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sábado, 30 de setembro de 2017

chuva na pedreira

Senhor,
que da pedreira do céu rolem nuvens da cor da pedra
que em cachoeira nos limpem
e nutram a mata
e o canto das aves nas copas
Vingue a macaia
Justiça para a folha
solte o trovão
solte o raio
libere a chuva
Fulmine!


Cauô Cabiecile

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

discriminação

Cada vez pior a relação Prefeitura- cidade.
Dois meses atrás descobri a existência de dois livros de colorir em dobro aqui e os levei à escola, defronte, para doar. Veio atender uma professora que pediu para eu esperar a diretora, ela não os poderia receber. Ponderei que eram dois livrinhos de colorir e que se por algum motivo não encaixassem nas aulas ou lei, ela os levasse e desse a quem bem entendesse; nada tinha eu com burocracias e os deixei lá.
Hoje quase não consigo doar os doces de Cosme e Damião que sempre levo no dia, se o dia cai em semana; inclusive dôo duas ou três caixas, para serem acrescentadas à merenda ou à festa, nunca saquinhos com a imagem.
Quase não consigo! ...mas fiz basicamente o mesmo que no caso dos livrinhos; e estou começando a divulgar o ocorrido.
Se isso não é discriminação não sei o que é.
Pois desta forma nem Natal nem Páscoa se poderia festejar nas escolas públicas, partindo do princípio que no Brasil existem muitos judeus e não poucos ateus, além de outras correntes menos numerosas. Sim, o Estado é laico, mas certas festas, voltadas para as crianças, sempre se festejaram.
A professora explicou que tinham recebido uma circular vetando o recebimento de material qualquer que fosse, e elas não acharam que se referia a festas, mas se bem entendi veio outro às vésperas do dia, reforçando e deixando claro a quem visavam.
Então nada de coelhos da Páscoa e nem festejos pré-natalinos, e que essa postura fique clara na Prefeitura; e que esta cesse de pesquisar a religião dos guardas municipais e usuários de material da Prefeitura nas praças.
DOCE BEIJADA!

terça-feira, 19 de setembro de 2017

minorias massacradas

Pedem as organizações de Direitos Humanos, segundo a Avaaz, que enviem capacetes azuis da ONU à mal denominada República Democrática do Congo. Ora direis, lá sempre se matou muita gente, dos régulos ao sinistro atual, passando pelos belgas e o inacreditável Mobutu. Morria quem o poder queria que morresse.
Mas é que agora numa das áreas reservadas à extração pelo governo, extração como se sabe mal feita e que nada rende à população, existe uma minoria étnica. Está sendo massacrada com gosto. E seriam mais atuantes os capacetes azuis num caso assim do que para evitar desaparecimentos de opositores nas masmorras do Monsieur.

E os Rohingya. A minoria mais indesejada do mundo segundo a ONU. Parecem bangladeshis, mas vivem há cerca de um século, ou mais, no país que temos de chamar de Mianmar. Onde todos são budistas menos os Rohingya. em sua maior parte muçulmanos. Mas a minoria da minoria não o é. Nem por isso os querem os birmanos; até porque não são necessariamente budistas estes. Já o Bangladesh não os quer e muito menos estes não-muçulmanos; agora estão tolerando a idéia de receber alguns, diante do massacre que os pacíficos budistas vêm executando (e executar é o termo).
Complicado? fica mais: porque países endinheirados do Golfo como a Arábia Saudita estão patrocinando essa minoria, cuja voz mais organizada até já mudou de nome, pondo Islâmico no lugar de Rohingya. Por ora o patrocínio não os ajudou a não morrer, inclusive decapitados, enquanto os pacíficos birmanos negam tudo.Os sobreviventes correm perigo de se radicalizar, e muito.
Socorro.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

tudo depende da intenção

Mais uma vez o interessante Colégio PII motiva uma discussão, uma polêmica. Depois dos "alunx" e das saias para homem, os garotos que reproduziram banca de venda de drogas na favela, onde vivem dois dos três implicados. A menina brandia um fuzil de plástico comprado na Saara.
E foi tomada a decisão, a primeira vista sábia, de não puni-los desta vez. Serão transferidos casa haja outra façanha desse ou de outro tipo. A polêmica girou em volta da punição ou não-punição. pode ser que na assembléia de pais se tenham levantado outras questões; nesse caso para a imprensa não vazaram.
A questão da intenção antes de mais nada. Os adolescentes retratavam a realidade que viam e por isso não foram punidos; mas houve ou não apologia? Tudo depende do tom, do matiz dado á realização do trabalho.
A questão da hipocrisia. Do conjunto de professores e indignados pais de alunos, será que nenhum mesmo costuma adquirir maconha ou pó? Ah, como gostaríamos de acreditar nisso. Porque aquele que adquire sim, adquire é dali mesmo, de uma banca igualzinha à que foi montada no pátio do PII, possivelmente da idêntica favela em que moram os adolescentes.
Pode-se até achar que a direção atual do famoso colégio põe enfoque excessivo na questão do gênero e deixa de lado outras que parecem mais importantes; mas diálogo com os alunos como mantém o PII (eu insisto no plural oficial por favor, não me venham com alunx), com os alunos e alunas se preferem assim, é coisa muito louvável.
E viva o Rio de Janeiro, sem fuzis.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

juma

Claro que a reserva que excita a ganância de muitos na Amazônia deve ficar, não como está mas melhor; sem a grilagem que o presidente invocou para justificar uma quase literal entrega do ouro aos bandidos. Deve ficar é como por exemplo a reserva do Juma, de que ouvi falar na rádio MEC.

Reserva sustentável, no estado do Amazonas, e há mais 33 na região; não sei se a Juma é aquela particularmente bem sucedida em relação às demais mas foi essa a destacada para a entrevista. A idéia é frear o desmatamento trazendo-o para perto de zero, incentivar o replantio e tudo isso com a população local não apenas concordando e aprovando, mas se beneficiando do projeto e trabalhando nele.

Que se multipliquem e sobretudo primem pela excelência, como a Juma, já que criar por canetada sem base prática, fiscalização nem desejo de pouco adianta. Vergonha na cara e cuidar do que é de todos, meus senhores; viva a Juma e quem a faz acontecer.