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domingo, 30 de janeiro de 2022

quem anda pela cabeça dos outros...

 Quem anda pela cabeça dos outros é piolho.

O compositor tem TODO direito de não cantar qualquer uma de suas músicas, por QUALQUER motivo. TODO compositor que é cantor faz isso. Se lhe perguntam, explica sem tanto alarde, quando há explicação. Acho deselegante apenas que se alardeiem boas intenções "para agradar às feministas"; assim de certa forma culpando de machismo a todos os que não se haviam lembrado disto. E ainda põem-se palavras na boca da cantora que encomendou a música, e que não está aqui pra opinar. 

Ora vamos e venhamos, há dezenas e dezenas de letras politicamente incorretas, e muito mais do que Com Açúcar Com Afeto. O compositor sendo pai de três mulheres pode ter se  deixado influenciar  pela possível opinião de uma ou todas. Mas se vai por aí vai mal, metade da obra vai pro lixo.

O Segundo Caderno pôs algumas na capa, circulando trechos sujeitos a polêmicas. Há mais! E outros compositores ainda vivos ou ainda muito cantados também pecaram, e alguns pecaram porque quiseram. Aplaudimos porque quisemos, também.

A primeira música que me veio à cabeça ao ler, atônita, a exclusão de música que tem inclusive valor sentimental para mim, está em minha história afetiva (e não, a criatura que esquenta o prato do moço não serviu de modelo) nem foi do Chico. Foi "Ronda" de outro imenso compositor, que partiu sem ver estas agruras pelas que passa o país. E consta que se irritava quando o definiam como o compositor de "Ronda". - Uma letra sobre uma mulher que procura o amante nas ruas para matá-lo não pode ser a maior obra de alguém!

Opinião dele; os apreciadores consideraram sempre que o tema, como todo tema, é transcendido pela forma de contar. É como você conta a história que a faz grande. No caso de Com Açúcar, serviu de título a um capítulo do livro-disco da Abril; para ficar num exemplo só de como está entranhada na memória afetiva.

Não tinha ideia desta polêmica e entristece-me ver que em meio a tanta coisa tão dramática para o país ainda se digladiem as pessoas por coisas de somenos. Cante o que melhor lhe aprouver, moço, mas vá pela sua cabeça, e não precisa explicar nada a ninguém. 



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