No momento em que a Amazônia corre tanto risco, interno e externo, tanto da projetada barragem dos países andinos como da criminosa negligência do atual presidente brasileiro, não há absolutamente nada de bom no horizonte a não ser esta bonita homenagem à Umbanda, melhor dizendo a Exu, feita pelo querido Grupo Corpo no Theatro Municipal.
Digo Umbanda porque é o que dizem, anunciam e saiu publicado. Li que a maioria dos integrantes são do candomblé e o balé lembra mais candomblé, já que a Umbanda tem pouca dança, muito pouca mesmo. Mas ao ler que a homenagem é a Exu, presumivelmente através das giras de Compadres, a movimentação faz mais sentido. Exu dança, na gira: um pouco mas dança. E mais: Exu é movimento. É O movimento, poderia-se dizer. É possível ao espectador em certas horas até dizer, Ih, ela é aquela Pomba-Gira, e tal.
Noutra hora a gira, por sinal o nome do balé, muda... parece que os seis ou sete bailarinos no palco naquele instante todos receberam os Pretos Velhos ao mesmo tempo. Todas estas impressões duram segundos apenas ou não seria balé. A roda gira...
"Gira" não é, evidentemente uma gira, giras têm cheiros e vibrações e cantos; mas que bonita lembrança esta. Valorizar a tradição e quem cuida da folha; quando governos federais, municipais, estaduais e além-fronteira tudo fazem para desvalorizá-la.
Laroiê Exu, e saravá Umbanda sempre! que possa fazer por merecer.
sábado, 26 de agosto de 2017
gira no Municipal
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domingo, 20 de agosto de 2017
nem um a menos...
Parece que aprovaram a lei que aumenta pena para quem é preso portando fuzil; muito bem, mas como foi possível que até agora o porte não recebesse a pena mais pesada existente?
Diversos países considerados civilizados transferem o menor assassino que atinge a maioridade. não para as ruas e sim para presídio "normal". Claro que a ninguém aqui interessa isso: nem pros menores e os que insistem em dizer que são anjinhos, nem pros governos que mal fiscalizam e pior cuidam destes presídios. Nos quais ainda existem presos com a pena vencida que já deveriam ter sido soltos. Mas enfim, o garoto que matou o médico a facadas no Aterro há coisa de dois anos voltou à rua outro dia...
Não se agüenta mais PM morto em serviço (nem civil nem criança nem pessoa alguma); não são peças descartáveis, reponíveis, são pessoas com mãe, mulher, com filho. E não se pode tolerar que em certos lugares tenham de pedir permissão ao tráfico para entrar e fiscalizar. Isso é de todo surrealista.
Falando do quê, os tais tanques, que fiasco. Sem comentários.
E querem fazer uma capelania para a Guarda municipal que corta um dobrado e teria assim local para chorar as mágoas. Tudo bem se for ecumênica. Sem pesquisas de religião por favor. O "Globo" publicou há dias texto de vereador e Guarda Municipal licenciado que analisa o assunto e nos lembra a todos o que os governos do Rio vêm teimando em esquecer, O ESTADO É LAICO!
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sexta-feira, 11 de agosto de 2017
macumbeiros?
Caro coronel Amendola, o termo "macumbeiro" só deve ser usado por macumbeiros, exatamente como o uso do termo "viado" deveria se restringir ao bater no ombro de um amigo, viado ou não; porque senão vira ofensa. Vá lá que não imprimiu o termo, e não faltava mais: porém empregou para o repórter, que publicou.
E mesmo com maior continência verbal, que não houve, que coisa ridícula, além de feia e perigosa, a pesquisa da religião na Guarda Civil! o Ministério Público não gostou nada.
Dirão, quiçá, Não sabem o que querem, na época do Censo reclamaram que NÃO se perguntava a religião de todos, apenas de alguns, agora reclamam que se pergunta. Bem, a esses diremos, Se vocês não enxergam a diferença entre todo brasileiro e os membros da Guarda carioca, primeiro pensem e depois falem.
Em Paquetá reclamam que não liberaram a verba para comemorar a data do padroeiro da ilha, São Roque, cuja festa vem agora, dia 16. Li que noutros tempos faziam (quem sabe alguém ainda faça) o banquete dos cachorros em homenagem ao santo, já que São Roque como São Lázaro, sincretizados com Omolu, foram ajudados por cães.
A Prefeitura disse aos ilhéus, segundo a única informação publicada até agora que achei no Globo, que não tinha verba para homenagem consistindo principalmente em apresentações de pagode. Será que liberavam verba para banquetear cachorros ou vestir o santo com roupa nova?
Também não gosto de pagode, a deturpação do samba que começou roubando-lhe um dos nomes; por que não põem choro, penso logo, há bons chorões vivendo em Paquetá. Contudo não vivendo na ilha me parece melhor deixar esta parte da polêmica para os moradores resolverem. Pode ser até que Obaluaiê prefira homenagem mais contida, é de seu feitio. Inaceitável seria é que podassem a homenagem por preconceitos de religião. O sr Prefeito é prefeito do Rio inteiro. Morro, asfalto, ilhas e às vésperas do dia 16, não esqueçamos, também da beira do mar.
Ah To To.
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sexta-feira, 4 de agosto de 2017
velho -novo
Intolerância: duas vezes em uma semana atacaram a Casa do Mago no Humaitá. Não vem ao caso que a pessoa freqüente ou não, goste do lugar ou não. nunca entrei nem desejei entrar. Claramente é intolerância religiosa. "Hodie mihi, cras tibi" diziam os romanos, e é isso. Pode começar pelo outro, mas se você nada disser depois chega a você.
Intolerância ainda: camelôs acusam sírio refugiado de roubar o seu trabalho e matar mulher e criança. Ora se o sírio é refugiado é que FUGIU dos assassinos do enfraquecido "Califado". Cabe a todos nós e à Polícia federal estar vigilantes para que não haja infiltrados; mas agredir refugiado que vende comida que não se vendia antes dele chegar (não rouba trabalho de ninguém portanto) francamente... O da esquina estudava Direito e quer estudar aqui Literatura brasileira. Tenho lhe dado alguns livros.
Estupidez ou safadeza: embora só se possa elogiar o célere replantio após reclamação, em todo o Vale das Laranjeiras até o Largo do Machado (UMA SEMANA após abrir protocolo apenas!) vemos que as estruturas montadas pela ex-prefeitura para a melhor destruição da cobertura verde do Rio ainda estão aqui. A Limpeza Urbana ainda deve estar incumbida dos cortes, e é preciso que Parques e Jardins volte a cuidar do que deve. A Limpeza Urbana tem, isso sim, que cuidar da reciclagem do lixo, o que ela própria confessa que faz de forma insuficiente.
A árvore cortada na esquina de Pereira da Silva era SAUDÁVEL, temos fotografias. O legado do sr Paes ao Rio foi árvore cortada, muita árvore cortada, por todos os bairros e até o dia 31 de dezembro de 201. Se o legado do novo prefeito for o oposto, o que não terá feito pelo seu bom nome! e pela cidade então!
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sábado, 29 de julho de 2017
tanques e trouxas
Tanques nas ruas do Rio. A imagem é a pior possível. Não sou contra a intervenção do Exército se for para evitar morte de criança na porta de casa (ou na pelada, ou, ou) PM fuzilado em assalto, turista esfaqueado, e todas as mortes vergonhosas que o Rio tem propiciado a tanta gente.
Por isso dizia Chico Xavier que o lugar mais limpo não é o que mais se limpa, é aquele que menos se suja. O tráfico e SIM: o usuário! sujam a cidade. Na metáfora; e no caso do crack, concretamente.
Importam, com ajuda de quem não se sabe, armas de guerras extintas, como da Sérbia e agora da Colômbia.
(O que se sabe é que o filho de autoridade sul-mato-grossense, preso com toneladas de maconha E UM FUZIL, foi solto e internado em casa de saúde. Vão internar todos os bandidos?)
Então para este lixo de situação, a solução foi o Exército e este é como é, vem tanque e tudo. E o Exército tem data para deixar o Rio (e menos mal). O tráfico não tem data para parar de brandir os seus fuzis e alimentar craqueiro. Seus amigos têm data para parar de alimentar o tráfico?
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quinta-feira, 20 de julho de 2017
miaus no documentário
Os turcos foram em toda a região mediterrânea e adjacências sinônimo de facínoras, assassinos e estupradores. Ocuparam diversos países e outros que não ocuparam, como a Itália, sofreram muito com as incursões piratas. Raptavam meninas e adolescentes para os haréns e pior ainda para as famílias que acaso sobrevivessem, raptavam meninos e rapazinhos para fins similares.
Difícil associar essas arraigadas lembranças com a realidade de Istambul hoje, tal qual transparecia num documentário de anos atrás destacando a musicalidade do povo, e agora outro mostrando a vida dos bem-cuidados gatos de rua, na linda Istambul antiga, que tem áreas ameaçadas pela especulação.
Até quem não é chegado aos gatos deveria assistir, aproveitando para conhecer uma cidade humana. O que foi feito da agressividade passada não se sabe. Verdade e que estamos vendo só Istambul, não a Turquia inteira que é vasta. Mas não se tem notícia, creio, de "ratos solitários" turcos explodindo ninguém na Europa nem de soldados turcos do enfraquecido califado.
Na cidade velha, se faz música, se conversa, se pesca e se cuida, muito, dos gatos. Homens e mulheres, estas de véu ou sem.
Um ditado deles diz, "Cães e gatos nos aproximam de Deus. Os cães acham que o dono é Deus; os gatos sabem que não é."
Chamarão a atenção as ausências. De automóveis, na cidade velha. De garotos de boné virado para trás. De mendigos. Acima de tudo, de celulares e gente caminhando e digitando besteira.
Gente, nada de Miamis da vida. Vamos mandar um brasileiro em dez para estagiar em Istambul e trazer sementes de civilidade?
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sábado, 15 de julho de 2017
"chame o ladrão"?!
Até parece o samba do Chico Buarque, com o pequeno pormenor, não estamos mais na ditadura a que se referia quando ele foi composto.
É inaceitável entre tanta coisa inaceitável que um estudante magrinho tenha ido dar queixa na delegacia do furto de um celular e o policial de plantão estivesse de portas fechadas e má vontade, começando a ofender o menino e continuando por atacá-lo, por ter "incomodado o seu silêncio" como dizem os vendedores nos ônibus; o rapaz além de mestiço era efeminado e o policial, que recebe para estar ali a serviço da população, não gostou da interrupção do soninho nem menos ainda de quem interrompia. Delegacia de portas fechadas, francamente, já começava mal.
O moço foi corajoso e fez denúncia na Comissão de Direitos Humanos de Niterói; porque depois dessa fica difícil fazer B.O. na delegacia, verdade?
Não se aplaude mas se compreende PM que manda uma bala sem tempo de mirar, no sufoco do confronto e causa um acidente fatal. Mas o civil estava no seu local de trabalho, sem ameaça maior do que a que todos enfrentamos no dia a dia por vivermos no Brasil. Não foi acidente, foi agressão gratuita e bárbara.
Enquanto isso nas cracolândias cariocas, um padre italiano abraça os usuários e tenta fazer com que deixem a rua. Pessoalmente acho que a lei deve intervir, tornando compulsório o tratamento. Mas isso custa muito dinheiro, exigindo remédio, psicólogos, locais e comida, além de seguranças. Enfiar os viciados no xadrez é que não vai dar conta, as prisões já estão superlotadas. E enquanto nada se faz, o padre veio da Itália especialmente para isso. Não seríamos, na maioria, capazes de abraçar e muito menos de ficar horas a fio junto de craqueiros; eu não seria. Queremos que sejam retirados da rua. De todas as ruas. Estamos certos nisso. Mas o padre Renato deu amor, dá amor onde há ódio até por si mesmo.
Vamos ter de pôr padres como ele trabalhando nas delegacias?
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