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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

pau-de-chuva

Pau-de-chuva é aquele instrumento roliço, fechado nas duas extremidades e contendo areia e cascalho miúdo, fabricado por diversas etnias indigenas no Brasil.
Em algumas serve para interromper tiradas inconvenientes em roda de conversa (não peçam que cite a fonte, não lembro onde ouvi relatar mas foi evento ao vivo há alguns anos, no Rio).
Noutras, e talvez sem prejuízo do outro uso, tem algum vínculo com o elemento que lhe dá nome, fora emprego musical que gente da cidade ou de nação deseje dar.
O meu está perdendo a areia; parei para falar com o indígena que vende artesanato pataxó perto do Largo do Machado. Senti que devia ter feito o contato há bem mais tempo. Mas pau-de-chuva não tinha, e me explicou o porquê.
Os pataxós (o vendedor é guarani, a esposa é pataxó e ele domina os três idiomas, absolutamente não aparentados) não estão podendo fabricar o instrumento, porque a touceira de onde provém o caule roliço está ameaçada de extinção e o Ibama não permite o corte (de onde deduzimos com alegria que os pataxós respeitam a natureza. além do Ibama).
Perguntei se não dava pra fazer com taquaras, respondeu que já tinha sido tentado e não dava certo. relatou ainda que os indígenas pataxós normalmente ao cortar árvore, plantam outra igual, mas que algo deu errado mesmo assim: madeireros? desmatamento?
Bem, veio o Ibama que pelo visto algo faz de útil e todos aguardam que se possa novamente cortar algum pé para fabricar pau-de-chuva.
E até lá é rezar para chover nas cabeceiras do Paraíba do Sul, do São Francisco, do Paraná, e chover logo. Uma boa forma de conseguir chuva é plantando perto dos rios, viu gente....
Felicidades para o vendedor poliglota e que a tal planta vingue formosa e forte e possa trazer muita chuva...

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