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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

os bons hábitos..


O Brasil se fez, independente de todas as mazelas, tomando banho no rio, geralmente duas vezes por dia  ;pelo menos o Brasil rural e pobre. Hábito saudável, herdado dios indígenas. E fosse aos domingos, fosse aos sábados, o banho de cuia em casa,  esse o banho oficial, pra chegar limpo à missa, e era quando se vestia roupa limpa por modesta que pudesse ser.
Pois ouço falar de gente muito idosa que, ao perder o rio como local de higiene por conta da urbanização, manteve o banho "oficial" que antecede a missa.... e não trocou os múltiplos banhos de rio por banho em casa... mesmo tendo já um chuveiro. Simplesmente não ligaram uma coisa à outra. Dia de banho continuou sendo o "da missa", os do rio eram brincadeira, não eram coisa séria, e não foram substituídos. A informante mineira, espontânea, tem pais bem idosos, com banheiro em casa, e como eles há outros velhinhos que nem isso têm (e têm a desculpa, se é desculpa, de não o possuir).
Hábitos nascem na mente antes de moldarem os gestos, e o país está cheio de maus hábitos. Não separar lixo. Tomar banhos longos. Abrir as torneiras ao máximo.... e como se vê, até mesmo dormir porquinho sem se lavar porque nõ é dia d emissa e o rio ficou longe!
Pois para que não fique longe demais, impedindo o acesso de todos nós à água, pelo viés de torneiras em estado de seca, vamos poupar, usar com respeito, e plantar para chamar mais água. Muita água em 2013, no céu, no copo e nos rios, deseja o caminhodasfolhas.



domingo, 16 de dezembro de 2012

museu da polícia outra vez!


Leio no Globo de hoje domingo que a Polícia Civil planeja abrir no prédio da Rua da Relação,que é tombado por suas qualidades arquitetônicas e que abrigou o DOPS de mui triste memória, um centro comercial.
Lendo mais, vejo que este ficaria no térreo apenas; mas o segundo andar abrigaria salas comerciais. o ùltimo andar continua pertencendo à Polícia, e seguiria aberta à visitação.
Ora, para a Polícia, que atualmente se espalha por dois andares, conseguir se apertar no terceiro, as ex-salas do ex-DOPS serão  decerto"modernizadas", repaginadas, e já há um movimento, abrangendo entidades diversas, membros da OAB, membros da Comissão Nacional da Verdade, de repúdio a este uso.
Subscrevo a esta indignação e tenho outro motivo para ela:
o que vai ser feito das COLEÇÕES AFROBRASILEIRAS APREENDIDAS? Estas ficam no andar das futuras "salas comerciais".
Já falei deste problema aqui no blog, que pesquisado revelará o texto a quem procurar; falei dele também no UMBANDA GIRA! no capítulo sobre preconceitos. Havia eu prometido a um dos delegados, que era umbandista, levar pessoalmente um exemplar a ele, quando publicado, e se não o fiz não foi esquecimento nem má vontade de minha parte, viu Comissário!: apenas, quando telefonava e temtava agendar uma visita, ouvia desculpas esfarrapadas e não conseguia ir adiante. Depois vieram as obras... e agora este susto  embrulhado como presente natalino. Presente de grego.
A Coleção Afro-brasileira fica em sala à parte, trancada. É quase impossível visitá-la, e agora será que vão resolver o problema, levando os tambores para não se sabe onde?
Continuo na mesma opinião: ocultar é um erro, o DOPS existiu, as apreensões de objetos litúrgicos existiram, censurar não corrige o passado e não se faz História censurando. Vamoa pôr a boca no mundo pra saber qual será o destino da Coleção.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

"ewó" andino






Descobri que tenho "ewó", proibição ritual de comer algo, com amaranto. Descobr, como sempre se costuma descobrir: às minhas próprias custas. Não tenho até onde sei alergia a nada, pólen, poeira, peixe, e tal; mas não posso tomar chá de melão-de-são caetano ou passo mal, logo esse chá, tão curativo, afirmam, e recomendado às mulheres na Umbanda.
É que melão-de-são-caetano é uma cucurbitácea ,e quem é do meu orixá deve evitá-las- mas nunca passei mal com o verdadeiro melão, que como pouquíssimo mas com prazer e sem seqüelas. Todavia a única vez que tomei o chá que nos recomendavam, senti enjôos horríveis como de gravidez- os mesmos que senti ao ingerir comida com amaranto. Da primeira vez foram suaves e atribuí ao paladar do farelo de trigo que há muito não comia. Desta segunda cuidei de não pôr o farelo, mas o amaranto estava em dose maior... para quê!
Recomendo a sua ingestão a quem puder, este grão andino é da trilogia quínua-chia-amaranto, extremamente saudável. Não comprrendi ainda os motivos da quizília, amaranto é grão e é andino.... Talvez vendo a planta entendesse melhor. Vendo a cor, a forma....
Ficarei com a quínua, ou quinoa, muito mais saborosa (amaranto é saudável mas não tem gosto de nada) e que felizmente não me causa os enjôos que anunciam o ewó.



domingo, 2 de dezembro de 2012

bela oyá



Melhor do que aquela restauração dio Cristo ficou... mas puseram aqui no RJ  Santa Bárbara com cara de Barbie. Cútis branca reluzente, olhos pintados à egípcia, batom.... A intenção foi boa, o resultado nem tanto, e a data, da entrega às vésperas do 4 de dezembro, infeliz coincidência....
No mais, haviam prometido para o fim do ano passado a edição da Revista da universidade de Ilhéus com o meu poema homenageando Oyá Muito bem, pensei, será então por volta do dia dela. Pois nada. O ano inteiro para a revista sair...todos esses meses e a publicação só veio agora. Em tempo para o seu dia DESTE ano. Bela Oyá!

IANSÃ
I- O vento uivando na rua
com raiva de tudo que é vivo.
II- Na vereda o vento louco
sopra a brasa da caatinga
cala os pássaros da tarde
seca os pântanos da mente
anestesia o pensar.
III- Minha senhora do leque empinado
bailando veloz
coroa de luz
feche o leque!
Deixe subir o perfume das flores
deixe descer o sereno, senhora
deixe que a chuva lhe venha limpar a espada
permita-se sorrir.