Bem-vindo ao Blog do Caminho das Folhas.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

carrapato não tem pai

Sebo é um lugar onde você entra querendo completar a coleção de Cortázar e acha Naipaul, vai atrás de completar a coleção de Naipaul e acha Pérez-Reverte. Ou um autor desconhecido de você que transforma a sua vida.
Bem, num sebo em Botafogo achei a autobiografia da Amy Tan, The Opposite of Fate. A sino-americana Tan é uma escritora extraordinária, a meu ver em ambos sentidos, e em todo caso ao pé da letra, já que foge à norma das duas culturas a que pertence.
E o último texto que compõe a bio é dedicado à doença de Lyme, que ela contraiu. E acho de interesse público o bastante para mencionar aqui.
Como a narcolepsia já ventilada nesse espaço, Lyme nem sempre é reconhecida pelos médicos, com bem mais desculpas devido à multiplicidade dos sintomas. Não é preciso ter cachorro para contrair (por conseguinte não é preciso enxotar o cachorro para evitar). Quem nunca passa perto de um cachorro, quem nunca vai à serra? Pois a doença de Lyme é transmitida por carrapatos, e felizmente nem todo carrapato a transmite, senão eu a teria já. Bem, posso quem sabe ser imune... mas tive duas ou três infestações severas de micuim, aquele micro carrapato que dá na roça no frio e tido com razão pelo carrapato mais perigoso; e sintoma de Lyme não tenho.
Alguns deles são exaustão, dificuldade de concentração, depressão, medo, rigidez física, dor nas juntas, perda capilar intensa, e falta de memória. Muitos desses sintomas juntos já merecem um exame orientado, mas o sintoma principal é o anel de erupções ao redor de uma picada.
Na rede há comunidades de lymitas, que puseram a Tan na pista certa e lhe indicaram um médico especializado, além de dissecar os tipos de exame existentes. A doença é das que se podem controlar e suavizar mas é considerada sem cura real (como por exemplo a herpes) e explicaram à escritora que quando todos os outros sintomas estiverem controlados, a dor nas juntas persistirá.
Não sei não. Amy Tan, sino-americana, tão antenada em Feng Shui , resignada a sentir dor nas juntas até o suspiro final. Não faz sentido. Marca uma acupuntura, Amy!

Nenhum comentário: