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terça-feira, 11 de agosto de 2015

que a terra se possa molhar

Semana dedicada a Omolu Orixá da terra... orixá que gosta do seco. 
Mesmo se nos mitos "ele veio do mar". Talvez por isso mesmo. Orixá da terra, do sol a pino; uma de suas ervas nem floresce quase entre nós, por haver  normalmente umidade em excesso no ar para florir: é o aloés bíblico, conhecido entre nós como babosa.
Existem inúmeras variedades de aloés, no nosso país basicamente duas, a enorme que os feirantes vendem e a menor, inclusive mais medicinal ainda, e desprovida do ácido amarelo da outra. Trata queimaduras instantaneamente e cicatriza limpando os cortes. Há entre as ervas de Omolu uma que exatamente como a babosa, era usada no Brasil pelas lavadeiras no lugar do sabão, engordurado e malcheiroso que era: o melão de são-caetano, conhecido como "erva das lavadeiras". Não nascendo o melãozinho muito perto do rio, as moças arrancavam umas ramas e lá iam elas lavar, como Cora Coralina cantou em " Poemas dos Becos de Goiás": 
rodilha de pano, trouxa de roupa, pedra de anil.
Sua coroa verde de são-caetano.

Mas para haver rios é preciso haver chuva. Se nos dias de outro orixá, sua mãe nos mitos, a grande Nanã, choveu contrariando as previsões, agora é necessário que a seca cesse.
Até melãozinho de são-caetano precisa d´água. 
Que dirá os seus filhos, meu senhor!
Ah to to.

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