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domingo, 18 de julho de 2021

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Com os movimentos de rua e virtuais, ficou em evidência a ilha de Cuba, e algumas coisas merecem comentário. Ninguém duvida de que Cuba não seja uma perfeita democracia. Mas uma grande ONG de Direitos Humanos a colocar atrás do Irã, alto lá. Não assina este texto nenhuma especialista em assuntos cubanos ou caribenhos. Vi alguns filmes nos últimos anos, li os Padura ambientados lá e os outros. Um dos filmes tratava de censura ,uma estudante teimava em pôr no painel da escola um santinho de Nossa Senhora e acabava conseguindo. Mas vamos com calma. Atrás do Irã, país por sinal cuja cultura  muito admiro, não.

Que critérios são esses que foram usados? Em Cuba existe pelo menos alguma liberdade religiosa. Talvez a Santería receba mais tolerância do que outras, mas existe. Nem ninguém é obrigado a pertencer à Santería, o que é mais importante. Mais chocante do que tudo, dizer que passa à frente de Cuba em termos de democracia um regime onde há dois anos está presa, condenada não lembro se a dez ou se a vinte anos, uma jornalista condenada a creio cem chibatadas, ou eram duzentas. Ia receber só vinte por dia, ou matavam a pessoa, e a pena não era de morte, não oficialmente. O marido fez escarcéu e de nada adiantou. Já estará casado de novo, suponho, a Sharia permite prescindir de estar viúvo. Assinamos muitos de nós pela moça  via Anistia Internacional, e a Anistia tem o salutar costume de avisar quando a pessoa  por quem se assinou é liberada, ou morre. Nada se recebeu até onde sei.

Irã e Cuba precisam de mais democracia. O Irã precisa com urgência de menos aiatolás no poder, de uma sociedade civil onde não existam punições como a descrita, nem apedrejamentos, que foram abandonados, parece, devido à pressão internacional. Se uma mulher brasileira hoje tivesse de escolher um destes dois lugares recomendaria sem pestanejar a ilha, independente de sua religião.

Ilustrava a matéria foto de rua com três mocinhas de short mexendo num celular. Ninguém pensa que então como agora, Rússia ou Estados Unidos se preocupam demasiadamente com a qualidade de vida dos moradores da ilha. Biden está mantendo o embargo. E apagão virtual, campeão é a Índia, uma suposta democracia, cada vez mais suposta e menos real, se um dia o foi. 

O que seria do mundo sem as ONGs de Direitos Humanos. Mas vamos falar sério. 





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