Bem-vindo ao Blog do Caminho das Folhas.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

akikò no terreiro, pelu adié

No disco de estréia da Famosa Cantora escreveram, "aqui có"; uma amiga minha insiste em cantar "ai, que có" seja lá o que estas frases signifiquem para ambas. Ninguém é obrigado a entender nagô, fora os nagôs; contudo quem canta o lindo samba de Pixinguinha deveria se informar...
O ENEM usou essa canção, uma do Chico Buarque, uma da Blitz e uma dos Titãs na prova de outro dia. Visando estimular assim, oxalá que com êxito, a reflexão sobre português, sobre música e no caso da "Yaô" do bom Pizin Din, sobre línguas africanas no contexto brasileiro.
Pixinguinha é de um tempo em que palavras nagôs eram comuns na boca dos descendentes daquela região da África. O aporte banto porém é maior, e o indígena maior ainda; por pouco deixamos de ter dois idiomas oficiais, sendo o outro o nheengatu, língua franca cujo uso acabaram restringindo para que fosse sumindo, e infelizmente sumiu. Nem por isso os falantes do guarani se exprimem em "dialeto" com ouvi na boca de um brasileiro. A outra língua oficial do Paraguai é um idioma, e muito devemos a ele por sinal.
Quanto à música... que se ouçam de muitos tipos. Quem só gosta de um ou não gosta de música ou não gosta da vida. Ouvir só ópera, ou só samba, ou só rock te deixa pobre. Ninguém pode gostar de todos os tipos? talvez. Mas conheça muitos. Haja lugar para rap e hip-hop (sim, querido, e salve Meriti) para Bach e para Miles e Bird e Villa; viva Chiquinha Gonzaga, Wilson Baptista, Cartola e Candeia e vivam em santa paz o galo em companhia das galinhas, no terreiro de São Pixinguinha, o Menino Bom...

E assinem pelos 15 de Luanda, que ainda presos estão...


Nenhum comentário: