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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

serei politicamente incorrreta

 Não vou dizer pessoas mumificadas. Não vou usar linguagem "neutra", agride o ´português. Não dou razão alguma às mães folgadas, seja ou não autista o rebento, que não pagam mais por assento na janela e tentam tirar quem pagou; mas além dos mútuos tapas brasileiros, agora houve outro caso nos EUA, só com xingamentos (da parte da mãe folgada do adolescente ) e dizem os comissários que toda semana acontece algo assim. Não digo "pessoas escravizadas", digo escravo ou cativos. Há um romance recente em que o autor, negro, pergunta revoltado se acham que não dizer "escravos" elimina o cativeiro. "As pessoas escravizadas de Jó..."  Ah sim, mas essa música, semi-banta na língua (são os escravos "didjó", os de dentro)  como outras, sofre censura.

Quando Daniela Thomas lançou um filme sobre cativeiro, foi detonada pelo Movimento Negro porque mostrava escravos comendo terra e outros acorrentados pelo pescoço. Publiquei o blog sobre este preconceito, não dela e sim do MN. Comer terra era ato de rebeldia, forma de suicídio ao longo das semanas. Amarrar pelo pescoço infelizmente se fazia, e nos anos 80 um grande fotógrafo flagrou cena semelhante e a denunciou. Comentei sobre as críticas ao filme que iam acabar querendo censurar Debret, e não teve dúvida, já li alguém lamentando. a publicação da obra. Isto é censura, e pior ainda, burrice. Lamentemos a maldade humana e o fato de ter existido cativeiro, dos dois lados do Atlântico (outra coisa que tentam calar). 

Agora saiu num jornal de Brasília texto (com erro de português) reclamando da presença do famosos relógio de Luiz xiv oferecido a Dom João. O que fazia tal objeto num prédio que representa a República? O prédio não representa a instituição republicana, representa a nação. Se o tivessem levado para o palácio imperial de Petrópolis seria pior, não era da Família Imperial. Pertencia, vamos repetir, à nação. 

Burrice é violência sorrateira. Censurar a História não a corrige. Sem-noção é sem-noção. E eu sou hétero, não me chamem de cis, que nunca permiti.



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