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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Claro que o delegado não devia ter atirado no tal provocador que o perseguia. Acidentes acontecem e quem anda armado precisa tomar ainda mais cuidado para não provocar algum- como bem sabe o ilustre delegado, que é bacharel em direito como são os da categoria.
Talvez tenha tentado desviar na última hora pois o homem foi pro hospital lúcido e está fora de perigo já. O policial responderá em liberdade.
Agora dez ou doze pessoas em volta de uma só, gritando "vou te pegar, macumbeiro" até eu, se tivesse algo à mão, usava para retaliar. Isso não é nada: na rede virtual as ofensas se acumulam há meses. O pastor que as iniciou declarou ali que "estava enrolado no pescoço [da vítima] e não ia soltar nunca mais nessa vida" ou palvras de igual sentido.
E como se sabe a rede virtual vem sendo usada para multiplicar ofensas à fé de quem não cai nas graças dos pastores.
Então a situação que tínhamos é de meses de provocação e injúrias virtuais, coroadas por cerco vociferante de sujeitos com camisetas pretas onde se lia "Morro pela Bíblia, não morro pela pátria" e diante disso e inteiramente irrelevante se houve ou não cabeçada, e de quem. O lugar dessas pessoas é num palco, fazendo rock metálica, camiseta preta e tudo. E há bandas de rock pauleira muito mais paz e amor do que eles aparentaram ser.
No Levítico se lê que "não deixarás viver o feiticeiro" e muitas outras normas que não se aplicam mais por obsoletas ou ilegais. No Novo Testamento também se lê que sem amor nada somos, mesmo falando a língua dos anjos. E nem sequer é essa que vem falando o grupo de perseguidores de camisa preta.

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