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sexta-feira, 6 de abril de 2018

nem em SP nem em lugar algum!

Verdade que foi no que o Xexéu chamava a "estranha cidade ao sul do país".
Mas onde fosse é inacreditável o que o aluno branco postou ao ver um colega negro na área de fumantes (namorando uma menina branca o que deve ter piorado a coisa na cabecinha).
O agressor foi suspenso três meses, mas precisa ser é expulso além do processo que corre automaticamente quando se dá queixa em distrito policial. Pois claramente o seu lugar não é por enquanto na FGV.
O aluno, a vítima, declarou coisas do tipo "você não me conhece, sou mais antigo que você aqui"  o que nem vem ao caso. Fosse o seu primeiro dia na universidade, ser chamado de "escravo à espera do dono" simplesmente não pode existir.
E dias depois outro aluno com letra de analfabeto (DOIS motivos para também não ficar na FGV: nem em São Paulo, queridos) postou a sua solidariedade ao agressor.
Falta muita cidadania nesse país e a todos os níveis.  (12 de março 2018)

o estado é laico

Dei um bom crédito pro Senhor Prefeito em quem naturalmente não votei para ver se apesar dos antecedentes fazia alguma coisa boa. Me fiz em silêncio de advogado do diabo. (Será oportuno lembrar a respeito dos antecedentes que gravou uma musiquinha anos atrás defendendo o pastor chutador de imagens).

Mas agora precisa ser destituído, e já.
Estamos vendo que aquela tentativa de nomear o filhote foi apenas uma amostra. O MP já investiga os privilégios que a senhora mãe do político recebeu no hospital municipal (queriam não gastar, porém com tratamento diferenciado); os horrores que o ex-prefeito perpetrou junto a Parques e Jardins e Comlurb, referente às árvores, não foram desmanchados ainda por este; pegou pessimamente se queixar do frio para onde ninguém o mandou ir, quando  na cidade que o elegeu houve mortes devidas à chuva concentrada. E ainda chama essas férias européias de viagem de trabalho, pagas dos cofres públicos (sempre esse cuidado imenso com as finanças próprias... O MP também investiga.)
Mas o pior de tudo creio (ele não é obrigado a gostar de carnaval, nem tem culpa da chuva; só é um sem-noção inacreditável) o pior de tudo são os cultos evangélicos organizados na Prefeitura (me dizem que no pilotis, mas onde seja.)
NÃO PODE, Sr Prefeito. Se ainda fossem ecumênicos, com rabino, pais ou mães de santo, padre católico, ainda seria descabido porque ao contrário do que este senhor pensa O ESTADO É LAICO.
Mas não são ecumênicos não, que esperança. 

E me havia escapado mas acabo de ver, organiza cultos evangélicos em diversas escolas públicas usando como pretexto o famigerado ensino religioso, que os evangélicos impuseram.
Destituição já.
Xô Crivella, brocoió xô.

(texto circulado antes do anterior, fevereiro 2018,  e como ele agora inserido no que é o seu lugar correto: o blog caminhodasfolhas)

quantos mais...


De mortui nil nisi bonum. 
Esse refrão do tempo dos romanos foi desrespeitado pelas pessoas que postaram factóides contra a vereadora morta do PSOL. 
Leio que o partido de extrema-direita (eu considero extrema-direita) mbl (não merece maiúsculas) e de cujo inacreditável candidato à presidência  tomei ontem conhecimento da existência pela reportagem da "Época"  foi responsável por muitas dessas mentiras. Uma campanha orquestrada de difamação contra quem já tinha morrido, algo bem mais perverso e tentacular do que as sandices da nobre desembargadora que as leu e repassou.

Cabe outro chavão em latim, Cui prodest? A quem aproveita o crime?
Ambos crimes; o crime de divulgar factóides com propósitos indefensáveis, e o crime de morte.
Bem, não vou escrever o que penso porque gostaria de continuar viva mais um pouco, abençoando passarinho e coisa afim e condizente. Vale ler a matéria da "Época" inteira. 
Quando assassinam pessoa casada, diz que a polícia descobre que em mais da metade dos casos o mandante é o cônjuge.  Quando morre um parlamentar no Brasil...

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

cativeiros

A Líbia é um areal com oásis de fertilidade criados ou não pela mão do homem, onde coexistem (não se pode falar de convivência) três ou quatro tribos inimigas das quais pelo menos duas acolheram alegremente núcleos de matadores do E.I. quando este se expandia. A "revolução" consistiu em matar a pedradas o ditador, que pôs a Líbia no mapa porque na ONU votava consistentemente a favor dos desvalidos, contra o apartheid e tal; e após essa "execução" sem julgamento todos puderam se dedicar ao esporte de brigar entre tribos, o que o ditador não permitia até porque exaltava a sua própria em detrimento das demais.
Mas os líbios descobriram há poucos anos outro passatempo bem rentável, adaptado dos tempos antigos quando iam capturar escravos mais ao sul: apreender os candidatos a refugiados que aparecem no território fugindo de suas próprias guerras. Melhor ainda, trazidos por intermediários que aproveitam a falta de informação, analfabetismo, ausência de políticas públicas e tal para conduzi-los exatamente onde os estão aguardando com ansiedade para trabalhar nas residências e pomares, sem salário algum.
Isso soa familiar porque existe no Brasil, onde dão o injusto nome de "gato" ao intermediário, assim como na China o mesmo sujeito é chamado de "cobra". Só que aqui são quase sempre homens que caem na esparrela, e a Líbia aprecia cativas mulheres que têm mais de um uso. Da Nigéria chegam muitas, fugindo justamente de estupro familiar.
Isso também soa déjà vu, déjà entendu. No Brasil e no mundo, casos escabrosos resistem em lares de TODAS as classes. Não é privilégio da Nigéria, que está longe de ser o pior país africano para se viver. Inclusive para as mulheres; e por aí mesmo se vê o abismo que é preciso preencher com muita cidadania.
Enquanto subsistirem escravos e escravas legais (Mauritânia) ou tolerados pelo mundo, ninguém, como diz Caetano Veloso, ninguém é cidadão.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

vive la france

Intelectuais e artistas francesas se posicionaram, não a favor do assédio, mas contra a forma de que vem sendo tratado nos EUA (e por tabela aqui, onde não parecemos ainda capazes de construir pensamento independente).
Vive la France.
Está ficando ridículo. Evitemos o ridículo. Assobiar na rua pra uma mulher não é crime. Isso é coisa de quem não gosta de homem. E quem de fato não gosta mas se sabe bonita aos olhos masculinos, ora, que agüente, não tira pedaço. Eu também fui assediada algumas vezes por  mulheres com outra preferência sexual e tirei o corpo fora sem ter crise de asma nem ir à polícia.
O Brasil está ficando, nas metrópoles, ridículo, de tanto sectarismo e patrulha ideológica.
Assédio no trabalho, misturado com ameaça ou chantagem, é algo muito diferente- mas ameaça e chantagem já são crimes. O único assedio que me incomodou até hoje, e muito, foi em casa de santo, pela forma inadequada e deselegante; denunciei a quem devia, ao dono da casa que proibiu a entrada ao safado e ao então namorado de quem era supostamente amigo.
Comentei em "Umbanda Gira!" num pé de página e mais não merece o sem-vergonha que talvez já tenha partido ad patres. E embora levantasse ao vê-lo de mesa em que estivesse sentada, explicando o porquê aos presentes, nunca me ocorreu denunciar à polícia que nada tinha que ver com o assunto.
Vive la France! Assino embaixo. Um pouco de bom senso por favor

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

resgatando

Início de ano... a chuva apenas traz notícias alegres.
E também, ler que numa escola pública parisiense uma dupla de professores: um homem, uma mulher; ela judia, ele árabe pelos pais, dão juntos aulas de História das religiões para semear um pouco de paz e entendimento.
Sem isso há alunos muçulmanos que tentam censurar aos berros as aulas de História e impor o vestuário às mulheres que acham que deva ser o adotado.
Mas voltando à dupla, eles descobriram que durante a ocupação nazista um imã fez o que vários católicos fizeram e ajudou judeus a se esconder, fornecendo falsos certificados de religião muçulmana e até escondendo na mesquita várias pessoas. Os muçulmanos eram menos mal vistos pelo nazismo.
Infelizmente o imã foi denunciado ou descoberto, foi deportado e morreu em Auschwitz;  a memória deste herói foi resgatada pela dupla mista, e que o seu exemplo possa guiar.

Muitos padres franceses salvaram judeus, principalmente crianças, fornecendo falso certificados ou ajudando a se esconder; de muçulmanos é exemplo único, pelo menos entre os sacerdotes. Pode ter havido outros heróis anônimos laicos.

Que o ano que entra com chuvas tão refrescantes esfrie os ódios e sectarismos. Na França, no Brasil e em todo lugar.
Laroiê Exu.
Epa Hei Oyá.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

sepultando

Sepultando um ano em que vi muita, muita incompetência, muito, muito sectarismo
 e muita, muita destruição, que ainda por cima nos exibe a melancólica figura do doutor Gilmar,  vem a notícia de um cemitério em Campo Grande com o terreno já escolhido onde poderão se realizar funerais com atabaques, o que desagrada à RioPaz.
E assim ninguém incomoda ninguém, e por que não, se há cemitérios judaicos e houve o Cemitério dos Ingleses (na verdade pode ainda estar ativo; e é uma tradição britânica pelo mundo, sei lá por quê).
Não me ponham lá, quero ser cremada e a Umbanda usa pouco atabaque. Agora que simpatizei com a idéia simpatizei. Vai pra lá só quem prefere; não precisa mas pode.
E leiloarão um cachimbo de barro antigo proveniente da sacolinha portada por um escravo congolês há muito falecido, e assim de certa forma vindicado e abençoante.

Pena que não dá pra sepultar bem fundo quem abateu a sumaúma de cinco mil anos na Amazônia. Fronteira com o Peru, reserva Matsés.
No Acre, os ashaninka têm a fama, que não negavam e desejo ainda mereçam, de flechar sem segundo aviso qualquer pessoa que não depõe armas de fogo e sem aviso algum, os madeireiros.  Mas isso foi um pouco mais ao norte, na terra de seu Amazonino que deveria se chamar Desertino ou Dolarino, em homenagem ao que cultua.
Ah sim, os madeireiros disseram que foi "por engano" e o jornais daqui se calaram. Deu-me a notícia arrasadora, celular em punho aberto na rede social, uma ekédi amiga das folhas, na fila comigo do evento" Libertem Nosso Sagrado".

Meu Deus, que Oxoce ajude os matsés a flechar a quem devem e aos ashaninkas não desmereça jamais.
E que Oyá e Xangõ fulminem. Boas festas a vocês.