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quinta-feira, 29 de julho de 2010

histórias de assustar

Estou lendo "A Assustadora História da Medicina" de Richard Gordon, inglês. Há uns quinze famosos do mesmo nome, inclusive um astronauta, mas o escritor é também médico, nascido em 1921. Bem, britãnicos médicos e nascidos naquele tempo costumam mesmo ter preconceitos quanto à acupuntura. Porém ele confunde Yin e Yang, no que não é o único: o fundador da macrobiótica, Osawa, também confundiu em seu livro e de maneira bem mais desconcertante, já que não inverte simplesmente, considera yin cerca de 80% das funções yang e vice-versa, as 20% restantes estão corretas. O que me deixa perplexa... Já o dr Gordon inverteu uma única vez numa única frase duas coisas em que não acredita mesmo...
Para o caso de terem o livro em casa (afinal o que comprei é a sétima edição BR)o yin na verdade rege os órgãos densos como o coração, e o yang "as vísceras ocas e bexiga" como escreve Gordon a quem voltarei nas próximas semanas.
Mas aqui lhes fica desde já uma dica avalizada pela ciência oficial... Os terapeutas holísticos e naturopatas costumam desaconselhar microondas e comida congelada por questões de energia, e suspeitas de que as ondas possam fazer mal às células. Pois não sabia eu que os médicos também desaconselham, pelo menos o bom doutor Gordon, porque multiplicam um e outra a probabilidade de contrair salmonela!
Tem certeza que vai querer um forno assim na sua casa nova??

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Salve o dia de Santana

Do meu livo Umbanda Gira (Ed. Pallas):

Nanã, vibração jeje "importada" para o culto nagô pelo sincretismo que se deu no Brasil, não está entre as mais conhecidas do grande público. Geralmente é vista como um orixá velho; em conseqüência, muitas filhas ou afilhadas temem recebê-la. Dizem que têm vibração de Oxum por exemplo. Ora, quem tem Nanã nasceu com ela... Nanã, orixá da lentidão, da terra molhada, da lama, é uma vibração que entre nos ficou também ligada ao fundo do mar, ao fundo dos lagos onde o lodo permite ao lótus vir brotar à luz do Sol. Os estranhos peixes das águas sem luz, e que portam a luz no seu terceiro olho, navegam nas suas águas - não é à toa que Nanã representa a sabedoria. O fundo das águas representa morte e vida, e Nanã é uma das vibrações que acompanha na última viagem. Nanã é uma guardiã dos mistérios da vida, é Mãe da raiz do mundo, Mãe dos segredos primordiais dos velhos mares de onde os primeiros seres saíram.

domingo, 18 de julho de 2010

falta de raciocínio também é um saco

Feng Shui para dar certo precisa, sempre é bom insistir, de uma leitura de bússola correta. Sem esse diagnóstico da energia, fica-se vítima de suposições. Um recurso que me assustou, ouvido por aí, consistia para “neutralizar energia de banheiro” em pôr os canos à mostra, pintá-los de vermelho, depois cobrir com cortiça e por fim fechar tudo de novo. Recomendei que a pessoa NÃO aplicasse. Por quê?
1-Banheiro em si: anula a energia boa ou ruim que por acaso caiu ali. Por ter ralos, e descarga, drena. Você não pinta sua barriga de vermelho nem a cobre de cortiça, contenta-se em usar uma roupa. A roupa do banheiro é a porta, mantenha-a fechada. Da mesma forma que alguns dispensam a roupa, alguns dispensam manter fechada, e mantêm aberta a tampa do vaso, problema de cada um. E assim como se mantém limpo, mantenha limpo o banheiro.
2- Canos: acho ótimo canos à mostra, muito melhor na hora de chamar o bombeiro, na Europa é assim e ninguém acha feio, pintam-se de cores neutras ou alegres. Mas na “receita” acima eram novamente escondidos após vesti-los com cortiça... Bem, agora cortiça ficou proibido, mesmo.
3-Cores: essa parte é de todo absurda do ponto de vista do Feng Shui e vai de encontro à filosofia dos Cinco Elementos. O colega aí recomendava pôr dois elementos para brigarem! Isso nunca se faz. Se fosse o caso de sedar a Água, se poria o elemento que a seda, não o que entra em conflito com ela, o Fogo representado pelo vermelho. Mas não se seda a Água que é a energia vital de cada um.
Mais considerações sobre o caso não cabem fisicamente aqui. Feng Shui por sinal não pode parar na porta da casa. Feng Shui que ignora o que acontece lá fora fica curto. Nem por isso aceitei o desconto do mercado quando a caixa perguntou se eu queria a sacola deles ou a minha. Já escrevi aqui, começaram pela ponta errada e faltou planejamento real nessa história: sem sacola de mercado vamos ter de comprar as sacolas plásticas para lixo, e o correto seria todo o plástico ser biodegradável, isso sim. Confirmei com o gentil biólogo de plantão que concordou comigo. Falta de raciocínio é um saco...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

azul como o vidro

Tendo falado do metal vou precisar falar do vidro, quando mais não seja porque ambos ajudam a sedar Terra negativa no Feng Shui clássico. Tive a sorte de encontrar em excelente estado um volume de contos brasileiros dos anos 1960 num bazar, e estou conhecendo autores que para mim eram nomes de rua. Pois no conto de Vicente de Carvalho um garrafão de cachaça se espatifa na areia na hora do embarque, mas o arrais insiste em mandar comprar outro. Previsivelmente todo mundo se afoga menos o narrador.
Vidro quebrando à toa está descarregando alguma coisa. Ou no mínimo indicando uma carga. Um paciente que levava frasco novo de florais para casa sentou para desabafar e deu um pulo: o frasco se partira no bolso da camisa. Fiz outro de cortesia, e no dia seguinte me ligou para contar que assim que chegara em casa e vira o pai, o frasco novo arrebentara. Como essa há várias histórias. Potencializa esta propensão do vidro juntá-lo com floral ou Feng Shui, porque potencializa a sensibilidade.
No Feng Shui uma das sedações que mais gosto é pôr em aquário redondo de vidro seis bolas idem, umas incolores outras azulonas. Como tudo nessa arte, é preciso saber o que se está fazendo, para onde se vai levar, ou seda a prosperidade (Terra positiva). Vidro corresponde à Água; Água na medicina chinesa corresponde, o que não chega a ser surpresa, aos rins e bexiga. Sua cor é azul escura ou preta (também roxo escuro no Feng Shui) e sua virtude, e aí já não estamos mais no Feng Shui, mas sim na filosofia chinesa, a sabedoria já que água tem a capacidade de se adaptar ao caminho, criando um quando não existe, contornando obstáculos. Já no I Ching representa normalmente perigo, além do trigrama representar, em vários níveis, o movimento da água. Porém o I Ching é repleto de múltiplos sentidos segundo os casos e até nele Água pode ser também sabedoria. Que alguma possa brotar entre nós para melhor protegermos nossas reservas hídricas!

sábado, 3 de julho de 2010

uma religião iniciada por "U"

Há coisa de dois anos em alguma de suas crônicas para O Globo o nosso bom Veríssimo comentou que participara de um jogo com palavras para o qual, afirmava peremptoriamente, “não havia nenhuma religião começando com a letra U”. Preocupações e correrias não me permitiram rebater na hora, pelo que me culpo; quis incluir essa declaração como segunda epígrafe e acabou não entrando. Epígrafe de quê?
Do meu ensaio Umbanda Gira! pela editora Pallas, que nesta semana começa a chegar nas livrarias do Rio, e breve aportará também nos estados. Fiquei sem ter certeza se o jornalista não lembrara da existência da Umbanda ou se lembrando, não considerava religião. Ambas hipóteses me chocam, mas o essencial agora é que o livro enfim saiu e logo estará em todas as livrarias que normalmente trabalham com a Pallas, que o vende também pela internet pra quem preferir.
Quem o ler vá desculpando as pequenas imperfeições de forma, inevitáveis numa primeira edição; e isto apesar de eu me ter disposto a corrigir as provas com olho de lince. O lince piscou na hora errada e entraram várias vírgulas fora de propósito (por que será que tantos revisores, com todo o respeito, adoram meter a esmo vírgulas e o pronome “se” no texto alheio? Também me escaparam dois desses... ) e mais uma ou duas pequenas falhas. As maiores, eu apontei e foram corrigidas, essas menores não chegam a dificultar a leitura. Mas me doem como pequenos estilhaços de vidro encravados na carne... A capa ficou linda e além dela sou muito grata à Pallas pela realização desse sonho, pois ali publicar o seu texto é o sonho de todo mirongueiro literato. A crônica de hoje é dedicada ao Veríssimo, que infelizmente volta da África do Sul, com o restante da delegação brasileira, mais cedo do que todos gostaríamos... Umbanda Gira!