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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

o nosso amor é como o grão

Semente maravilhosa de jarina, o marfim da Amazônia, que permite fabricar lindas jóias sem matar elefante nenhum. Semente de mostarda, ímpar na aurículo-acupuntura, e quebra-galho fantástico quando não há tempo para uma sessão tradicional. Grão de cereal, que Gilberto Gil cantou. Grãos de cereais pertencem a Omolu, que tanto pode dar a epidemia como o pão: os grãos na espiga replicam os grãos na pele, e em castelhano bolhas e espinhas se chamam mesmo granos. Saibamos respeitar vida, morte e saúde para merecermos os grãos que estão onde a vida prefere.
Semente de uva, o óleo é cosmético ou gastronômico segundo a sua preferência. Caroço de abacate...
Semente de coentro: não se achando a de mostarda, pode ser a solução (de preferência nos pontos sistêmicos pois é nitidamente mais graúda e na orelha fica meio difícil de manipular). Tem outros usos mais clássicos: ingerida faz bem à saúde e ajuda na vidência.
No momento todos estamos recebendo correios sobre a erva-doce. O texto geralmente diz que não se acha aqui anis estrelado e que portanto a erva doce... Bem, no Rio se acha sim nas casas do ramo. Pode fazer o seu chá com um, com o outro ou com ambos, ao primero espirro, sem se perguntar de onde veio este. Eu já costumava ter um pote cheio de cada uma, apenas acrescentei mais esse uso às sementes. Esse chá, ao contrário dos chás feitos com folhas frescas, pode e deve ferver.
Não tem nada a ver com semente mas não custa lembrar, pois por incrível que pareça tem gente que não sabe: chá medicinal é decocção ou infusão de substâncias vegetais das mais diversas, porém existe uma erva chamada chá, a Camellia sinensis, que não tem culpa das confusões que fazem em seu nome. E "chá" de gengibre, que não é semente, é rizoma, também é excelente para resfriados e afins. E outra dica, chá de saquinho, com aspas ou sem aspas, é para preguiçosos que não sabem se cuidar, e pode até ser prático para visitas, mas nunca deve ser medicinal.
Semeando e plantando, sementes, rizomas e mudinhas, trançamos uma muralha flexível contra a imbecilidade de quem esquece que sem a folha é menos que nada.

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