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quarta-feira, 13 de abril de 2016

cumprindo o papel

Na Nigéria o Exército fez bonito, expulsando o Boko Haram de muitos lugares, libertando muitas moças capturadas e reduzindo as áreas onde os famigerados implantavam práticas não africanas como apedrejamento; que tampouco é prática muçulmana "stricto sensu"; é um sinistro uso pre-islâmico, atestado no Velho Testamento e adotado com entusiasmo por muitos países islâmicos isso sim, como o Irã, que nem árabe é. Ali os aiatolás têm modernizado o processo de execuções, enforcando a torto e a direito; mulheres também. Aquelas fotos de gente tão simpática, com cara de intelectual, de compadre da gente, moças bonitas e tal, nas mãos de ativistas iranianos em Paris?... tudo gente que foi recentemente enforcada.
Voltando à Nigéria, aplauda-se o exército que cumpriu o seu papel, que é este e nenhum outro, daquele ou deste lado do oceano... Mas aí acabam os festejos. Pois apesar de libertadas as moças, razoavelmente limpas e bem alimentadas nas fotografias, são refugiadas em seu país: a guerra destruiu famílias e casas, e muitas não têm para onde ir. Pesa-lhes a desconfiança e o desprezo de todos- inclusive do Exército, que as alimenta e acolhe- por terem vivido com o Boko Haram. Algumas trouxeram filhos nos braços; meninas de oito anos para cima eram estupradas, e como o modus operandi há anos é o mesmo por ali, a descrição que elas dão do cativeiro bate milimetricamente com a que  Leonora Miano, dos Camarões, relata em seu livro publicado em português pela Pallas, "Contornos do Dia que Vem Vindo". Miano não descrevia islâmicos mas sim grupelhos terroristas sem religião explícita e claro, sempre se terrorizam as mulheres primeiro para ter a quem estuprar.
Não é que a vida esteja imitando a arte, é que a vida por ali tem sido muito ruim mesmo. Não que esteja boa na maioria das regiões daquele sofrido continente.
Talvez demorem muito a melhorar de vida as refugiadas, muçulmanas ou não, que saíram das garras dos extremistas hauçás na Nigéria; talvez piore antes de melhorar. Mas podemos rezar pelas crianças que conceberam deles:  que possam crescer numa África melhor.


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