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quinta-feira, 22 de maio de 2014

juízo, sr juiz...

O juiz que inicialmente declarou que Umbanda e candomblé (pra não dizer nada do omolocô) não são religiões já se retratou. Talvez ainda mais importante do que a retirada dos vídeos. Os que vi no ato me pareceram retratar (imagem e som não muito bons) a intolerância já consabida nas igrejas neopentecostais, onde a tônica é mesmo "tirar a Pomba-Gira das pessoas".  Havia gente comentando que esses eram os mais brandos, pode bem ser.
Insisto que é preciso acabar com o ensino religioso nas escolas públicas porque criam diferenças onde o uniforme deveria aplainá-las, num Estado laico; aceito que se removam de espaços públicos os crucifixos até, com que estivemos acostumados, em troca disto. (Penso inclusive que já saíram?) Acho mais essencial do que retirar os vídeos, que idealmente não deveriam jamais ter sido postados.
Porque JOVEM preconceituoso é pior do que o mais velho. Foram jovens, que o pastor, sincero ou hipócrita, desautorizou post-factum, que destruiram o templo umbandista no Catete. Foram jovens que aderiram à Marcha das Vadias ano passado, formando ala evangélica, declarando serem a renovação contra a caretice dos pastores, e... levando imagems santas para quebrar.

As declarações do juiz e a não retirada dos vídeos mantiveram o ato na ABI conforme marcado. Sala cheia. Estiveram presentes entre outros representantes de Dom Orani Tempesta, da Federação Israelita, da Federação Muçulmana do Brasil, dos Bahai, dos Hare Krishna e o que é muito importante, do Movimento Indígena que hoje diz encontrar boa acolhida nos terreiros de ambas religiões. Cantou-se. O candomblé sabia cantar o hino da Umbanda. Os umbandistas sabiam cantar Oni Saruê.
Entre os integrantes da mesa que vieram a ser aplaudidos de pé, os três pastores, presbiteriano, luterana e mais ainda um pentecostal. Mais que eles, ou pelo menos tanto quanto eles, só Mãe Beata de Iemanjá que declarou, "Esse moço, o juiz, precisa de amor, gente."
Depois de Mãe Beata, o que dizer?


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