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segunda-feira, 14 de março de 2022

seletiva é o cacete, empatia não se determina

 No mesmo dia em que uma corajosa jornalista russa entrou no ar para gritar contra a invasão, arriscando-se a uma pena de 15 anos, recebo bem fundamentado artigo sobre solidariedade seletiva. Citam o Congo e o Laos, acusa o leitor de não saber o que ocorre no Congo.

Ocorre que de fato no Laos não tinha eu ideia, mesmo assinando tudo que recebo da Anistia e outras tantas; no Congo infelizmente sei. Há pouquíssimas e frágeis, democracias na África e os Congos não fazem parte do seleto time. O  pesar por esta situação não tem nada a ver com a empatia que suscita a resistência ucraniana, e não venha ninguém mexer na minha empatia. 

Também torcemos, ou torci, muito pelas afegãs, aquelas que haviam começado a pôr as manguinhas de fora. Acolhemos umas vinte juízas, com cabeça a prêmio, e foi pouco. Agora brasileiros virem reclamar de empatias pro-Ucrânia, quando o digno mandatário acaba de vir de Moscou, declarando no seu jargão sempre sexualizado que sentiu um "casamento perfeito" entre ele e o ditador russo, é pior ainda do que reclamarem outras pessoas.

Simpatia não se comanda. Certamente a posição das mulheres impressionou bem. Certamente a péssima imagem do ditador putinho impressiona mal (e mais a nós brasileiros, ou deveria!) Acima de tudo, creio, o aspecto David e Golias. E sem prejuízo de outras indignações. Mas essa mexeu fundo com muitos de nós dos dois lados do Atlântico. Que bom. Quem não concorda, simpatize à vontade com putinhos e quem mais vier. 

Como se fosse pouco a invasão, oferece-se para salvar a Ucrânia AQUELE milionário cujo nome no último ano não sai da tela das Notícias. a cruz e a caldeirinha. Alguém me perguntou,  "Acha que o presidente da Ucrânia realmente quer a paz? Não creio". Ora pitombas, está em guerra. Se vis pacem, para bellum.  Quer a saída do invasor. Se eu estivesse lá estaria jogando coquetéis molotov, como pacatos professores e mães de família.

E que pena, também, dos soldadinhos russos que muitas vezes são recrutas pegos pelo pé.




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