Alguns editoriais fingem que gostaram da entrevista do almirante, ou comandante, ou brigadeiro. Sou pouco versada em patentes, mesmo respeitando muito o Exército e afins, são males necessários. Como a polícia. Mas da entrevista, não gostei não. E já se leem colunas concordando nisso.
Vejam, o militar, extremamente educado, quase sorridente, explica que "os militares estiveram anos afastados da política, se aperfeiçoando". Já li isso, mais de uma vez, é a versão oficial. "Não há problema nenhum em participarem da política, são afinal cidadãos como os outros". Também já li isso, o general defenestrado do governo logo no começo por ter ideias próprias, aquele que deixou um bom nome, disse o mesmo.
Mas com respeito a ele e aos muitos corretos que existem nas três Armas, aperfeiçoando-se em quê exatamente Porque não podemos aceitar que a prova deste aperfeiçoamento seja o atual presidente, não é mesmo? Casca grossa, mal educado, e que ensinou aos filhos a dar banana no plenário. Tido, e isso é dito pela enésima vez, por "mau militar" por quem entendia do risco do bordado. Para nada dizer das constantes ameaças à democracia e das desonestidades.
Tenho a impressão que os fardados apostaram no que a parte estupidificada da nação engoliria. E isto não pode ser chamado de aperfeiçoamento. Mas o que choca além da conta, a mim pelo menos, é o militar entrevistado, pessoa culta e inteligente, declarar que não gostaram nada, mas nada, das críticas do senador.
Vamos lá, querem estar na política, porque se sentem "preparados".(e nos dão por prova o mandatário, meu Deus) e estão, num grau assustador e crescente, ministros, ajudantes, assessores e muitos outros cargos. Ministro é que nem presidente, ou outro político, leva cacetada a toda hora, Para isso tem de estar preparado (mas isso não constou do aperfeiçoamento). Então eles põem lá alguém como o capitão, alguém como o ex-ministro da Saúde, eles apanham, e os fardados se sentem desrespeitados (o entrevistado não usou o termo, mas foi isso).
Ninguém está desrespeitando o Exército. Quem fez isso foi um ex-ministro civil, o Zé da Fumaça. Chamou um general de Maria Fofoca. Isso sim foi desrespeito, e a todos chocou, e não menos pela diferença de idade. Mas permaneceu no governo, sapo que os militares engoliram, caiu por outros motivos.
Vamos combinar enquanto podemos, desrespeito é uma coisa, crítica construtiva outra. Lembrando das palavras imorredouras do pouco saudoso general Costa e Silva que foi reclamar com a condessa do JB que lia muitas críticas no jornal. A condessa argumentou que eram "críticas, mas construtivas, General". E ouviu de volta, - Eu preferia só elogios.
É isso, senhores?
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