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quarta-feira, 29 de maio de 2013

caminhos

Quando éramos meninas uma de minhas primas fazia o "pelo-sinal" quando passava na porta de igreja, e fazia na amiga, dizendo-lhe que não observar o rito era"pecado mortal para sempre". Meu Deus, espero que os padres não profiram hoje coisas tão ameaçadoras. Ainda assim o gesto vive e não sou eu que vou ter algo contra.
Não sendo católica não o faço exatamente, mas se gosto da vibração  daquela igreja mando um Salve! ou bato palmas discretamente. Mas acho que ganhamos dos católicos na quantidade de saudações que andar na rua pede.
Se há vela para as Almas  mando o nosso Adorei as Almas! ( senhores padres e sacristãos, senhor papa Francisco, vamos respeitar os veleiros! em São Paulo ,ouço dizer, foram de todo abolidos e as pessoas têm de acender suas velas no chão. Que coisa mais feia)
Se há vela pra Exu na encruzilhada, eu salvo ao passar, inclusive de dentro do ônibus.
Ao passar por encruzilhadas peço licença, se passo pelo meio de uma, o que evito, peço licença a Ogun. Ele toma conta do meio das encruzas machos. Ou machas.
Ao passa rpor portas de entrada, o clássico  "com licença" ou alguma coisa equivalente. inclusive na minha casa. Meu filho me diz, - A casa é sua.
Sim, mas a porta tem dono.. Laroiê....

domingo, 19 de maio de 2013

azeitona

Aprendemos na acupuntura que alimentos de cor preta, notadamente azeitona, são bons para o Pulmão. Atenção, azeitona preta... não verde ou dessas enormes estranhas que produzem, chilena, creio. A pretinha, comum, "portuguesa".
Recomendo para tosse. E água, naturalmente. sem água não se vai para frente. Se por algum problema renal não puder tomar muita água, e houver tosse, então mais do que nunca, azeitona preta.
(Agora se por algum outro problema também não puder consumir azeitona, não sei o que fazer com você... Problema demais... só na consulta mesmo.)
E ainda existe a umeboxi, enorme, japonesa, que na verdade é mais uma ameixa, e tem fama de limpar o organismo de ressaca. Bem, eu bebo pouco e nunca fiquei de ressaca ... e ntão jamais fiz uso...
Há gatos que enlouquecem com o carocinho da azeitona preta como se fosse valeriana ou erva gatária;  rebolam pelo chão e esfregam-se nela e a perseguem pela casa, deslizando deitados, já que obviamente ra coisa rola com a pressão.  E há gatos que pegam essa onda indiretamente, lambendo a coroa da cabeça do primeiro. Só vendo para acraditar. O caroço de azeitona rolando, um gato atrás dela, rebolando feito odalisca, e outro atrás do primeiro, metódico. É o caroço apenas, azeitona inteira é escorregadia e a maioria não consegue comer.
Quando a gente está triste é bom consumir dessas, portuguesinhas, para não afetar o pulmão; e se o pulmão está afetado é bom comer preventivamente, para não ficar triste. Uma coisa puxa a outra.

Azeitona só se deve evitar mesmo é pôr na empada alheia.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

relatividades

Leio a biografia "filmada" de Carlos Gomes por Rubem Fonseca.
A ela voltarei outra hora porque é muito instrutiva....
Hoje, às vésperas do Treze de Maio, o que me chama a atenção é o aspecto racial,e como isso afetou o nosso maestro..
Rubem Fonseca o descreve como caboclo, filho de "mulato e cafuza", acobreado e de longos e bastos cabelos negros. Carlos Gomes os alisava, criando assim uma estampa romãntica à la Theophile Gauthier. Quando deixava de os alisar encrespavam e armavam; assim ocorreu ao entrar em depressão com a perda do filho de cinco anos (não sei se algum dos que teve se criou, porque não atingi o fim do livro ainda... Crianças mesmo bem cuidadas e nutridas como eram as suas, eram seres muitíssimo frágeis)
Mas apesar do cabelo armado, que evitava que vissem, foi identificado na Itália como "índio" e os desafetos o xingavam de antropófago... O "Guarani" ajudaria nessa identificação.
Já a esposa italiana o via mais como negro, e apesar da muita paciência que teve, até deixar de ter (e pagar na mesma moeda) com as infidelidades do maestro, um dia culpou  da morte dos filhos o "mau sangue negro" do marido, que lhe fizera crianças "defeituosas".
No Brasil, um dos maiores amigos de Carlos Gomes era o engenheiro abolicionista  negro, André Rebouças. Rebouças era homem brilhante e culto.  E incentivava o amigo a passar uns bons anos pela  Itália,  pois no Brasil só havia "aimorés e botocudos". Até abolicionistas negros naquele tempo  manifestavam preconceito, na maior inocência, pois tudo é relativo...
Fico pensando como esse caboclo tão cheio de música é o retrato do Brasil....
Acrescento que em visita aos pagos, Gomes libertou diversos escravos que comprou para este fim. Mas foram atos soltos; um ano depois os três contemplados foram vistos a mendigar. Pois, como muito bem diz Fonseca, indenizava-se er ao amo, pela perda do bem móvel, e jamais ao ex-cativo,  pela perda da liberdade... Os forros que lograram êxito vinham construindo o seu pecúlio; out tinham mais garra, ou ainda receberem alguma jauda. Airados na rua, estes "do" maestro  só tiveram a sorte de poder dizer, - Sou forro.
O que já era mais do que muita gente aceitava.
E...  mesmo sabendo que  a intenção foi maior que o resultado, salve o Treze de Maio!




quinta-feira, 2 de maio de 2013

pés de pau

Em Laranjeiras há um terreno arborizado em ladeira, bonito e "fantasma" pois os donos morreram em deslizaamento tragicamente famoso dos anos sessenta, e se alguns têm herdeiros, esses teriam direito cada um só a uma parte e preferem lavar as mãos. Para edificar, teriam que fazer isto e aquilo e embora não seja "non aedificandi" funciona como se fosse. Como resultado dos donos serem invisíveis ou inexistentes, a Prefeitura não corta as cinco árvores secas, imensas, penduradas sobre a calçada.
Bem agora são quatro árvores secas, pois uma de fato caiu, destruindo portaria e janelas do prédio onde mora meu filho. Depis que caiu, veio a Prefeitura, isolou, e removeu... a árvore que tinha caído. Deixou as quatro outras lá, e pelo ângulo dessa vez cairão destruindo ônibus ou carros ou quiçá vidas, mas não cairão mais no prédio. Detalhe, no mesmo dia a Prefeitura, zelosamente, cortava uma árvore cheia de folhas a metros dali, que sem dúvida para os padrões do Prefeito, ameaçva cair. Nunca tantoaárvore ameaçou cair desde que passaram esta mister pra Comlurb, que sai varrendo e se pudesse varria com tudo e deixava o chão "limpo" de vegetação.
Agora, árvore seca, sem vida, raíz frouxa,  além do meu filho que liga reclamando,  o viizinho das janelas destruídas liga há oito anos,, os síndicos todos ligam... mas a prefeitura não liga! Curiosas prioridades tem.