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quinta-feira, 8 de junho de 2023

botando pilha

 Temos de aguardar para saber se este oxímoro, o carro popular sonhado pelo presidente, vai realmente prosperar. Espero que não porque não é mesmo disto que se precisa mais. Depois de um mês em que sinaliza coisas opostas no plano internacional, e uma semana sinistra em que fez isto  nível tupiniquim, estes dia optou por empoderar pelo menos em palavras a ministra do Meio Ambiente, aplaudimos e aí também aguardamos para ver se é a sério. Esperando que sim.

Entre algumas coisas que o Ministério propunha havia a proibição de técnicas mais violentas no abate dos bovinos, seria pena não ver isso implementado. O Minha Casa Minha Vida cuja falta de inteligência verde sempre critiquei poderia beneficiar-se muito, e existe no Paraná um arquiteto contratado pelo projeto que ergue moradias verdes. Sim, moradias do Minha Casa. Isso é maravilhoso e deveria ser, sempre ter sido a norma.

Votamos, e agora rezamos e torcemos. Elogiamos, denunciamos. Mas não sabemos o que fazer diante da situação abismal dos polos, no norte derretendo e no sul... imundiçados por ninguém menos que missões científicas. Por essa não se esperava. The Observer, em artigo traduzido pela Carta Capital, bota o dedo na ferida. Estas excelentes pessoas (não sei se cabe nem o adjetivo nem o substantivo, pensando bem; estes doutos doutores) largam tudo o que não lhes serve por lá e ninguém os coíbe. Criam lixões, alguns muito tóxicos. Tambores vazando restos de combustíveis, montes de frascos de plástico (água mineral, protetor solar, hidratante e por ai segue) e o que me choca mais do que tudo, pilhas. Pilhas de pilhas.

Pilha, vamos e venhamos, devia ter sido proibido há muito tempo, internacionalmente. Ainda não foi. Relógios de corda não se acham mais; abri mão há três anos do único que ainda tinha, e tenho a hora da rádio quando dizem, e o celular, que tem bateria, pelo menos menor. Mas missões científicas à Antártica jamais poderiam levar pilhas, e levando, jamais cometer o crime de deixá-las por lá. 

Ocasionalmente equipes limpam o Everest, constelado não apenas de cadáveres insepultos (esse ficam lá, até onde sei, as pessoas sabiam do risco) mas de todo tipo de lixo que a dificuldade de movimento em altitude supostamente impedem de guardar por exemplo a embalagem onde estava o chocolate.  (nunca minguem pediu que fossem escalar). A tragédia dos polos afeta a todos ainda muito mais. 

Quem faz isto é indigno do nome de cientista. Mais do que nunca creio que a humanidade seja o outro erro de Deus. Socorro.



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