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quarta-feira, 12 de abril de 2023

peixe vivo

 Tem coisa muito boa em Minas. Destaco o maravilhoso pão de queijo com café da Rodoviária de BH, destaco o sabiá branco que ensinou Minas a cantar o Peixe Vivo. Muita coisa ruim tem naturalmente, como o inculto extremista que ontem comparou o presidente a Hitler.  Somos um país que elegeu palhaços para o Congresso, literalmente, então o nível desse vereador não deve surpreender.

Tem também uma Câmara municipal na honrada cidade de Caratinga que resolveu atacar um Centro de Umbanda, Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição. Exige menos volume sonoro nos atabaques (vá lá, não ouvi) proíbe a presença de menores de 14 anos (normalmente vão pouco, mas podem precisar ir por motivos de saúde física ou espiritual) e culmina proibindo gira de Exu. Vou repetir, Caratinga quer proibir, por ora proibiu até que algo se faça a respeito, as giras de Exu. E também o uso de qualquer bebida alcóolica, o que inclui portanto o vinho dos Pretos Velhos. A denúncia, em forma de colina de opinião, estava na Dois da Folha de ontem segunda,  Folha essa que por sorte comprara. Dizia a jornalista que o ato viera à tona na Semana Santa. Denunciei pra quem podia e o deputado estadual umbandista respondeu que estava ciente e postara sobre isso; o federal é católico e nenhum é mineiro. Caratinga é mais uma vergonha nacional nessa hora; e aliás infringe a lei.

Porém a Academia de Letras Mineira acolheu o seu mais novo membro, uma das coisas boas que acontecem por lá. Trata-se do pensador e ambientalista indígena e mineiro Aílton Krenak; cujo terceiro livro estou lendo e que prepara um novo, maior e " difícil" segundo ele. Isso nem repara o genocídio país afora nem conserta o estrago no rio Watu, o Doce. Não traz de volta o Pico de Itabira que foi descrito por JM Wiznik como existindo agora em negativo, o mesmo volume de outrora cavado no chão. Mas respeito e bom. Viva  a Academia Mineira que soube não ser "acadêmica", o Krenak e o Watu. 

Que o peixe vivo possa voltar àquelas águas e o nome Doce volte a fazer sentido. Viva o sabiá-branco!



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