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sábado, 21 de maio de 2022

ferros-velhos e generalidades

 Não será neste governo que conscientizarão estudantes sobre a responsabilidade inerente ao porte de armas. Quando o fizerem comecem cedo, porque não poucos que têm porte profissionalmente  não vão muito longe nos estudos. Claro que isto inclui PMs e bombeiros (matéria prima das milícias) como o rapaz que atirou no atendente porque não aceitou determinado vale. Inclui soldados e cabos do Exército, como os que em 2019 mataram aqui na Baixada dois inocentes e até hoje estão soltos. Inclui todos os fardados culpados de feminicídio, que tendo arma de fogo à mão, matam mais depressa do que a gentalha que precisa para tal fim de reles faca. 

Mas precisa incluir até os que têm por principais armas não a regulamentar que deixam, corretamente, quieta em casa, mas sim tanques e canhões. Em primeiro lugar para que se dêem ao respeito e não gastem dinheiro público em toneladas de leite condensado e Viagra (neste quesito a Marinha deve uma explicação à nação, tendo encomendado seis ou sete vezes mais das azuizinhas do que os outros, suscitando piadas obvias e dando por explicação que serve para a pressão arterial. Tão tensos ficam a bordo?  Acima de tudo, senhores generais deste governo, respeitem a Constituição  por mais confortável que seja o salário. Basta de sujarem a biografia passando a mão pela cabeça do irresponsável mandatário.

Não se acham notícias recentes do general que foi do governo e hoje é crítico. Esteve internado, há poucos dias declarou que estava "melhor" mas não se vê se teve alta. Este, o que assina artigos nos jornais terminando em "Paz e bem", e outros ainda, representam um núcleo de honestidade que será, esperemos, muito mais extenso do que conseguimos ver daqui. Nenhum brasileiro, militar ou não, é obrigado a ter simpatias por tal ou tal partido; mas sim defender as leis. Em 1964, nos mostra um documentário a que assisti há anos nos jardins do Museu da República, militares de várias patentes foram simplesmente eliminados ou desaparecidos por não querer participar do golpe. O filme dava os nomes, o único que recordo é o do evento, Tortura Nunca Mais. Parece que estávamos noutro mundo; neste de hoje, um tenente promovido a capitão defende a tortura em marchas e passeios de moto.

E que o corporativismo que permitiu aos atiradores fardados da Baixada sair incólumes, desta vez não permita que os cabos da Marinha  que atiraram no rio a vítima ainda viva sejam perdoados. Como mataram um policial civil no tal ferro-velho e não um catador, é  possível que recebam punição cabível. 

Fiscalização continua nos ferros-velhos, que nos destroem os monumentos impunemente; e que recebam em vez estátuas mutiladas, pistolas, tanques e fuzis.




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