausente quando não cúmplice, correntes arrastadas no chão para arrancar os tocos e plantar soja ou criar boi. Certamente campos de soja e arrobas de carne aparecerão mais em termos de PNB do que a mata intacta. Mais um malefício da carne, vocês carnívoros.
Mas nós pensávamos que o Brasil era “um país de todos”. Alguém perverteu o roteiro.
Para dar o toque fúnebre se ainda faltasse um, faleceu antes de seu último livro sair o professor da UERJ e babalorixá que tanto fez pelas folhas. Decididamente o mato está de luto.
Enquanto há vida há esperança. Nesse mês regido por Exu e Xangô, que a justiça enfim abra caminho de Brasília à Amazônia, e não se esqueça das restingas e chapadões.
PS- como a provar que ainda resta um pouco de esperança, hoje leio que a Coppe está pondo em prática um projeto de criar uma espécie de base para vegetação de restinga tendo por base lixo metálico retirado da Baía de Guanabara.
Posted by Caminho das Folhas at 12:49 0 comments
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