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domingo, 3 de abril de 2016

com exeção de todos os demais

Tudo sempre pode piorar; mas acontece às vezes de ficar tão ruim que até melhora. Então tomara que seja assim em Angola. E se muitos de nós assinarmos, entrando no portal da Anistia por todos os nossos endereços e todas as vezes que nos depararmos com alguma petição, moveremos talvez não o mundo, mas as portas de alguma cadeia. Toda hora acontece.
Pois lá piorou mais um pouquinho. Manuel Chivonde Nito Alves, ativista de Direitos Humanos e um dos 15 de Luanda que são agora 17, não gostou de ver o juiz desrespeitando o seu pai, dele Chivonde. Foi logo ameaçado de se complicar mais. Declarou que pouco lhe importava de perder a vida, que o julgamento era palhaçada mesmo. Imediatamente foi posto à parte para novo julgamento e periga levar pena maior do que a máxima dos 17 que vem a ser nada escassos oito anos. Fora as delícias do cárcere luandês.
Denunciar o governo angolano, que ainda exibe os louros desbotados do tempo da independência como se hoje os pudesse merecer, é ajudar a todos que lá lutam por uma real democracia.
Democracia que aqui, ali e lá se for democracia será parecida. "O pior de todos os sistemas com exceção de todos os demais" disse Churchill e nisso tinha razão. Em país democrático com freqüência há corrupção e roubalheira, e têm de ser denunciadas. Corrigidas na medida do possível. Trabalho de formiguinha, sim.
Faltam países democráticos na África de norte a sul; alguns países se desfazem de tal forma que democracia nem é a questão primordial. Torno a citar o Botswana com um raro exemplo apesar dos problemas que enfrenta; e por isso choca mais ainda que um salão de Caxias, RJ, cujo nome fantasia é exatamente esse, tenha exigido de uma funcionária negra alisar o cabelo para se "adequar ao padrão estético" da casa. A casa, se bem lembro, perdeu há pouco na Justiça.
Viva a democracia.

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