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domingo, 7 de abril de 2024

fardões, fardas e fardos

O grande Krenak, sem o rosto pintado desta vez, orientou o cardápio da Academia Brasileira, comidas de inspiração indígena com o pormenor das cumbucas de barro descartáveis numa bacia  d´água, no final, para que " se dissolvessem e voltassem à natureza". Espero que o Aílton tenha orientado também o descarte nos poucos canteiros da ABL; parece-me lembrar de modestas palmeiras onde sem dúvida cantará sim o sabiá, posto que o ouvi na Primeiro de Março ali do lado! Foi  (logo) antes da famigerada obra que destruiu o que restava do Morro do Castelo; então quem sabe justamente o jardinzinho foi refúgio?

Aílton, os indígenas em geral e os Krenak em especial merecem todas as homenagens e desculpas, como as que foram pedidas oficialmente outro dia. Descendentes dos que foram chamados Botocudos, os Krenak foram aprisionados, desterrados e torturados,  perseguidos desde o tempo do rei com a intenção de extermínio. Há muito não eram canibais, mas matar um botocudo era matar um canibal peçonhento. Na semana do pedido de perdão desenterraram foto dos anos 70, um Krenak amarrado no pau-de-arara  sendo levado pela rua "para exibir às autoridades", isso em pleno dia.  Os PMs usam aquele capacete típico dos anos de chumbo. 

Outros fardados reclamaram, numa página virtual exibida no Guga, denunciando que a Nação se punha "de joelhos para os índios". Senhores, confiram a foto. Sabemos que existem militares de todas as patentes que são decentes; os  da fotografia são do segundo tipo.

E outro macro-jê, esse ainda usando botoque com orgulho, o bravo  Raoni que deu nome a tantas crianças da cidade, ganhou medalha do presidente francês.  Sim, mas teria preferido respeito e terra limpa de garimpo. 

Para todos. Já. Sem mercúrio.



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