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segunda-feira, 13 de junho de 2016

sons do amanhecer

Pois é, o som do amanhecer foi só o bem-te-vi, tão querido. Cadê os fogos de Santo Antônio?
Todo ano ecoam no morro por quase meia hora, como na alvorada de São Jorge; às vezes outros santos também, principalmente Xangô ainda em junho.
Na verdade espoucaram no anoitecer de sexta, por pouco tempo; imaginei que haviam começado cedo, sem dúvida nas outras noites se fariam ouvir. Esqueci, pelo inusitado, e despertei pontualmente na segunda-feira 13 às seis horas, na manhã gelada e escuríssima de junho e aguardei. Levantei com o passarinho, mas sem os fogos.
O fogueteiro soltou na sexta porque ia ter de se ausentar? do São Jorge para cá se converteu ao evangelismo e sabendo disso outra pessoa disparou os fogos de sexta? ou pior, o silêncio teve a ver com os seis tiros nítidos que se fizeram ouvir - não perguntem de que tipo de arma- tarde na noite de domingo? Não era tiroteio, só seis tiros todos iguais, em volume e direção. Seguido pelo silêncio.
E mais silêncio de manhã.
Vão longe, mais de dez anos sem deixar saudades, os tempos de guerra nesse morro, nesse vale. Não se pode dizer o mesmo da cidade inteira, e balas ceifam vidas inocentes o ano todo. Foguete não é tiro; como trilha sonora vale bem mais.

E falando em trilha sonora, da TVE não posso dizer nada pois nem televisão tenho mais; porém deixe este governo provisório as rádios públicas em paz. Vivam Nacional, MEC e Roquette Pinto; que Santo Antônio dê proteção.
Mojubá, laroiê Exu.

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