O conglomerado italiano enel, que o carioca preferia não ter conhecido, torrou os eletrodomésticos de uma cidadezinha mais ao sul do nosso país, um pouco antes do Natal. Imediatamente se prontificou a trocar tudo. O buraco me parece ser um pouquinho mais fundo. Não basta substituir aparelhos e refazer instalações. Danos morais e outros custos, como hotel, são o mínimo e pode até ser que tenham se entendido a contento.
Contudo a italiana comete outros pecados, por exemplo, sem permissão ergueu um parque eólico no Condado Osage, nos EUA. Nenhum de nós é obrigado a saber nome ou posição dos Estados norte-americanos, mas a maioria sabe onde fica o Texas, um dos muitos que foi um dia mexicano; pois logo ao norte (agora sei) fica o Oklahoma e no norte desse Estado o condado (dos) Osage. Os Osage viviam noutro ponto do Estado e foram sumariamente empurrados para onde estão hoje, uma terra árida e seca. Fosse mais cedo teriam sido exterminados sem dúvida. Ocorre que a terra ocultava reservas de petróleo, os Osage se tornaram milionários, e começaram a ser mortos por bala ou veneno pelos curadores. Sim, porque aos indígenas de sangue puro se atribuía um curador, sujeito que via ali uma boa fonte de enriquecimento e as autoridades locais pouco faziam. O escândalo cresceu, oa assassinos foram para a cadeia, mas a Depressão devorou o restante da fortuna Osage. Hoje muitos residem noutros Estados e se encontram no condado para festejos tradicionais.
Acabo de ler o relato*, vi que vem o filme, e a mentalidade que exigia um curador dos indígenas "inaptos a exercer a cidadania" segue viva nos procedimentos da enel. Que outros crimes comete planeta afora ignoro. Na terra dos Osage foi condenada, agorinha, e imediatamente recorreu.
Melhore ventos, melhores luas e melhores flores em 2025.
* Assassinos da Lua das Flores.
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