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sábado, 15 de julho de 2017

"chame o ladrão"?!

Até parece o samba do Chico Buarque, com o pequeno pormenor, não estamos mais na ditadura a que se referia quando ele foi composto.
É inaceitável entre tanta coisa inaceitável que um estudante magrinho tenha ido dar queixa na delegacia  do furto de um celular e o policial de plantão estivesse de portas fechadas e má vontade, começando a ofender o menino e continuando por atacá-lo, por ter "incomodado o seu silêncio" como dizem os vendedores nos ônibus; o rapaz além de mestiço era efeminado e o policial, que recebe para estar ali a serviço da população, não gostou da interrupção do soninho nem menos ainda de quem interrompia. Delegacia de portas fechadas, francamente, já começava mal.
O moço foi corajoso e fez denúncia na Comissão de Direitos Humanos de Niterói; porque depois dessa fica difícil fazer B.O. na delegacia, verdade?
Não se aplaude mas se compreende PM que manda uma bala sem tempo de mirar, no sufoco do confronto e causa um acidente fatal. Mas o civil estava no seu local de trabalho, sem ameaça maior do que a que todos enfrentamos no dia a dia por vivermos no Brasil. Não foi acidente, foi agressão gratuita e bárbara.
Enquanto isso nas cracolândias cariocas, um padre italiano abraça os usuários e tenta fazer com que deixem a rua. Pessoalmente acho que a lei deve intervir, tornando compulsório o tratamento. Mas isso custa muito dinheiro, exigindo remédio, psicólogos, locais e comida, além de seguranças. Enfiar os viciados no xadrez é que não vai dar conta, as prisões já estão superlotadas. E enquanto nada se faz, o padre veio da Itália especialmente para isso. Não seríamos, na maioria, capazes de abraçar e muito menos de ficar horas a fio junto de craqueiros; eu não seria. Queremos que sejam retirados da rua. De todas as ruas. Estamos certos nisso. Mas o padre Renato deu amor, dá amor onde há ódio até por si mesmo.
Vamos ter de pôr padres como ele trabalhando nas delegacias?

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