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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

cristalinamente louco

Achava eu que depois da bomba atômica e do photoshop seria impossível inventar nada mais perigoso ou mais idiota. Claro que estava errada, vi outro dia que físicos pesquisam a invisibilidade. Com a ajuda de cristais!
Já houve sensitivos como Richard Gerber para afirmar que cristais foram usados indevidamente na Atlântida. Mas teria sido na Atlãntida, e teriam sido os de quartzo incolor, os reis dos cristais. Agora se trata de lâminas de calcita.
Os cristais com freqüência têm vários níveis de refração, sendo possível adquirir nas lojas especializadas por exemplo esmeraldas e rubis opacos e relativamente baratos, mas que já têm o poder de cura semelhante à pedra preciosa. A parte nobre do veio, a gema, é que é fora de preço.
Como terapeuta conhecia apenas a calcita como pedra fosca, áspera, amarelo-ovo ou laranja e também azul-celeste. O mais próximo à gema seria a calcita branca, mais translúcida e lisa ao toque, possuo um exemplar. Calcita amarela dá força à mulher, pedras azuis harmonizam o chacra da comunicação. Na época em que vendi cristais terapêuticos, havia sempre duas ou três garotinhas que eram freguesas certas, perguntavam tudo e achavam uma graça imensa no nome, eu brincava com elas que não era “calcinha amarela, viu gente!”
Essas pedras podem e devem ser postas durante a sessão nos chacras adequados, que nada mais são do que pontos de acupuntura do Vaso da Concepção e Vaso Governador. Porém aí os pesquisadores estão trabalhando com finas lâminas de calcita gema, mais do que translúcida, transparente, e o acúmulo delas parece que já permitiu “fazer desaparecer” da vista e segundo o ângulo, um pequeno objeto.
Não vou tecer comentários sobre o que de nefasto pode daí advir pra não dar ideias à moçada, que delas não carece. Mas creio que esse sonho de infância que todos tivemos, ser invisível, como sonho está muito bem. Rendeu livros e filmes também, transpor para a vida real é que é de arrepiar. Quando o cidadão pede mais “transparência” ao governo, não é disso que estava falando...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

adaptando

A maioria já sabe, Feng Shui começou com as tumbas dos ancestrais. Quando a técnica se expandiu para as casas dos vivos, criou-se o termo YIN feng-shui para os mortos, e YANG feng-shui quando aplicado aos vivos. Ou seja, houve uma adaptação. A bússola clássica chinesa é, segundo a especialista Eva Wong, indispensável para a modalidade yin. Mas para medir a porta das casas, serve a comum, infinitamente mais barata e mais fácil de achar. Houve aí também uma adaptação.
Havia uma técnica dentro do Feng Shui que recomendava, para descarregar um espaço, dar todas as descargas e pior, deixar todas as torneiras abertas durante não lembro quantos minutos. A técnica já se adaptara à água encanada. Mas precisamos ir além e nos adaptar aos novos tempos, esquecendo que ela exisitiu: ela não cabe mais na realidade do século XXI. Para os espertinhos, acrescento que não era só chegar e chuááá. Havia uma série de procedimentos, viu gente?
Da mesma forma, receitas para oferendas no afro-brasileiro que comportem velas acesas no mato simplesmente não cabem no mapa. Não digo sequer “não cabem mais” porque nunca deviam ter entrado. Já foram também uma adaptação à parafina, e antes dela à própria vela. Nem vale usar pequenininha dizendo que vai esperar até o fim, porque de repente acontece algo e não espera... Vela no mato, só na beira do rio, cercada de areia molhada por todos os lados, quase dentro d´água. E olhe lá... Para os outros casos eu recomendo um cristal. Cristais contêm dentro de si uma chama simbólica. Mais uma vez, adaptação. Dizem os biólogos: vence o bicho que sabe se adaptar.
Há um texto meu falando sobre meio ambiente e adaptabilidade no ESOTERA qe está nos locais habituais.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

a vacina do pajé

Quando comecei a estudar fitoterapia comprava os livros à medida que os encontrava, e na minha estante existe um, chamado “Plantas que curam, plantas que matam” de uma editora portuguesa. Um pouco maniqueísta para o meu gosto. Na seção de plantas horríveis feias malvadas está o tabaco.
Ora, além de servir para elaborar florais CONTRA o tabagismo (ninguém duvida que o cigarro faça mal; sei que Minas tem essa essência, e outras linhas também; presumo que funcionem já que florais de um modo geral funcionam maravilhosamente, mas esta ex-fumante parou há muito tempo sem floral nem adesivo, e quem chega aqui, até socialmente, por acaso nunca é fumante) além desse uso vibracional, e além da clássica receita para afastar pulgões das folhas do quintal, leio que de uma variedade de tabaco vem sendo desenvolvida vacina contra febre amarela, mais segura do que as existentes. Ah, e é criada no Brasil, por pesquisadores da Fiocruz.
Isso é um belo retorno de carma para os detratores da planta. Nenhuma planta é feia horrível malvada, nem a coca (muito menos a coca, que é usada em ritos divinatórios andinos e ainda serve para curar o “sorocho” de quem chega da planície) nem outra alguma. Um pouco como no caso dos pitbulls, quem tem culpa do mau uso são os seres humanos. Se a espécie está ali, cumpre uma função. (Sim, até barata. Mas não na casa da gente! Que sirva bem longe daqui de alimento para os animais – e exóticos humanos- que a têm por iguaria...)
Claro que na magia ainda existe outro uso para o tabaco. Nas Américas, o fumo tradicionalmente ajudava e ajuda nas divinações; em cachimbo ou charuto. Na Umbanda a maioria dos guias adultos fumam uma coisa ou a outra: mais uma vez ajuda à divinação. E a fumaça pode ajudar o guia a defumar e mesmo a curar um consulente. Ou seja ninguém precisa frequentar a terra daquele moço soturno do cavalo e do chapelão para aprender com essa folha de usos múltiplos, como são múltiplas as facetas do entendimento.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O melhor som do mundo

Pensou que eu ia falar de rock ou afins? Quem é de samba geralmente não fala de “som”, fala de samba mesmo. Mas o barulho a que me refiro não é musical. Pensei muito antes de rotulá-lo o melhor barulho do mundo e estou convicta, ele mesmo. Barulho de chuva, de mar (Odoyá! hoje é dia 2 de fevereiro) de vento nas árvores... barulhos ótimos mas, comprove-se, não produzem o mesmo efeito porque o mar e o vento prescindem inteiramente de nós.
O melhor barulho do mundo eu ouvi ontem, e é barulho de criança brincando, criança grande, que não choraminga, em dia que não era de aniversário. Isso é importante porque não havia parabéns, e principalmente não havia animadores armados de megafones ou microfones pra infernizar o bairro inteiro.
Por que me encantou tamanhamente? Bem, primeiro me senti encantada, depois fui analisar as razões. Criança é sempre bom, claro, mas não foi isso. Achei animador comprovar que crianças sem dúvida plenamente incluídas na era digital conseguissem brincar tão bem. Até meia-noite, sem um único choro nem palavrão. Sem adultos a orientar. Sem um espaço especialmente pensado para elas, pareciam brincar no corredor de serviço a céu aberto do prédio vizinho. Sem bolo de aniversário... só na base da criatividade.
Um grupo de adultos a festejar não produziria o mesmo efeito. Para início de conversa, adulto não brinca, bebe. Sai a magia, entra o álcool, com os seus vários estágios, leão, macaco, porco, e tal. Adulto já costuma precisar de umas muletas assim. Os pirralhos se divertiam sem parar para beber nem comer. Estava trabalhando e os ouvia. Conviviais, harmoniosos, apesar de já haver pelo timbre e o barulhinho dos saltos uma garota entrando na adolescência. Primos? Talvez.
Nesse dia de Lua Preta, que simboliza renovação, sinto-me alentada que algo tão antigo, singelo e forte siga existindo, e o desejo eterno e generalizado. Que possam renovar dignamente esse mundo. Nesse dia em que vai principiar o ano astrológico do Feng Shui, foi um bom augúrio para a espécie humana que deles tanto carece. Nesse dia Dois de Fevereiro, dia da mãe do mar, de onde todos viemos, peço à mãe d´água, um pouco mãe de todos nós, até quando não carregamos o seu axé, que olhe por seus filhos menores e lhes dê ensinamento, caminho e proteção. Odo Yá!