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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Atraca atraca

Em UMBANDA GIRA! escrevi, no capítulo sobre orixás, o que todo mundo diz e propaga no Rio de Janeiro sobre Nanã, que é um orixá de origem jeje. Essa informação também já achei escrita nos mais diversos textos, inclusive na Cacciatore para citar um só. Pois na Casa das Minas de São Luiz, casa jeje, é o contrário, vejo no recente e excelente trabalho sobre a Casa das Minas que a Pallas publicou. Para as religiosas de lá, Nanã seria o orixá mais velho da "casa de nagô"! Os jeje não a considerariam jeje, em suma.
Vá entender o mistério! que merecerá, no que depender de mim, pelo menos um pé-de-página em UMBANDA GIRA! quando houver reimpressão. Sincretizada com Santana, que tem a sua igreja carioca muito perto da Presidente Vargas, não porém no seu traçado, o que a poupou de ser demolida como um ou dois belíssimos exemplares de arquitetura postos abaixo pelo governo de então; perto, também do centro cultural onde se deu a linda festa africana dos últimos dias, à senhora da terra molhada, da lama origem do mundo, pertencem a lentidão, a seriedade, a cor roxa (e as flores roxas como quaresmeira, manacá, trapoeraba e thumbergia roxas) e o dia da semana que tomou para si é a terça-feira. Pois este ano o dia 26 de julho cai numa terça-feira.
Quem tem o orixá em sua coroa não se preocupa muito se a origem foi nagô ou jeje. Quer é revenciá-la com carinho, dobrado em 2011.
Saluba Nanã!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Atraca atraca

atraca atraca
Em UMBANDA GIRA! escrevi, no capítulo sobre orixás, o que todo mundo diz e propaga no Rio de Janeiro sobre Nanã, que é um orixá de origem jeje. Essa informação também já achei escrita nos mais diversos textos, inclusive na Cacciatore para citar um só. Pois na Casa das Minas de São Luiz, casa jeje, é o contrário, vejo no recente e excelente trabalho sobre a Casa das Minas que a Pallas publicou. Para as religiosas de lá, Nanã seria o orixá mais velho da "casa de nagô"!
Vá entender o mistério! que merecerá, no que depender de mim, pelo menos um pé-de-página em UMBANDA GIRA! quando houver reimpressão. Sincretizada com Santana, que tem a sua igreja carioca muito perto da Presidente Vargas, não porém no seu traçado, o que a poupou de ser demolida como um ou dois belíssimos exemplares de arquitetura postos abaixo pelo governo de então; perto, também do centro cultural onde se deu a linda festa africana dos últimos dias, à senhora da terra molhada, da lama origem do mundo, pertencem a lentidão, a seriedade, a cor roxa (e as flores roxas como quaresmeira, manacá, trapoeraba e thumbergia roxas) e o dia da semana que tomou para si é a terça-feira. Pois este ano o dia 26 de julho cai numa terça-feira.
Quem tem o orixá em sua coroa não se preocupa muito se a origem foi nagô ou jeje. Quer é revenciá-la com carinho, dobrado em 2011.
Saluba Nanã!

sábado, 16 de julho de 2011

tarraxacum officinalis e o dr Sachs

Minha filha se surpreendeu quando soube que dente-de-leão, Tarraxacum officinalis, era amarelo. Ela achava que a bola branca de sementes nascia assim... Ou os dentes do leão são amarelos como as pétalas bicudas da flor, ou a menção é, como creio, para a folha serralhada. É planta comestível da família das Compostas como a sua irmã serralha (não falei?!), cuja florzinha é vermelha.
Outro dia falando aqui de males crônicos do estômago mencionei que ele e/ou espinheira-santa agem muito beneficamente. Recomendo variar, dar pausas e sobretudo lembrar que por si só a erva ingerida, qualquer erva, não tem o poder de consertar o que está errado na vida da pessoa que foi arrumar uma gastrite. Para isso há, entre outras coisas, os remédios florais.
E justamente, “Tarraxacum” é um floral da linha de Minas. Não tem tradução no sistema Bach. Ajuda, simplificando muito, a enxergar as sombras e a morder a vida. É um floral dito de aprendizagem. Entra na “Fórmula de Aprendizado” que pode trazer muita ajuda a excepcionais (não apenas a eles) tanto autistas como portadores da síndrome de Down.
Por isso me chamou a atenção, ao reler O Homem que confundiu sua Mulher com um Chapéu, do grande doutor Sachs, que o “artista autista” (a última das 24 histórias) tenha escolhido desenhar um dente-de-leão durante um passeio, tendo muitas flores para escolher. O dr Sachs comenta que decididamente “essa era a sua planta e para mostrar o seu sentimento, ele quis desenhá-la” e incluiu o desenho no capítulo, o primeiro desenho, ressalta, que o paciente fazia inspirado na vida real e não noutro desenho. Sachs o considera digno dos “herbários medievais, meticuloso, botanicamente exato”.
O que diria Sachs conhecendo o Tarraxacum de Minas, o que faria José se tomasse a essência, só podemos intuir.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

na rua do riachuelo, quem diria

Há uns anos, deslocaram de alguns metros um dos pontos de ônibus da rua do Riachuelo. Parece nada, mas salvou da degradação total o antigo chafariz do tempo d´el-Rey, quando nem sei se a rua já se chamava Matacavalos e em todo caso Machado não era nascido, nem a sua personagem Capitu. Agora voltaram a crescer plantas saudáveis na terra um dia desepejada por alguém no seu bojo de pedra, há muitíssimo tempo sem receber baldes coletores d´água, e sumiram os anúncios grudados na sua cantaria.
O motivo não foi preservação do patrimônio... e sim especulação imobiliária. Pois o ponto agora fica na altura das grades de um prédio novo, de tijolos vermelhos. Não entrou no lugar de nada preservável, acho que havia um caixotinho cinqüentista em mau estado ali. Também parece nada... mas eu sou admiradora do pouco que se vê do edifício.
No Feng Shui existe, e isto acima de qualquer escola, o conceito de SHAR, a energia negativa gerada por vias retilíneas ao excesso. Como a Presidente Vargas ou a Princesa Isabel, no Rio. Por si só as ruas tendem a seguir ou curvas de nível ou o desenho de rios, o que impede que sejam de todo retas, quando não lhes imprime curvas violentas como a rua das Laranjeiras. Isto é desejável. Ilhas para o trânsito, pracinhas, canteiros amenizam o “shar”. Corredores longos e retos em prédios e casas também possuem shar.
Pois o arquiteto ou arquiteta do tal prédio deve ter noções desta arte chinesa. Quem espera o ônibus na calçada tem a impressão de olhar para uma rua, não uma portaria. Uma rua antiga, acrescento, e os tijolinhos aumentam a sensação. Canteiros diversos, curvas, chão de pedra portuguesa, suave declive bem aproveitado, à esquerda o ângulo (ia dizer a ESQUINA) de um bloco, ao fundo à direita a portaria que parece uma casinha da rua, casinha de outra esquina, esquinas não regulares como em cidades antigas.
Para completar, uma pirâmide de pedra ou bronze de cerca de 40 cm de altura num dos canteiros. Primeiro imaginei que a arte do arquiteto chegasse ao conhecimento de linhas Ley e que a pirâmide fosse uma cura, como ensina Marco Pogacnik. Depois vi que eram DUAS pirâmides e que era, talvez, apenas enfeite. Talvez. Possivelmente estão ali por um terceiro motivo, quebrar a refração dos ângulos, e é com esta interpretação que fico. Os ângulos incidiriam sobre os pedestres naquela calçada, entre os quais não poucas vezes estou.
Se você conhece a pessoa responsável pela obra da rua do Riachuelo, transmita a minha eterna admiração.