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quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

às avessas?

 Na página de opinião do Globo, espaço onde com proveito lemos volta e meia considerações daquele general que foi porta-voz do governo, e dissociando no título direita da quebradeira, empresária paulista se assombra com o mundo às avessas.: "Hoje a direita é terrorista e o PT é Planalto."

A frase me incomoda muito. Concordo que direita não é para ser quebradeira, a Noite dos Cristais foi levada a cabo por nazistas, que explodiram qualquer definição. A destruição em Brasília foi arquitetada por colegas de profissão desta moça, e por militares, "soldados armados amados ou não". Alguns membros destas duas categorias inclusive participaram, ativos no meio da tropa de baixa classe média fantasiada com as cores nacionais, e esta moça bem o saberá. Mas estes participantes são exceções, e os comanditários não serão, esperemos, maioria. 

Nem por isso o resto é automático. Teria gostado de ler que a direita civilizada não é quebradeira, e preza o Estado de Direito, abominando entre outras coisas a tortura. e o elogio a ela.  E definir "civilizado" é sempre bom. A Hungria tem um presidente que se vê como civilizadíssimo, um homem fino e culto e o Estado de Direito por lá está por um fio, se é que ainda está.  Bons modos e erudição apenas ajudam. Faltou esta visão, e capengou mais a ideia ao assimilar o partido do atual presidente ao terrorismo. Quem redige estas mal traçadas está longe de ser admiradora do senhor em questão. Mas quando foi que o partido dele destruiu símbolos nacionais, invadiu monumentos  nacionais, tentou promover um golpe, conclamou ao uso generalizado das armas.

Bem mais próximos do terrorismo estiveram os famigerados black blocks que nem a originalidade de um nome e um conceito souberam inventar, macaqueando o que viam ao norte do Rio Bravo.  Quebravam mobiliário urbano, destruíam vidraças de monumentos nacionais e de lojas ligadas a templos umbandistas (tinham uma ala, .pois é... neo-pentecostal)  e queriam a destituição da presidente, do mesmo PT. 

A empresária sugere que os seus pares façam o que sabem, "ou seja pensar". Pensem sim,  cabeças e ideias são sempre bem-vindas, mas pensem também na maneira de nunca mais se associem a movimentos de destruição, seja de políticas públicas, de livros, de instituições, do Estado de Direito e por fim da destruição física, cristalizando tudo isto; destruição de bens tombados e também de vidas humanas, animais e vegetais.  Yanomami e Mundurukus, Amazônia e Cerrado vão agradecer.



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