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sábado, 2 de janeiro de 2016

jesus na manjedoura ou no estádio?

Logo antes do Natal, quando imperavam Bons Velhinhos e Meninos Jesus pelas ruas (a ordem dos fatores retrata, apenas, a difusão das imagens pelos lojistas) publicou-se uma notícia sobre exorcismos na Polônia.
O papa Francisco reconheceu a Associação Mundial de Exorcismo e nada temos contra nem a dita cuja nem muito menos o papa; mas sim contra os excessos que vêm imperando notadamente na Polônia, país freneticamente praticante, e em vários pontos da África.
Autores africanos já relataram diversas vezes a pratica de se culpar uma criança por males que assolam a comunidade, acusá-la de bruxaria, e simplesmente organizar a sua morte pública. Isso foi denunciado nos Camarões e em Angola, onde Agualusa inseriu em seu mais recente romance as notinhas de jornais de seu arquivo. Lá em Luanda o fenômeno é urbano e a execução é pelo fogo. Não há motivo para se supor que estejam a salvo da barbaridade os países entre estes dois. Ilegal, sim, mas acalma os ânimos que não se voltam assim contra os que governam.
E um especialista ugandense em demonologia, convidado pelos bispos poloneses, lotou seguidamente o estádio de Varsóvia (evento "Jesus no Estádio") e se os resultados trouxessem paz... Mas casos de mortes e ferimentos graves vêm acontecendo como decorrência de exorcismos "caseiros".
Um padre polonês recomenda o uso do terço também contra partidos políticos "tomados por Satã". Está no seu papel de padre, talvez, e terço só é letal se usado para enforcar; mais preocupante é o uso da expressão escolhida. É responsabilidade de todos estes religiosos europeus e africanos moderar o vocabulário e mais ainda moderar os ânimos, ajudando os seus rebanhos a desenvolver o discernimento e a autocrítica. Muito mais fácil acusar o próximo de todos os males e sacramentar a acusação com o nome de Satã.
Acreditemos ou não nele ou no exorcismo, não podemos ficar indiferentes; ou podemos vir a ser os próximos exorcizados.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

criançando

Habent sua fata libelli... dois livros infantis meus estão visíveis na editora virtual Clube do Autor e logo virá o terceiro. Os que já estão lá são MARICOTA, a história de um maracá teimoso, e PIPOCA E AS FORMIGAS, em homenagem a uma gata que venceu o medo.
Este, ilustrado pela pintora Ignez Rodrigues; o outro, pra escarmento de vossos pecados, ilustrado pela autora.
 Ambos podem ser visualizados até determinada página; no caso do MARICOTA é possível adquirir a versão eletrônica ou impressa, o outro só tem versão impressa por motivos técnicos que nem entendo quanto mais explico...
Para vê-los www.clubedos autores.com.br
e o terceiro é um garotinho que precisa de uma bacia nova para tomar o banho que deseja. Nos três casos a editoração, arte final, e mumunhas correlatas são de minha filha, portanto estou bastante orgulhosa...

sábado, 5 de dezembro de 2015

what´s in a name?

Este blog enfrentou inúmeros problemas técnicos que não sei resolver, mas nenhum tão irritante quanto os piratinhas do nome. Os dois que têm a elegância de acrescentar adjetivos não incomodam muito e têm o seu direito, mas existe um que ainda por cima é com fim lucrativo e deste, com veemência, gostaria de me dissociar.
Evoluiu o caminhodasfolhas.com de um perfil voltado para a saúde holística e ecologia para Direitos Humanos e ecologia, afinal sempre fui militante de Direitos Humanos e agora o meu blog também participa; é um tema um pouco mais candente do que a saúde de cada um de que confesso já desisti, mas também não quero ouvir nem ler as vossas mazelas à toa, gente fina. Me poupem.
O que não mudou é a preocupação com temas da Umbanda; e não foi por conta dos piratinhas nem dos piratões do governo que não postei uma saudação a Oyá em seu dia. Simplesmente foi muito trabalho preparar a sua festa. Ela sabe o que lhe devemos e o que me merece.
Que não nos desampare aos que lhe pedimos e apreciamos, e manifeste-se sempre formosa na terra como no céu.
Eparrei!



quinta-feira, 26 de novembro de 2015

um brilho mortal

Se os Quinze de Luanda ainda estão sendo julgados, a portas fechadas, é bom dizer; e se o cantor MC Kapa foi proibido de viajar para o Rio esta semana, já se tem noção bem clara de como vai mal Angola,  queridinha dos cantores brasileiros nos anos 80.
Não é, e seria igualmente inaceitável que fosse, algo focado contra o rap: só Luaty Beirão entre os 15 é do ramo, creio. Mas o rap tem uma voz crítica, e crítica é tudo o que o Camarada Presidente não quer ouvir. Tem fama, o Camarada, de cleptomaníaco: chefe de estado com problemas psicológicos tem mas é que renunciar.
Mas há outros críticos; costumam ir pra cadeia. Que é onde está Rafael Marques pelo seu livro -denúncia cheio de críticas construtivas ao tráfico de diamantes angolanos.
Os diamantes africanos causaram muita dor e guerra civil nem tão longe assim; enfeitaram a coroa daquele assassino com cara de vigia noturno bêbado da África central (que nome tinha o país na época? república é que não era se o gajo se dizia imperador). Os diamantes de Angola estão sendo parte da vergonha do seu governo.
Angola não tem só música nem só escritores-famosos-de-origem-portuguesa-radicados-no-Rio; tem pensadores, gramáticos e jornalistas de excelente nível todos. O governo do Camarada não os merece.
E os descendentes de angolanos no Brasil fariam bem em divulgar as campanhas da Anistia portuguesa, que é a seção que se interessa pela sorte dos angolanos, porque de teoria só não se vive.
Muito antes pelo contrário.


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

luto

O luto é por mais que as vítimas de Paris: onde desta vez, como disse o correspondente do Globo, parece que ao focar o homem comun quiseram mostrar que divertimento não é um projeto bem visto pelos jihadistas.
E naturalmente mataram no embalo diversos descendentes de árabes não radicais e é bom lembrar que numericamente as vítimas principais são árabes e muçulmanas pois estão bem ali à mão... Um jornalista publicado pelo Charlie Hebdo declarou que diferentemente de outras guerras não é preciso denegrir o EI/Daesh /ISIS ou como se chamem os famigerados (lá não tem patrulha ideológica contra o verbo, e há muitos africanos assimilados) "pois eles fazem isso tão bem sozinhos"....

O luto é pelo rio Doce e pela civilidade urbana. Pode um sujeito beber todas, cheirar todas e agredir com barra de ferro a mulher que rejeitou a sua gracinha?  (Acho que ela fez muito bem em revidar, como revidou). Podem a seguir dez homens comprarem a briga não no sentido de prestar auxílio à mulher, dominar o agressor e chamar a polícia mas protagonizando um linchamento?
Quanto ao Rio Doce a presidente afirma que ficara melhor do que antes e é bom mesmo; vamos lembrar que o Tâmisa foi declarado morto e nele agora nadam peixes, assim com muitos rios alemães.
E mesmo se ela cair, será tarefa pra quem ficar cobrar tudo da mineradora.
Salve a doçura do rio Doce, viva a doçura perdida do Rio e FORA CUNHA!

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O secretário estadual de Segurança reclamou com razão que a sociedade não se importa com as mortes dos PMs. A mim parece que metade das pessoas quer que todos eles morram (já ouvi tijucano dizer isso para a mãe) e a outra metade os trata como bonecos de barro do qual têm a cor, feitos a partir de inesgotável reserva, sem sentimento humano e completamente descartáveis.
Até assinei a petição da Anistia sobre PMs e execuções extra-judiciais; poderíamos acrescentar, crimes forjados como houve caso recente com rapaz de 17 anos. Não esqueçamos contudo do outro lado; dois dias antes disso OUTRO rapaz de 17 anos em Duque de Caxias executou um policial arrastando-o primeiro vários minutos com o seu cavalo. Desde então quantos morreram, como o moço que era PM por idealismo, tendo outra profissão?
E quantos civis foram executados por bandidos em morros onde não havia PM? inclusive há poucas semanas uma família inteira, casal de idosos e dois filhos.
Muito mais fácil encaminhar petição contra uma organização, como a Polícia Militar. Mas não é ela só que está doente e sim a sociedade inteira, atolada em suas contradições. A quem encaminhar este abaixo-assinado senão a cada um de nós?
As camadas favorecidas querem fumar e cheirar comprando da mão do bandido ou do avião que ele põe na rua, e não se sentem responsáveis pela violência. Chamam a odiada PM assim que aperta para o seu lado. A lei pune os que cultivam maconha para uso próprio. Coleciono, sem querer, histórias de PMs inclusive várias catarses de homens desesperados, amargurados; e como muito carioca tive um caso a prantear, um rapaz que ia sendo enterrado como indigente com carteira de reservista no bolso. Nada disso me faz discordar do Secretário. A polícia reflete a sociedade e temos a que merecemos.
Que a próxima petição da Anistia sobre crimes de PMs seja encaminhada para o Brasil.





segunda-feira, 2 de novembro de 2015

a língua dessa gente

Uma vendedora mineira preside uma organização de preservação visando limpar rios, e onde mais acharam campo pra atuar por enquanto foi no Estado do Rio! Guerreira assim merece muito sucesso e que a sua meta de limpar rios paulistas, sulistas e mineiros  se concretize, que o seu trabalho seja abençoado. Agora, se limpar é muito bom não sujar, e já o dizia Chico Xavier, é melhor; nem as comunidades ribeirinhas, nem as favelas cariocas, nem os governos, parecem entender tão sinples fato.
Não é de hoje que este blog reclama do município estar pondo a Limpeza Urbana pra podar árvore. Não é função deles, antes limpassem os rios e dessem palestras visando preservação. Árvore é até onde se percebe a maior inimiga desta Prefeitura, tanto que ao discar AQUELE famigerado número "poda de árvores" era dos poucos ítens que não caía no quesito "outros". E não podia ser diferente, decidiram que abricó de macaco cheira mal quando apodrece e puseram a Companhia de Limpeza pra "podar", mutilando, as belíssimas árvores do Largo do Machado.
Prefeito, tudo que apodrece cheira mal: inclusive o corpo humano, já reparou? E nem por isso... Melhor seria se os garis as recolhessem simplesmente. Mas existe uma vereadora, amiga de pendurar faixas nas esquinas alheias e inimiga há muito de árvore crescendo, que incentivou...
E com tais hostes a seu desfavor, lá ficaram os abricós sem o perfume da floração colorida.
Portanto mais ainda cabem loas à senhora mineira amiga dos rios. Ela sabe que com água suja a limpeza é precária, e sem água, inexistente.
Só uma coisa, dizia a marchinha, a água não lava: a língua dessa gente. Poderíamos acrescentar burrice e insegurança, base do ódio. E por isso, na terra da guerreira de Minas, um núcleo de mal-amados resolveu usar rede social para ofender com o seu preconceito malcheiroso a linda atriz carioca. E que fosse feia, não é essa a questão, certo?
Que a polícia ponha atrás das grades estes inafiançáveis, porque já cheiram pior do que os inocentes frutos do abricó. E sem direito a usar aplicativos. E vivam as flores do bom senso.