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sábado, 29 de julho de 2017

tanques e trouxas

Tanques nas ruas do Rio. A imagem é a pior possível. Não sou contra a intervenção do Exército se for para evitar morte de criança na porta de casa (ou na pelada, ou, ou) PM fuzilado em assalto, turista esfaqueado, e todas as mortes vergonhosas que o Rio tem propiciado a tanta gente.
Por isso dizia Chico Xavier que o lugar mais limpo não é o que mais se limpa, é aquele que menos se suja. O tráfico e SIM: o usuário! sujam a cidade. Na metáfora; e no caso do crack, concretamente.
Importam, com ajuda de quem não se sabe, armas de guerras extintas, como da Sérbia e agora da Colômbia.
(O que se sabe é que o filho de autoridade sul-mato-grossense, preso com toneladas de maconha E UM FUZIL,  foi solto e internado em casa de saúde. Vão internar todos os bandidos?)
Então para este lixo de situação, a solução foi o Exército e este é como é, vem tanque e tudo. E o Exército tem data para deixar o Rio (e menos mal). O tráfico não tem data para parar de brandir os seus fuzis e alimentar craqueiro. Seus amigos têm data para parar de alimentar o tráfico?

quinta-feira, 20 de julho de 2017

miaus no documentário

Os turcos foram em toda a região mediterrânea  e adjacências sinônimo de facínoras, assassinos e estupradores. Ocuparam diversos países e outros que não ocuparam, como a Itália, sofreram muito com as incursões piratas. Raptavam meninas e adolescentes para os haréns e pior ainda para as famílias que acaso sobrevivessem, raptavam meninos e rapazinhos para fins similares.
Difícil associar essas arraigadas lembranças com a realidade de Istambul hoje, tal qual transparecia num documentário de anos atrás destacando a musicalidade do povo, e agora outro mostrando a vida dos bem-cuidados gatos de rua, na linda Istambul antiga, que tem áreas ameaçadas pela especulação.
Até quem não é chegado aos gatos deveria assistir, aproveitando para conhecer uma cidade humana. O que foi feito da agressividade passada não se sabe. Verdade e que estamos vendo só Istambul, não a Turquia inteira que é vasta. Mas não se tem notícia, creio, de "ratos solitários" turcos explodindo ninguém na Europa nem de soldados turcos do enfraquecido califado.
Na cidade velha, se faz música, se conversa, se pesca e se cuida, muito, dos gatos. Homens e mulheres, estas de véu ou sem.
Um ditado deles diz, "Cães e gatos nos aproximam de Deus. Os cães acham que o dono é Deus; os gatos sabem que não é."
Chamarão a atenção as ausências. De automóveis, na cidade velha. De garotos de boné virado para trás. De mendigos. Acima de tudo, de celulares e gente caminhando e digitando besteira.
Gente, nada de Miamis da vida. Vamos mandar um brasileiro em dez para estagiar em Istambul e trazer sementes de civilidade?

sábado, 15 de julho de 2017

"chame o ladrão"?!

Até parece o samba do Chico Buarque, com o pequeno pormenor, não estamos mais na ditadura a que se referia quando ele foi composto.
É inaceitável entre tanta coisa inaceitável que um estudante magrinho tenha ido dar queixa na delegacia  do furto de um celular e o policial de plantão estivesse de portas fechadas e má vontade, começando a ofender o menino e continuando por atacá-lo, por ter "incomodado o seu silêncio" como dizem os vendedores nos ônibus; o rapaz além de mestiço era efeminado e o policial, que recebe para estar ali a serviço da população, não gostou da interrupção do soninho nem menos ainda de quem interrompia. Delegacia de portas fechadas, francamente, já começava mal.
O moço foi corajoso e fez denúncia na Comissão de Direitos Humanos de Niterói; porque depois dessa fica difícil fazer B.O. na delegacia, verdade?
Não se aplaude mas se compreende PM que manda uma bala sem tempo de mirar, no sufoco do confronto e causa um acidente fatal. Mas o civil estava no seu local de trabalho, sem ameaça maior do que a que todos enfrentamos no dia a dia por vivermos no Brasil. Não foi acidente, foi agressão gratuita e bárbara.
Enquanto isso nas cracolândias cariocas, um padre italiano abraça os usuários e tenta fazer com que deixem a rua. Pessoalmente acho que a lei deve intervir, tornando compulsório o tratamento. Mas isso custa muito dinheiro, exigindo remédio, psicólogos, locais e comida, além de seguranças. Enfiar os viciados no xadrez é que não vai dar conta, as prisões já estão superlotadas. E enquanto nada se faz, o padre veio da Itália especialmente para isso. Não seríamos, na maioria, capazes de abraçar e muito menos de ficar horas a fio junto de craqueiros; eu não seria. Queremos que sejam retirados da rua. De todas as ruas. Estamos certos nisso. Mas o padre Renato deu amor, dá amor onde há ódio até por si mesmo.
Vamos ter de pôr padres como ele trabalhando nas delegacias?

quarta-feira, 5 de julho de 2017

muros de papelão

Apesar de promessa um tanto leviana, a Prefeitura não tem data para um certo revestimento anti-bala nos muros das escolas em área de risco. O material é importado e não se sabe quando chega.
Mas será que era por aí? leviano prometer no vazio e mais leviano prometer que a receita mágica resolverá tudo. Não deveria ser preciso revestir muro de escola e pior, de pouco adianta, se crianças, serventes, professores podem ser baleados a caminho. Ou na porta de casa.
Sabe-se que os traficantes prezam pouco a educação, não raro ameaçam iniciativas que se proponham alfabetizar aluno em dificuldade embora alguns lancem mão do que aprenderam para manter os livros de contas da boca. Escolas públicas em favelas são continuamente depredadas, num claro recado, e continuarão a sofrer, sem um investimento maior, em várias outras coisas.
Revestimento anti-bala impedindo que aluno ou funcionário morra no perímetro da escola, eu não quero ser mal pensada, mas até parece que é para excluir a Secretaria de Educação da responsabilidade em caso de óbito no meio da rua.
Até se não houver - tomara não haja mesmo- intenção oculta, ainda é um mau investimento.
Precisamos investir não em mais grades e revestimentos e blindagens e sim em polícia melhor paga e melhor formada; e muito além dela, em mais cidadania, educação e exemplos. Ah, os exemplos...
Blindagem e grade não impede que um bandido determinado baleie a vítima em rua movimentada do asfalto, durante a locomoção pela calçada. Que dirá um revestimento na favela?
Ah, sim, o blog escreve favela, sonora palava, que não considera palavrão que deva ser oculto pelo étimo "comunidade", outro revestimento anti-bala inócuo como esse que não vai chegar no porto de Santos.
 Imaginou o samba de Padeirinho, para ficar só nele, "é aí, é aí que o lugar então passa a se chamar , Comunidade."? Rimando com Nova Aquarela. Santo Deus.