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quarta-feira, 22 de abril de 2020

"ovação" e gatilhos

Acabo de ver a foto, que o colunista do Globo comentou (por que só ele? por que não está na primeira página?)
O fotógrafo da Reuters, Lucas Landau, flagrou o instante em que a carreata carioca de domingo,  parte de um conjunto de carreatas anti-democráticas, saída da orla sul, se dirigia a São Conrado. Ao passar pelo Vidigal, foi recebida por uma chuva de ovos. Livre e espontânea pressão do tráfico ou  vontade real, a população vaiava; e sofreu ameaça de um policial militar que dava respaldo à carreata.
A foto o mostra apontando o fuzil mas o dedo não está no gatilho. O fato integra um conjunto de coações de vários tipos, como a presença de veículos com fuzis e morteiros  na hora dos panelaços.
Ontem terça surgiram dois carros de polícia na praça da Glicério. Eu os ouvia, não os posso ver, mas identifiquei duas sirenes. Para que os colegas batedores de panela não esmorecessem me pus a berrar, cobrando que prendessem os passageiros do carro que nos tem visitado e sugerindo que fossem a Brasília prender o mandatário que ofende a Constituição.
Sei que das patrulhas não me viam, a intenção era mais estimular o pessoal desta quase vila, e doutrinar os fascistóides de plantão. Os que que chamaram a polícia e os que não chamaram. E continuamos para além das sirenes.
É de se esperar que quem tem por emblema a "arminha" famigerada, aponte quando irritado armas de verdade.
Costumo gritar da janela além de vivas à imprensa e ao Congresso que  "a gente bate panela e eles apontam fuzil".
Nem sempre os fuzis estão sem munição e nem sempre o dedo fica longe do gatilho. Lembrem dos 80 tiros no ano passado. Até hoje as viúvas não receberam nem desculpas, nem ajuda.
É triste pensar que temos compatriotas deste calibre. Sem trocadilho.

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