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quinta-feira, 14 de março de 2024

crimes reais e outros menos

 Dias difíceis, além das inexplicáveis amizades  internacionais do presidente, Centrão a todo vapor, esse bando de saúvas; morticínio dos Yanomamis e no Rio,  querem homenagear a inacreditável ex-dama no Theatro Municipal. Nada fez pela cultura, muito pelo contrário.. Pior, é inimiga do Estado de Direito. Criminosa homenagem.

Certamente ela também censuraria romances. Não esperei nem O Avesso da Pele nem Um Defeito de Cor virarem polêmica, ou samba -enredo respectivamente para comprá-los; gostei do que vi no Segundo Caderno e bastou.  Resultado ao avesso, o censurado está vendendo que nem água. 

Por isso apelo para o escapismo dos romances policiais. Tupiniquim que sou, aprecio o delegado Espinosa, mas convenhamos que a sua namorada é a coadjuvante mais aborrecida da literatura brasileira e creio, mundial, sempre a subir as escadas trazendo "pães e queijos". Pede uma pizza mulher, e diz algo que preste! Meu coadjuvante predileto no gênero é o barrigudo Marino, que ajuda a improvável doutora Scarpetta a desvendar casos. A doutora gosta de cozinhar mas tem diarista, o que não é o caso do detetive Hyeronymus /Harry Bosch, cuja casa se limpa milagrosamente (ou fica imunda). Possui contudo um lava-louças, já é algo. Mas Bosch é no gênero meu personagem mais querido, qualidade das tramas, da escrita e a rede de personagens ao seu redor que também protagonizam livros da série.

Há também os diversos escandinavos, os chineses, mas empatado com Harry Bosch no meu panteão vem Adamsberg o francês, que protagoniza nem o terço de livros do californiano. E é vaidoso, herói de sua série é ele, nunca o meio-irmão advogado nem o jornalista que casou com a ex-namorada. Adamsberg é baixinho e baixinhos são estrela, têm de ser. 

Essa gente boa resolve muito crime para nosso proveito. o crime contra a dignidade nacional que representa homenagear a ex-dama nesse templo da cultura, isso eles não chegam nem perto.






domingo, 3 de março de 2024

esperar não é fazer

Impressionante como o porte oficial de armas e fardas, em ve de gerar proteção, acarreta temores em quem as usa.

Pelo menos os policiais militares que em 19 assassinaram com mais de cem tiros um catador e um ambulante  por se sentirem ameaçados foram condenados e estão recorrendo, insistindo na "ameaça".. Por ser na nefasta época daquela pós eleição muitos pensamos que nem isso aconteceria.

Em Israel soldados fortemente armados se acharam ameaçados por civis famintos, desarmados, e desorganizados sim. Massacre. Quanto ao exército israelense, vem parecendo necessitar de troca urgente na equipe que os prepara psicologicamente (deve haver uma, ou deveria. )

Não se pense que massacram apenas civis palestinos; Todos devem lembrar dos três reféns israelenses  que surgiram agitando bandeira branca e chamando pelos soldados em hebraico. Se sentiram ameaçados os soldados, passaram fogo nos reféns. Dois caíram, o terceiro correu gritando Socorro! em hebraico. Mas que ameaça! Morreu também.

Se isto não demonstra a necessidade de um cessar-fogo imediato, talvez as palavras do cineasta Amos Gitai ajudem. Ele declarou que não existe outra alternativa que não a paz entre israelenses e palestinos. Acredita nas flores vencendo o canhão, e todos precisamos acreditar enquanto aplicamos o ditado postado por amigo meu em seu perfil, Se vis pacem para bellum.


 

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

estrelas

Há estrelas de todo tipo. A Estrela Solitària, que tem evidentes problemas psicológicos para brilhar de forma contínua. A estrela vermelhinha do Partido dos Trabalhadores é outra.com problemas inversos, excesso de confiança em vez de carência, e sempre ao contrário da outra, cujos problemas vão pouco além de sua torcida, atrapalha o País quando se enrola.

Não pela primeira vez neste espaço imploro que meus amigos simPaTizantes se desloquem em pessoa ou via espaço virtual (vale teletranporte) para impôr  uma mordaça ao nosso mandatário. No coração de quem segue vivo um torneiro mecânico admirador do PC e convicto de que a salvação provém de Moscou, que não pode errar por ser Moscou. Ter sido torneiro só o honra. O próprio PC um dia pareceu a salvação dos povos; isso tem um bom século, mesmo se verdade for que nas células italianas vigora a independência de pensamento. A salvação cada um faz, não a importa de mecas.
Não representa a democracia quem apoia ditadores, sejam megalômanos europeus ou bigodudos latino-americanos. Não bastasse a Ucrânia.  O russo prende, mata os opositores e a reação é vergonhosamente tépida. Mesma coisa em relação a Caracas. 
A língua do presidente cresceu junto com a sua trajetória e nela tropeça com estrépito. É a arte do tiro no pé, desta vez num momento em que a Polícia Federal acua um número de inimigos da nação, civis ou estrelados nas ombreiras. Mas o presidente, que muito acertou ao reclamar de memes contra o filho do antecessor em página governamental, em vez de seguir a boa maré se afoga na própria boca. E todos nós pagamos. 
A Estrela de David foi e é usada pelos opositores, parte de sua estratégia. Não é motivo para comparar os desmandos sanguinários do exército israelense à arquitetada e cirúrgica tentativa de extermínio de um povo. Retraia-se, presidente. Pense dez vezes antes de falar, em casa ou no exterior.
E honre a memória de todos os Navalny do mundo. São estrelas cuja luz teima em brilhar.





domingo, 11 de fevereiro de 2024

Hora da Verdade

Quando o ministro revelou na entrevista ao Globo que tinha havido um plano para o seu sequestro e, segundo quem conspirava, subsequente execução (em praça pública ou na moita, num automóvel, aí também segundo o conspirador) alguns presumíveis aliados seus duvidaram, nas entrelinhas.. Era a primeira da série comemorando a resistência do Estado de Direito após a intentona do 8 de janeiro 2023.

O plano, sabemos agora, não só era verdade como de início incluía mais dois sequestrados, o presidente do Senado e outro ministro do STF. Revelou agora o ex-ajudante de ordens que o então mandatário deu "uma tesourada, enxugou o texto". Não foi o texto, querido, foi a ideia; pode ter achado que vivos dariam trabalho, executados causariam outros problemas, dissolvendo o foco.

O Brasil pôde apreciar o alto nível moral dos conspiradores. O Oxímoro Fardado, general chefe da Casa Civil, indignado com um coronel honesto que se recusava a participar, sugeriu infernizar-lhe a vida, e da sua família. Faceta da preocupação com a família que apregoavam sempre? Já o então ministro da Justiça resumiu: - Vamos todos se foder, senhores.  Concordância do ilustre. Dos outros generais, um queria virara a mesa antes da eleição, e o outro descreveu opositores como "inimigos, ressaltando que como militar é treinado para pôr inimigo fora de combate.

Neste momento? um destes quatro-estrelas recebeu a visita da PF que saiu carregando vultosa sacola de documentos. Outro coronel retornou ao Brasil para ser preso a o descer do avião. O Comandante da Aeronáutica declarou que quem infringiu a lei deve ser punido. E o ex-mandatário? Esse já se dissociou das atitudes dos citados generais. Diz que não tinha nada com "isso daí", porque não saiu da boca dele.  Ah?

Bem, devagar se vai ao longe, um passo depois do outro e o jogo de pega-varetas continua. Hora da verdade.





sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

fantasia mortal

No Rio de Janeiro uma faceta da violência urbana é invadirem os bandidos hospitais onde são tratados seus desafetos de outras facções. (Até rendeu um excelente filme logo antes da pandemia.) Isso, imagino, só não é muito mais comum porque acabam sendo poucos os bandidos que chegam ao leito de hospital. A maioria dos que entram em confronto com a polícia ou fica pelo chão  ou já chega sem vida ao hospital (algumas vezes ajudado pelos policiais.)

Pois não é que Bibi  fantasiou três militares ou paramilitares seus de médico para executar palestinos internados? Não tenho ideia do que pensam a respeito no Velho Mundo, acredito que só a extrema-direita israelense possa aplaudir a inovação criativa. Por aqui não calhou de ter lido comentários devido às revelações recentes da política envolvendo aqueeeele clã.

Mas provoca engulhos, pois não? Importante ressaltar que os três executados não merecem uma lágrima. Era  gente do Hamas e do E.I. Opressores de mulheres, negadores do Holocausto, defensores da violência extrema e antissemitas. Nem por isto se invade hospital. E menos ainda fantasiado de médico. Os bandidos cariocas têm a hombridade de entrar sem disfarce. 

Bibi, comentei com o palestino das falafel, para quem separo matérias do Globo e da Folha, conseguiu se equiparar aos terroristas que pretende derrotar.



 

domingo, 28 de janeiro de 2024

cocar

 Há uns vinte anos uma professora da escola muncipal aqui em frente berrava assim, e talvez fosse o "dia do Índio" que deveria ser todo dia.

- Oh índio tem geladeira? Nããão! Oh índio tem televisão? Nããão! Oh índio tem sapato? ... e assim por diante. Fui à escola reclamar com  diretora.

Essa mentalidade nos leva à presente situação, em que povos precisam do Exército para afugentar as saúvas humanas. E é melhor do que nada, mas o Exército não está, em cada um de seus componentes, realmente preparado para lidar com as pessoas em perigo. Não poucos pensam como a tal professora. Traz comida, remédio de farmácia, males necessários nesse momento; enxota o garimpo ilegal que depois volta. Parece muita incompetência. Não se trata de afugentar e sim de acabar com a atividade, botando na cadeia os renitentes. Sabemos que há equipamentos complexos nas balsas. Proíba-se a fabricação, proíbam as motosserras.

No fundo da alma dos integrantes do governo, com a óbvia exceção das duas ministras ligada as ao tema, existe a convicção que "índio dá muito trabalho para pouco retorno e tem fazendeiro que faz parte da base aliada". 

Aprendíamos que no Brasil  havia (ensinavam como coisa do passado)  quatro grupos de "índios", tupi-guarani, jê, nu-aruaque e caribe. Aprendíamos errado porque não só não pertencem ao passado como . há outros. Os Ticuna são remanescentes de seu grupo linguístico. A outra parte (Yuri) se extinguiu para a vergonha de quem for capaz de sentir vergonha. Os Yanomami constituem um tronco lingüístico, e também não figuravam na listinha apesar de terem sido contactados há muito tempo. 

Palavras aruaques como "goiaba"  chegaram aos dicionários. A cegueira nacional é tamanha que mestiços de indígena são vistos como "japoneses'. É tempo de se reconectar.. De ir atrás  as raízes e não do 5G ou pior, da A.I.

Salve o maracá.



sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

todo mundo merece um parêntese

Piada fino-magyar

É a mesma piada, contada num e noutro país e quem souber qual é a exta origem que conte. Terá algumas décadas, não muito mais.

Vinha o bando empoeirado lá dos confins asiáticos e se depara ,a oeste dos montes Urais, com um cartaz. Na versão finlandesa o cartaz diz, "Lindas mulheres. Belos cantos. Pradarias floridas". Metade diz, - Ah eu vou é pra lááá! e segue rumo ao norte, findar a Finlândia.

Versão húngara é igual menos nos dizeres do cartaz. Nesse está escrito. "Democracia. Liberdade de imprensa. Eleições livres" e a metade do bando dá as costas e segue em direção ao sul, fundar a Hungria.; 

Claramente pessoas dos dois lados combinaram. Ouvi ambas as versões num evento por volta de 2008, com a presença da jornalista carioca de origem húngara e um professor finlandês. Do evento só conservei a piada, que adoro.

O que vem ao caso é que fui ver o Folhas de Outono de Aki Kaurismaki, se acertei as letras todas; o cinema exibe o título em finlandês também. Ele realmente botou a Finlândia no mapa para quem tivesse dúvidas que existisse. Delícia de filme. Chamem os amigos húngaros para assistir também.