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sexta-feira, 22 de junho de 2012

solstícios


Solstício de inverno...

Quase já estamos no São João, uma das datas que corresponde à festa de Xangô, orixá da justiça. Meu Deus, haverá o que festejar?

Tinham sido cancelados os festejos na Bahia por conta da seca. A chuva veio e eles foram mantidos. Mantiveram a festa (na Bahia o São João dizem que é mais do que o Carnaval) mas quem é que há de indenizar aos que longe das cidades onde espoucam os fogos, perderam tudo, cono vimos nas imagens? Que festa seria a deles? Isso não é justo. E muitas outras coisas não são, mas esta dói mais, por ser vinculada à data.

No Rio.... muita festa por conta do evento + 20, e poucas decisões. Ótimo montar paisagens e peixes gigantes com garrafinhas, melhor ainda quando tudo isso for reciclado; e melhor seria produzir menos lixo e voltar às garrafas retornáveis, como parece estão começando a fazer mas ainda não vi. Quem mandou eu não encomendar cerveja nem refris... Ideal: não jogar lixo no mato e no rio.
Foram décadas sem orientar aquelas pessoas que sofrem antes de todos os demais, as pessoas da roça. E do morro... lembra do morro do Bumba? foi outro dia! Cidadania, é o que falta, e será que a Rio + 20 vai trazer?

Talvez, no outro solstício, que para o nosso hemisfério e o de verão: com Papai Noel, ou se preferirem, os Reis Magos. É o que eu quero de presente para nós todos... Mas que até lá o Cabiecile ajude... Cauô!

terça-feira, 12 de junho de 2012

mojubá




Salve os Compadres! o dia é deles e o texto também....

Existe, tenho notado nos últimos anos e já mencionei no UMBANDA GIRA! (Pallas Editora) uma correspondência entre Crianças e Compadres. Vem à coroa do médium em duplas macho e fêmea, dançam com dedos apontados, muudando só o ângulo. E existem dois guias, um na gira de Crianças, o outro na gira de Compadres, difíceis de vir e calados quando vem.... o risonho Doum e o Calunga, não rao sorridente também, como se um espelhasse o outro.

Mas como é possível? nas giras tudo se faz para separá-los. Pois é, duas faces de uma só moeda. E agora, em artigo sobre o vodou haitiano, publicado ano passado no Brasil, percebi que tivera razão em dizer o que dissera. No Haiti esse espelhamento é fato reconhecido.

Digo mais: há Comadres que baixam e são quase crianças. E há algumas Crianças que vêm e pelo brilho no olhar já se vê que vieram "traçadas". Continuarei achando que gira de Compadres não é lugar para criança, nem para Crianças. Em princípio... já vi criança débil ser ttrazida para ser rezada por Exu de cuaa. E o jongo carioca não morreu porque contrariando a tradição começaram a pôr crianças na roda para aprender. De certa forma poderíamos dizer que o jongo não morreu por causa disso, porque é inegável que o da Serrinha puxou o interesse pelos demais,. Agora o jongueiro se sente valorizado, há festivais, contato entre diversos grupos dos quatro Estados. de jongo..

Tradição é para ser srespeitada mas evolução é nnatural. Ou ainda haveria cativeiro, poligamia, canibalismo e inúmeras coisas que um dia foram tradição. Sem as crianças, o jongo que pertence aos Compadres não teria sobrevivido no Rio de Janeiro. tenho certeza que as Crianças com C grande fizeram gosto...

E... laroiê Exu. Minha senhora e meu senhor, mojubá!



segunda-feira, 11 de junho de 2012

tempo, tempo, tempo, tempo...



Durante alguns meses preparei o esboço de uma não-ficção sobre antropofagia.

Bom lembrar: antropofagia é comer seres humanos, sendo o devorador humano ou não. Exemplo, tigres antropófagos tomam gosto pela carne humana. E canibalismo, deformação de "Caribe" ao que parece, onde grassava o mesmo, é comer a sua própria espécie. Exemplo, quando obrigaram as vacas a comer ração contendo carne de vaca, o canbalismo lhes provocou a doença de Kreutzfeld-Jacobs.

Aí, durante alguns anos me culpei por não ir aadiante.

Pois tempo é o senhor da razão. O livro de outra pessoa acaba de sair sobre o tema na França (pela Cherche-Midi, creio) Não o recomendo. Primeiro pelo tom jocoso que houveram por bem adotar.Iia dizer "de mau gosto" mas dá lugar a interpretações indesejáveis..

Segundo pelas fotos horripliantes. Pois é. A pior de todas é da fome na Rússia por volta de 1920.

Em suma, não tenho mais a menor vontade de escrever um livro sobre caniibalismo... ou antropofagia.

Mas uma coisa eu creio, inclusive como vegetariana. Se até comer carne não eleva muito as vibrações, o que dirá comer carne humana, e mormente, de forma gastronômica? Dizem que os tupis mantinham o mais alto desprezo pelos "tapuias" (nome que davam aos inimigos) porque comiam carne humana como carne de caça. Os tupis comiam num ritual de magiia, como se sabe.

Não estou longe de dar razão a eles. E nenhum povo que comeu ao viizinho foi bem sucedido. Posso estar simplificando a História. Mas certamente vocês concordariam se vissem o tal livro. O que não escrevi. Graças a Deus!






sábado, 2 de junho de 2012

temperos das Antilhas

(perdoem a formatação sem parágrafos nos anteriores, problema que tento resolver! Os "marcadores" de tema também sumiram pra qeum lê no portal....)
Um casal de doceiros franceses no Rio vende uma coisa chamada "cannelé". 
Tem a ver com especiarias, mas não com canela apesar do nome que se refere a caneluras na fôrma. É que, explica a doceira, antigamente atracavam em Bordéus os navios vindos das Antilhas trazendo rum, açúcar, e os temperos mágicos vindos de lá, canela e baunilha. Baunilha sendo um dos três mais caros do mundo, com açafrão-verdadeiro e cardamomo. As freiras do mosteiro local tinham permissão para catar tudo que sobrasse após descarregar o navio.
Como assim? Pois é, hoje tudo virria empacotado de modo a que nada caísse. mas eram tempos de sacos de aniagem e camundongos também, muitos camundongos e ratazanas; ficavam muitas coisas pelo chão, montinhos de especiarias, de açúcar, às vezes até garrafas de rum, contam, embora não sei como essas teriam caído dos caixotes. As freiras chegavam e varriam delicadamente tudo para dentro dos saquinhos que traziam, peneiravam o açúcar na cozinha do mosteiro, e com os ingredientes locais, farinha, mateiga, ovos, iam desenvolvendo as suas receitas. O "cannelé" foi a que ficou. As forminhas redondas elas mandaram fazer caneladas e fundas para evitar que roubassem a idéia. Até poderia alguém produzir doce parecido, mas copiar as fôrmas era proibido, e assim mantiveram a excluusividade. E o cannelé leva baunilha mas não leva canela, que brigaria com o outro aroma.
Canelada só a ôrma. Há mais de um século, a proibição caiu, certamente retratando a desobediência à lei. O doce é especialidade de lá. E eu o provei aqui...
Tanto baunilha como principalmente a canela são remédios além de temperos. A primeira só ajuda na digestão e eventual inapetência. Já a canela pode ajudar nos males do estômago (usar moderadamente) e mais ainda, por ser muito quemte, em estados gripais e pregripais além de dores de garganta!