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segunda-feira, 31 de março de 2008

batata, inhame e você

Oportunamente o Globo publicou uma reportagem sobre o valor da batata.
Por coincidência, bem na hora em que arquivos e mais arquivos circulam, conclamando a comer inhame. Eu estou achando que os produtores de batata estão em polvorosa...
Vamos lembrar algumas coisinhas...
(a menor delas é que jornais se prestam a isso, sim... lembro do JB publicando matéria sobre a então modelo-e-estudante filha do Cacciola quando este respondia a processo...)
Mas coincidência ou não, o que há na batata que no inhame não há, e vice-versa?
Sim, a batata, uma solanácea, pode conter muitos nutrientes. A batata lá dos Andes. Todos viram fotos de tubérculos pretos, vermelhos, azuis e roxos- sem ser batata doce, outra família. As batatas que se vendem no Rio não são essas. São as variedades que foram levadas para a Europa e de lá trazidas de volta pro continente com o absurdo nome de batata inglesa.
Essa batata-branca já não contém tanta coisa assim; se deixar de comer a casca então... E na casca, surpresa, se concentram os agrotóxicos que nos Andes não se usam..
Prefira sempre vegetais locais, nativos, ou aclimatados de climas semelhantes. Vegetais vindos de climas contrastantes necessitam de muita química.
O inhame tropical tem outra vantagem. É bom para a saúde como um todo, para o sangue e o baço mais ainda. Nutre muito mais que a batata branca. Restaura a saúde; poucas raízes fazem isso.
O livro citado no jornal Alimentos que curam, Alimentos que matam, é excelente. Mas é adaptado de outra realidade, a norte-americana; confunde um pouco todos esses tubérculos tropicais, dá a todos o mesmo valor. Quem sou eu pra discutir com as Seleções.. Entre inhames e carás todos nutritivos, só um vai além da nutrição e restaura, é o inhame daqui, cabeludo e feinho. Casas de Umbanda recomendam a planta há décadas.
Só ele, também, ajuda a combater dengue. Então pare de reenviar pela décima vez o mesmo arquivo que recebeu e passe aos atos: COMA INHAME!

terça-feira, 25 de março de 2008

florais e adultos

Florais intervêm em três níveis no tratamento, costumo dizer. O mais óbvio, sem dúvida é aquele que nos traz até esse tipo de cura: como o mundo incomoda você.
Ou seja, raiva, tristeza, inveja, mágoa, saudade, medo e coisas afins. É o nível ai, tá doendo.
O segundo nível já ocorre - em geral- um pouco mais para a frente e freqüentemente nem chega a ocorrer: como você incomoda o mundo. De novo a raiva, a inveja, talvez noutras formas, vista por outros ângulos, o autoritarismo, o ciúme excessivo, o egoísmo, a mania de ajudar demais... às vezes numa pessoa só...
O nível mais sutil, porque mexe com o seu carma, é como você se incomoda. Erros recorrentes, covardia, auto-ilusão, generosidade excessiva em detrimento do bom senso, cegueira, e o que você possa imaginar que atrasa seu caminho.
E como a vida naturalmente não é arrumadinho em suas manifestações, pode acontecer em qualquer momento misturas desses níveis, porque ninguém está a salvo em momento algum de se deparar com algum obstáculo dos grandes... Os erros servem para aprender e não temos obrigação nenhuma de sermos perfeitos, porque a perfeição, por defnição, não existe neste mundo. Pode servir de sinalização no caminhar, não de meta obrigatória...

segunda-feira, 17 de março de 2008

florais, criança e bichos

É freqüente se ouvir alguém pedir "um floral" para alguma criança malcriada, ou com alergia, ou sem apetite...
O tom é não raro de pouco interesse, só interessa o bom comportamento da criança, o que até se compreende.
E já é um bom caminho que o adulto esteja pensando em dar floral em vez de calmante de farmácia, que saiba que a linha de tratamento existe, em vez de perguntar "Florais de Bach?" quase a 100% um indicador de que nada sabe do assunto....
E por fim errar é humano, é o caminho de toda aprendizagem; então não se trata de pichar esses adultos...
mas enfim, criança com distúrbio de comportamento ou de saúde do tipo asma, alergia, bronquite crônica, sensibilidade umbilical - ou seja, situações crônicas, mais uma vez- indica problema em casa também. Se for algo respiratório melhora se a alimentação melhora: mais água, menos leite, menos refri, mais fruta... mas pode ainda ser insuficiente.
Excesso de timidez, agressividade excessiva, a referida hipersensibilidade do umbigo são exemplos de coisas que os pais por vezes demoram muito a notar porque acham a cria perfeita, ou ainda não lhe têm muito interesse real. Interesse não é comprar jogo eletrônico e matricular no cursinho.
Já problemas respiratórios são impossíveis de ignorar e traduzem uma profunda angústia. O floral agirá nisso sem dúvida, mas se a causa da angústia permanece inalterada será como enxugar gelo.
Portanto a família inteira deveria usar florais, havendo um problema em alguma criança da casa. Tudo deve ser considerado, a alimentação, os adultos que lidam com a criança, a casa e as relações na casa e fora dela.
Criança mal cuidada vira adulto com problemas...
Por fim, uma palavrinha sobre alergia. Em adulto ou criança indica intolerância a algo que está em sua vida e não é aceito, ou medo de ter de aceitar algo. Intolerância a pelo de gato por exemplo não se deve tratar afastando o animal, e sim indo ver a causa da alergia... Animais são companheiros que muito têm a ensinar e são usados em hospitais atentos ao lado humano para alegrar crianças doentes!

quarta-feira, 12 de março de 2008

a mãe do corpo

Quando falamos do Vaso da Concepção (pra quem está chegando agora o canal de energia yin que em todo ser humano liga o períneo à boca) deixamos de mencionar as parteiras do Brasil.
Em muitos pontos do país elas seguraram/ seguram muita gente. Não raro são também elas que ajudam na passagem ou na preparação do corpo.
Em certas regiões do Norte do país, as parteiras costumam examinar as mulheres, num verdadeiro pré-natal energético. Medem a energia colocando o dedo no umbigo nu da pessoa.
Exatamente onde pulsa forte o Vaso da Concepção. Chamam a isso
chamar a mãe do corpo. Sabem, pela pulsação, se as energias da mulher estão baixas ou não.
(E os homens? bem, varão não tem útero, embora tenha Vaso da Concepção. Não vai a parteira nem engravida. Fica quieto, tá?)
Se a mãe do corpo está boa, sente bater certinha, que nem um relojinho, declarou uma parteira. Quando está fraca, fica toda espalhada.
Aí as parteiras "chamam" de volta, pressionando o dedo no umbigo, ou seja: estimulando o Vaso da Concepção que está fraco.
Não é o único caso em que se encontram sabedoria popular e medicina chinesa. Quem viu Central do Brasil lembrará do caminhoneiro e da escrivã comentando que para "palpitação e mal-estar do coração, tem que apertar muitas vezes o mindinho perto da unha com a unha do polegar".
Ou seja, estimular o meridiano do coração num ponto que inclusive estimula também alegria de viver!
Voltando aos partos, já existem no Brasil as "servidoras" doulas, que prestam assistência emocional ao casal ou mulher gestante- é preciso agora que o serviço se universalize! Doula é um termo grego que se espalhou nos últimos anos pelo mundo e ainda vai longe...

sábado, 8 de março de 2008

o que há num nome?

What´s in a name? Ao se falar de plantas, o nome é muito.
Antes de mais nada, praticamente toda planta de alguma forma é medicinal. As que não servem para uso interno nem externo, quase sempre servem ou para preparar florais (exemplo clássico, azevinho; o Holly
de Bach) ou então simplesmente ajudam pela vibração.
As que servem para uso interno podem trabalhar contra ou a favor quando as comemos na refeição.
Quem leu O Nome da Rosa talvez lembre do monge hervanário explicando ao jovem Adso que não existem plantas boas para comer que não sejam medicinais também.
Bem, ao se falar de banana ou goiaba, é difícil haver confusão (embora haja zil espécies de banana e algumas são mais adequadas do que outras para certos problemas) mas quando falamos em ervas é necessário um enorme rigor.
As tias (ou os tios) da roça ou do subúrbio podem não saber o nome científico mas sabem reconhecer a planta. E assim, os bons erveiros que trabalham nas nossas ruas. Erveiro bom trabalha com erva fresca. Evite ervas compradas na rua já secas. Dificulta o (re)conhecimento e a detecção de parasitas e sujeira. Para estar seca, é melhor adquirir uma marca com razão social conhecida, ou conhecer muito bem o erveiro.
Mas quando alguém lhe recomenda uma erva qualquer sem estar apontando para a mesma é preciso cuidado. Alguns nomes servem para UMA planta só e aí não há problema. Mas... nomes como mastruço/ mentrasto/ mastruz servem para inúmeras plantas, e também servem todos para designar algumas determinadas outras. Outros nomes são dados a várias espécies de uma família e ocasionalmente a espécies de outras famílias porque são superficialmente parecidas.
Pode ocorrer que isto não traga maiores problemas; por exemplo, toda planta conhecida como picão é excelente para o sistema hepático (equilibra o que estiver errado, e cura hepatite) mesmo sendo de qualidades diferentes.
Este raciocínio aponta uma tendência. Em geral quando lhe dizem que "mastruz" é bom para tal coisa, qualquer coisa chamada popularmente mastruz quebra o galho. Mas tendência não é fato. Cada tipo de "mastruz" tem múltiplos usos. Procure sempre conhecer o nome científico, a aparência da folha e do pé, o seu cheiro e onde e quando costuma dar.
O nome científico, como a crase, não nasceu para humilhar ninguém. É o passaporte internacional da planta, que lhe permite ser reconhecida sem sombra de dúvida em qualquer tempo e em qualquer ponto do globo ou do país. Veja, baiano chama manjericão de "basilicão"; outros chamam de alfavaca, independente do tamanho da folha, e há quem chame de estoraque! E manjericão é folha pra lá de conhecida... imagine as que não são.
Não podemos deixar de atentar para uma praga que contribui muita para a confusão. Trata-se da triste mania de chamar algumas ervas por um nome de medicamento de laboratório, como "melhoral". Esta mania tem poucas décadas, e é fácil ver como nasceu. A planta funciona como o tal medicamento.
Porém a planta não é o medicamento. Possui facetas que ele não possui. A planta que nasce em tal canteiro pode ser uma, e outra pessoa chama de "melhoral" outra espécie de outra família...
Para não dizer nada do malsinado hábito brasileiro de fazer propaganda gratuita para as marcas alheias, ainda vemos outro lado negativo (positivo não há nenhum) neste vezo. Apaga a confiança e a auto-credibilidade do conhecimento tradicional. Indiretamente, veicula a idéia que a planta só é boa porque funciona como tal comprimido. Uma clara inversão de valores.
A planta vai muito além.
Imaginou se chamassem salgueiro de "aspirina"? Por que nome será que a tradicional escola de samba tijucana ia ser conhecida?

quarta-feira, 5 de março de 2008

jardim bis

Volta e meia é hora de poesia, dentro do nosso tema. Dessa vez a volta foi grande...

JARDIM BIS

Abelha subissugando flor adentro
Joaninha tingebeijando a flor
Borboleta escolheu o galho mais bonito
para, elegante, falecer
Aí quando fui ver
só os espinhos estavam sem dono.