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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

nossa mente e as grutas

Em uma de suas crônicas, publicadas agora em livro, Fernando Reinach relata ter se sentido excepcionalmente bem, como se pudesse viver o resto de seus dias ali, em dois lugares um tanto estranhos, porque eram grutas em sítios arqueológicos, um no Arizona e o outro no sul da França.
O que ele notou que os locais tinham em comum era a vista despejada (muito mais verdejante no caso da França) com rio ou riacho não muito longe e alguma vegetação. Descobriu tempos depois que a biofilia revela o desejo ancestral da mente humana de habitar locais assim: encostados em montanha íngreme e dominando a paisagem, por óbvios motivos de segurança; tendo água perto dali, e controlando ali de cima o acesso à mesma; com vegetação por perto, fonte de recursos naturais. A nossa mente ainda deseja, sabiamente, a mesma coisa, e o jornalista sentiu-se em casa nas grutas sem entender o porquê.
O Feng Shui não diz outra coisa. Nas cidades é quase impossível e até fora delas é difícil: mas a localização privilegiada, desejável entre todas, é a que se encontra encostada à montanha, no começo da subida, e de frente para a água doce. Ao ponto que nos cálculos das escolas tradicionais usar-se os termos “montanha e água” como sinônimos de “fundos e frente” respectivamente, e isso em documento antigos, antes de se falar na bem-vinda ciência da biofilia.
Para quem mora em casa então, por ter toda a energia do lugar concentrada sobre si, vale mais do que nunca a recomendação de, na impossibilidade de criar uma montanha do nada para encostar a casa, pelo menos evitar dar as costas à água. Quando a água era rio, o risco era evidente, inimigos podiam chegar em silêncio pelo rio. E ainda poderiam, o que causa desconforto subconsciente. Quando é piscina, ainda assim pode causar males diversos. (E piscina? Que coisa mais antiética nos dias de hoje! Melhor uma horta no lugar...)
Contudo, esta localização privilegiada é quase impossível; para acertar os desvios energéticos nocivos à saúde, às finanças ou às emoções, existe o trabalho dos consultores. E até numa casa que reproduza as condições acima, a regência anual haverá de cair regularmente em energias destrutivas... nada que a bússola não consiga ajeitar.

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