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sábado, 13 de maio de 2017

cativeiros

Mais um 13 de Maio e não contem comigo para falar mal da Princesa Isabel, que além de usar as famosas camélias do quilombo leblonense libertara todos os seus escravos muito antes da Lei Áurea, pagando-lhes salário. Está na moda, mas a data é a maior celebração da Umbanda e acabou-se.
Porém inevitável é pensar em todos os cativeiros que resistem pelo mundo. Não apenas o oficial na surpreendente Mauritânia; surpreendente também pelos contrastes e aparente fraternidade e liberdade extensiva às mulheres e que não deve abranger senão regiões específicas: ou não teríamos todos assinado, pela Avaaz ou Anistia já não lembro, manifesto contra a severa punição de um homem que libertara a escrava contrariando as leis locais.
Trabalho escravo existe, amplamente denunciado no Brasil: nos últimos anos não se têm libertado trabalhadores escravos ou porque a prática diminuiu enfim ou por motivos menos animadores. Em compensação estouraram ainda ontem cárcere privado de mais alguns chineses retidos ilegalmente em porão insalubre pelos compatriotas.  E nem se sabe se eles gostam de ser libertados pela polícia já que a família fica refém da sinistra máfia chinesa.
Trabalho escravo no Golfo; primeiro iam paquistaneses mas reclamavam demais das condições, davam entrevista a repórter, e no Golfo passaram a importar justamente chineses, na mais perfeita legalidade. Perguntados, diziam que chinês é forte e não se importa com uma coisinha como ventilador quebrado e pouca água. Ou passaporte retido. Há cativeiros voluntários.
O chocolate que comemos é geralmente processado em situação de cativeiro  em regiões da África embora haja marcas que se recusam a entrar no esquema e põem no mercado chocolate mais caro e mais difícil de se achar.
Mas quando estupradores se filmam em pleno ato, dizendo à vítima, - Cala a boca que senão todo mundo vai saber que é tu!- vemos que cativeiros atingem ainda outras dimensões. Não menos a escravidão à máquina e à rede social. Mas aí já é assunto para outro dia.
Saravá os Pretos Velhos no Treze de Maio e sempre.

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