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quarta-feira, 24 de novembro de 2021

xo xoja

Inevitavelmente quando algum tipo de ofício se extingue há reclamações. Os mata-mosquitos faziam carreatas, e o fedor tóxico gerado afugentava passarinhos que eles sim matavam mosquitos. Viva eles, os penosos, há em variedade aqui. Em Minas há um famigerado local de onde extraem amianto, creio que ainda não fechou apesar de ser proibido usar telhas novas (e não duvido que nos confins e sertões se usem ainda) . Alegam, e se compreende, que a cidade vive disso. Mas terão de descobrir outra forma de fazer o dinheiro chegar. Turismo? Plantando árvores. "A cidade que se livrou do amianto"?

Talvez carrascos tenham protestado quando aboliram a pena de morte? Então não surpreende tanto assim que os produtores de soja brasileiros estejam gritando que a  "União Europeia não é dona do mundo" e reivindicam o direito de seguir plantando esta porcaria. Serve para alimentar gado? Há gado demais. Diminuam as boiadas e o seus sofrimentos.  Carne de soja, feita com resíduos, outra porcaria, acho que nem fazem mais. Sucos e leite de soja? Inventado para dar uma utilidade àquilo. A real utilidade é fabricar tofu, pros que comem, e reconheçamos que um décimo da soja plantada dá e sobra.

O raciocínio foi usado continuamente desde que o mundo é mundo, por mentes pouco evoluídas; è MEU. Mando eu. A mulher é minha, o cachorro, o cavalo, o filho é meu. Indignam-se com leis coibidoras. Agora dizem, o país é NOSSO,  a Europa que aproveite suas boas terras e refloreste o que foi cortado há mil anos. 

Sempre serei favorável a qualquer reflorestamento, partindo do princípio singelo que uma árvore vale mais do que uma pessoa porque não polui. Mas a ideia me lembra demais o inquilino do Alvorada, empossado havia pouco (empoçado no caso dele) visitando a Suíça e repetindo esta teoria. Aí avistou tuias e pinheiros, aquilo que nasce desde sempre nas encostas da Suíça, do Japão ou de onde seja quando a altura já não permite carvalhos, bétulas ou afins. E disparou pro cortejo, Tá vendo? cortaram tudo, reflorestaram com pinus e vêm reclamar da gente.

Felizmente havia jornalistas por perto,  abaixo a  ditadura da soja e viva a imprensa livre.









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