O ainda mandatário presta um desserviço aos seus amigos os evangélicos ao bajulá-los ostensivamente. Vá lá que eles não precisam de ajuda nisso, ao apoiá-lo apesar de tanto desmando, notadamente da violência e da apologia às armas.
Ontem passou dos limites. Resolveu alfinetar um dos magistrados do STF, dizendo que não acreditava em Deus nem em nada, e que estava faltando um pouco de cristianismo no Supremo, e moto continuo recitou uma prece, não diziam qual, mas uma aceita por eles (não aceitam Ave Maria nem a Prece de São Francisco, tida por ecumênica em eventos pluri-religiosos). Não fiquei sabendo qual entoou, mas não importa. O ESTADO É LAICO, senhor. Infringe esta pessoa mais essa regra. Ele tenta criar uma ditadura religiosa e não faltam membros destas igrejas que concordem com ele.
Infringe, também, mas isto lhe é habitual, as regras da boa educação. O magistrado em questão, um dos mais resilientes diante da situação que vivemos, é por acaso judeu. Não tem de ser cristão. Não tem de espalhar aura de cristianismo nem rezar avemarias no tribunal, nem ele, nem ninguém. O desagradável ainda presidente sabe perfeitamente que o doutor é judeu, com tanto aspone algum deve ter lhe dito. Não é da conta de ninguém se é ou não praticante.
Alertado por outro magistrado, respondeu por zap que se encontrava aqueles dias em evento internacional de cunho universitário e não ia perder tempo com mesquinharias. Shabat shalom para ele, que hoje por acaso é sexta-feira. E concluo com uma frase rabínica citada por Fortuna,
"Se você é você porque você é você, e eu sou eu porque eu sou eu, então podemos ter paz. Se você é você porque eu sou eu, e eu sou eu porque você é você, algo está errado e não vamos nos entender."
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