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domingo, 28 de janeiro de 2024

cocar

 Há uns vinte anos uma professora da escola muncipal aqui em frente berrava assim, e talvez fosse o "dia do Índio" que deveria ser todo dia.

- Oh índio tem geladeira? Nããão! Oh índio tem televisão? Nããão! Oh índio tem sapato? ... e assim por diante. Fui à escola reclamar com  diretora.

Essa mentalidade nos leva à presente situação, em que povos precisam do Exército para afugentar as saúvas humanas. E é melhor do que nada, mas o Exército não está, em cada um de seus componentes, realmente preparado para lidar com as pessoas em perigo. Não poucos pensam como a tal professora. Traz comida, remédio de farmácia, males necessários nesse momento; enxota o garimpo ilegal que depois volta. Parece muita incompetência. Não se trata de afugentar e sim de acabar com a atividade, botando na cadeia os renitentes. Sabemos que há equipamentos complexos nas balsas. Proíba-se a fabricação, proíbam as motosserras.

No fundo da alma dos integrantes do governo, com a óbvia exceção das duas ministras ligada as ao tema, existe a convicção que "índio dá muito trabalho para pouco retorno e tem fazendeiro que faz parte da base aliada". 

Aprendíamos que no Brasil  havia (ensinavam como coisa do passado)  quatro grupos de "índios", tupi-guarani, jê, nu-aruaque e caribe. Aprendíamos errado porque não só não pertencem ao passado como . há outros. Os Ticuna são remanescentes de seu grupo linguístico. A outra parte (Yuri) se extinguiu para a vergonha de quem for capaz de sentir vergonha. Os Yanomami constituem um tronco lingüístico, e também não figuravam na listinha apesar de terem sido contactados há muito tempo. 

Palavras aruaques como "goiaba"  chegaram aos dicionários. A cegueira nacional é tamanha que mestiços de indígena são vistos como "japoneses'. É tempo de se reconectar.. De ir atrás  as raízes e não do 5G ou pior, da A.I.

Salve o maracá.



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