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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

desafios

Na fotografia tirada pelo ex-ISIS exibindo os prisioneiros sírios que iam executar se notam vários SEM a clássica mão cruzada atrás da nuca. Como muito bem disse o Che Guevara ao soldadito boliviano que lhe mandava levantar, - Para qué, igual me vas a matar.
E ficou sentado.
 Por que obedecem aos seus algozes as vítimas, ajoelhando, cruzando as maõs, caminhando em grupos? Na ilusão de que possam sobreviver? E isso acontece mesmo às vezes, para um ou outro; não porque foi obediente, mas porque foi esperto e abençoado, fingindo-se de morto e conseguindo fugir depois. De medo de sofrer fim mais cruel ainda? O fato é que dois ou três dos vinte que se viam (foram mais de 200 fuzilados) caminhavam com as mãos do lado, desafiando.
Apostando tudo na ficha restante que era essa apenas, o desafio; e assim celebraram a vida em meio à morte.
Desafiam a destruição e morte também os botos que voltaram a dar cambalhotas perto do cais da Pça XV. Lembro de tê-los visto brincando grudados ao cais ainda nos anos 80, e agora voltaram. Mas nem por isso está boa a situação da Baía, só o fundo próximo a Guapimirim tem ágau mais limpra. Se os botos nadaram onde foram fotografados é porque os esforços de recolher lixo rendem algum fruto. Melhor seria não precisar recolher.
Ninguém foi preso por desvio de fundos nesses anos todos, nem por deixar apodrecer usinas de tratamento de lixo. A Baía continua recebendo lixo e esgoto inclusive de indústrias. Ninguém foi preso por ameaçar de morte o biólogo que de tanto ouvir ameaças foi cuidar da Lagoa Rodrigo de Freitas como alternativa. E os botos hoje são bem menos de cem.
A Olimpíada se traz uma vantagem é essa, pôr os governantes cara a cara com a vergonha.
Águas limpas. Botos crescendo e multiplicando. Vergonha na cara. Disso precisamos; pontuação na competição de 2016 é inteiramente secundário.

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