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quarta-feira, 26 de maio de 2010

metalizado

Já podem ter reparado: todo dono ou trabalhador de ferro velho tem os olhos avermelhados, irritados, mesmo os muito novos. Um estado crônico devido à intoxicação do sistema hepático, pois lidam, segundo o alto-falante brada pelas ruas, com chumbo e alumínio entre outros. Entre outros porque recebem mesmo artefatos com elementos radioativos e por aí vai.
Metal não é um elemento que provoque ondas de simpatia ao ouvirmos mencioná-lo (sei que na tabela química dos elementos cada metal tem uma abreviação e pra vocês verem até conheço algumas! Mas emprego o termo dentro da acepção usada na medicina chinesa e ramificações como o Feng Shui). Ouvimos muita gente dizer que não gosta de cama de metal porque “acha frio”, frio claro está no sentido afetivo e não meteorológico.
E estas ciências nos ensinam a aceitar o Metal como aceitamos o nosso signo, já que a sua energia está em algum grau em cada um de nós, e é para alguns o elemento predominante. Os Elementos determinam as patologias às quais seremos mais sensíveis, Metal sugere tendência a problemas respiratórios e/ou intestinais. O motivo do Pulmão e do Intestino Grosso pertencerem ao Metal ainda é um mistério para mim; não, porém, a sua interação: como se sabe câncer de cólon é um freqüente motivo de óbito de fumantes. Mas há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que cabem na cabeça... o fato é que a esta dupla de órgão-e-víscera regida pela energia do Metal corresponde a virtude da polidez; lembrem de metal polido, e a cor regente é branca, como o brilho do metal.
Quando saímos da acupuntura para o Feng Shui o Metal passa a ser, mais do que algo que devemos aceitar como aceitamos a data do nosso nascimento, uma ferramenta poderosa se bem empregada. Seda Terra negativa, através dos objetos de metal e das Águas da Paz; só a bússola diz onde alocar essas ferramentas, que postas no quadrante errado podem sedar Terra positiva! Nesse caso não chamarão doenças fulminantes nem dissenções e sim a sedação da prosperidade, resultado que certamente também não queremos atrair! Pode ocorrer que uma de suas Águas da Paz fique como coberta de lodo num quadrante que esteja recebendo muita carga de raiva, troque a água mesmo sem ser o dia certo, sem deixar de trabalhar também o problema. O lodo é a prova que funciona!
Em tempo, eu também não gosto das camas de metal vendidas aqui nas lojas. Mas um meu sonho de consumo seria uma de latão das que eram usadas na Europa, apesar do motivo original... que era de reduzir os percevejos em relação às de madeira. Pois é.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

vai varrendo...

Deu no Globo que no final do ano, acontecerá no Rio a versão local de um evento chamado Let´s Do It! e que aqui será o Limpa Brasil. Eu quero participar! Lixo é um problema candente hoje em dia, mais ainda por não ter sido por muitos e muitos anos. Infelizmente a "sifilização" chega mais depressa aos lugares do que a cidadania, e toca de atirar pilha usada pra dentro do mato.
Ainda não consegui falar com todas as pessoas da Comlurb que preciso, tendo começado pelos telefones da Ouvidoria, no bairro da Tijuca; dá para perceber pela reação do ouvidor que me atendeu que a empresa se omite um tanto no caso específico das pilhas, escudando-se atrás da lei que manda o fabricante cuidar da pilha usada. A Companhia de Limpeza Urbana não vem fazendo (há uns anos fez) uma campanha que eduque as pessoas para não atirarem pilha na lata do lixo comum, no mar, no canteiro e por aí vai. Sem dúvida o fabricante e vários Ministérios e Secretarias poderiam e deveriam TAMBÉM estar trabalhando nesse ponto, nem por isso a Limpeza Urbana tem razão de, nesse aspecto, estar inativa. Me diz o ouvidor que "falam disso no site", ora, lembrei-lhe, a campanha que não está acontecendo deveria atingir a todos os que podem comprar pilha e bateria, ou seja a população acima dos sete anos aproximadamente, incluindo-se aí analfabetos virtuais e analfabetos de verdade.
Porém soube que existe uma Universidade da Comlurb, que dão palestras continuamente em comunidades carentes e escolas, num trabalho de formiga, que sentem a necessidade de expandir cada vez mais esse trabalho, e tive um primeiro contato com um dos palestrantes.
A responsabilidade é de cada um de nós. Lembro de uma comunidade contemplada pelo Favela Bairro reclamando que os garis subiam pouco e largando sacos plásticos no chão até na Pedra de Xangô (isso foi antes da campanha "Saco é um Saco", pode ser que hoje esteja melhor). O mundo é holistico, e como prova disso vejo o prédio onde moro, e em que lixo é um problema contínuo. Minha vizinha (quem sabe, em reação mui pessoal a esta campanha...) não descartou batatas deixando-as no chão, outro dia!? Tô falando...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

salve os Velhos....


Entrou maio e os gerentes de supermercado, que não são burros nem nada, enchem gôndolas de vinho licoroso que alguns só vendem nessa época, porque é o que agrada aos Pretos Velhos. (Outro dia surgiu uma questão se devemos grafar ou não com maiúscula: devemos grafar com maiúscula nomes de entidades que possam levar a confusão sem ela, como Crianças, Boiadeiros e assim por diante).
Ainda há muito preconceito entre praticantes dos cultos afro-brasileiros; e contra eles nem se fala. Ontem mesmo 6 de maio o Globo não publicou na 3a página do caderno cultural que Fulano, “outro supersticioso”, tomaria banho de pipoca?! Os "demais supersticiosos" eram membros de uma família de atores ligada ao candomblé; telefonei na mesma hora para a redação.
Mas o 13 de maio é hoje data só da Umbanda, a grande festa dos Pretos Velhos. Eles trabalham de formas às vezes curiosas; uns anos atrás eu estava numa reunião pre-natalina pluri-religiosa, em que nos havia sido pedido para formar grupos de três e falar cada um de nossas religiões. No grupo em que eu estava um distinto senhor, representando uma “religião de base alemã” (sic) declarou assim que sentamos, - Que bom estar aqui com vocês! Agora pergunto a vocês, o que é que um Preto Velho teria a oferecer? - Obviamente rebati, apesar de “passada” como se diz. No dia seguinte eu estava numa palestra sobre Angola e senti um desejo imperioso de desenhar no papel e lápis que nos havia sido fornecido para anotar perguntas, e assim ganhei de presente do meu guia a Moça das Ervas, que é a minha assinatura visual no cartão e no portal. Nesse ano fiz cartões de Natal com essa imagem, e permaneci muitos meses ainda naquela associação pluri-religiosa com um cartão na bolsa até me convencer que envergonhado sem dúvida, aquele distinto nunca mais daria as caras por ali. Aí, saí eu também.... Salve o Treze de Maio.

terça-feira, 4 de maio de 2010

baseado

Na sexta dia 07 de maio de 2010 haverá, no Casarão Cultural do Cosme Velho (Casarão Austregésilo de Athayde) a leitura dramatizada da minha peça BASEADO, com taxa de manutenção de 05 (cinco) reais para o espaço que nos acolhe. Já bastou escrevê-la!...não sou eu que assino a produção mas até onde pude ver está caprichadíssima. Daqui a uns meses ou quiçá umas semanas a peça sai como livro, novamente isso não depende de mim; informações sobre a montagem podem ser vistas no portal do casarão que também está no Twitter e afins!
Para os leitores e pacientes habituais que estranham o título, há um trocadilho intencional com o que vocês estão pensando e situações reais que serviram de base. 14 anos atrás me pareceu um bom título, e não vejo motivo algum para mudá-lo hoje apesar de toda a água que passou na minha ponte. Assim como a personagem Selene, costumo não aceitar os que me são oferecidos (hoje pergunto meu irmão, ela é do teu quintal?) e declaro-me aqui, como já diversas vezes me declarei, a favor da legalização do dito cujo para enfraquecer o tráfico. Quando a erva for legal, eu a plantarei para o orixá a quem corresponde, pois como se diz, "na matéria" não é muito minha praia, assim como inúmeras substâncias e coisas perfeitamente legais, tais como cerveja, panela de alumínio, novela de qualquer canal, BBB e por aí vai... Até lá ela e eu ficamos longe uma da outra; a não ser no título da minha peça. Às vésperas de ver publicado outro trabalho meu, esse bem recente, em que o campo semântico gira ao redor do dono dessa erva, festejo esta montagem da minha peça e o lançamento correspondente, e recomendo que, inclusive em relação às razões acima, assistam quando levada ao palco e leiam quando lançada! Pois o Caminho das Folhas jamais pretendeu ser caminho do monge, e escrever ficção sobre saúde holística pode dar certo, mas não está em mim.